Prólogo

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Casamento.
Essa palavra em questão sempre significou muito para Sra. Whyle, não só a palavra, mas seu significado também. Desde pequena sabia que iria se casar por amor e obviamente não foi diferente, se apaixonou rapidamente pelo Sr. Whyle, que na época era um libertino mais rico que um judeu.

Ela era sortuda o suficiente para casar-se com um jovem de grande fortuna e ainda assim estar apaixonada. Porém, ele desejava herdeiros e ela não conseguia lhe dar aquilo, todos os seus bebês morriam..... Talvez fora uma maldição jogada em sua família, nem mesmo as meninas sobreviviam. Todos os filhos, todos os seus pequenos bebês iam embora, a cada perda levavam um pedaço de seu coração e também deixavam para ela um Sr. Whyle furioso por perder mais um filho.

Um certo dia, a Sra.Whyle alertou que estava novamente à espera de um filho e desta vez seu rosto se preenchia de alegria e esperança, seu marido não estava tão esperançoso. Aliás, os dois já tinham uma certa idade. Alguns meses depois estava em seus braços seu único menino, não haviam decidido nome, mas não importava no momento. Todos do lugar comemoraram, festas e muita alegria foram compartilhadas por dias.

O Sr. Whyle se enchia de alegria ao falar de seu único filho que posteriormente nomeou de Sebastian.

Sebastian conforme foi crescendo só deu alegria para os pais, era perfeito em tudo o que fazia e não havia completado nem mesmo dez anos de idade. Sua mãe o olhava com um olhar de ternura e admiração, depois de tanto tempo era esperado que seu único filho fosse simplesmente perfeito. Sabia ler, escrever, cavalgar e muito mais.

O menino se parecia com ela, mas a cor de seus olhos em um tom esverdeado não eram dela, e sim de seu pai. Já os cabelos escuros certamente foram herança dela.

Todas as noites os pais do pequeno menino o colocavam na cama e o diziam o quanto era amado e adorado.

Sebastian ao completar seus dez anos era conhecido por todos e sua rotina era sempre a mesma, ele sabia que havia algo errado entre os pais, eles nem mesmo ficavam no mesmo cômodo juntos.
Ainda assim, os dois se reuniam a noite para leva-lo até a cama e dizê-lo o quanto era adorado.

— Sebastian, querido. — sua mãe o chamou.
— Prometa para mim que não importa o que aconteça, não sairá de seus aposentos.

Sebastian não sabia se poderia prometer que não sentiria sede ou vontade de respirar ar fresco, mas ele não tinha outra opção.

— Prometo. — ele mentiu, mas ela não percebeu e deixou o quarto.

Naquela mesma noite, gritos foram ouvidos e ele não saiu de seu quarto. Ele havia prometido, por mais que tivesse sido uma mentira, ainda era uma promessa.

Os gritos se tornaram mais altos, então ele desceu de sua cama esfregando os olhos com uma mão e ascendeu uma vela para que pudesse iluminar o lugar. Abriu a porta com delicadeza, apesar dela ter feito um barulho irritante sem ninguém tocar.

Quando saiu, desceu as escadas e se deparou com algo terrível. Seu pai estava morto no chão, ainda estava sangrando, porém não estava respirando. Aquele momento seria para Sebastian o mais marcante de sua vida, nada poderia apagar de sua memória o corpo de seu pai no chão.

Ele gritou a mãe e depois por ajuda, mas seus gritos pareciam sussuros e ninguém o ouviu. Sua mãe não estava lá, não havia nada que ele pudesse fazer.

Quando acharam o corpo de seu pai, ele já estava sendo levado para uma outra casa, que não ficou muito tempo, e depois para outra que também não ficou e depois para outra família que acabou o deixando em londres sozinho, faminto e certamente com frio.

Ele não ficou muito tempo sozinho, pois o gentil Lorde Sutherland o levou para sua propriedade e pediu para criadas cuidarem da criança que no mesmo dia ele foi apresentado a uma garota.

Não qualquer garota, Ophelia Sutherland, filha do gentil Lorde que havia o ajudado. Ela era mais nova que ele, não muito mais nova, porém ainda assim.

Dentre todas as famílias que ele tinha ficado após a terrível morte de seu pai, aquela era a mais gentil e doce, com exceção da garota de cachos dourados. Ela parecia mais uma francesa do que inglesa.

Ela não surportava ele, era o que ele achava, mas no fundo ele sabia que ela não surpotava a ideia de perder o pai para ele.

— Bash, não mexa nas minhas coisas! — Ophelia gritou. — Não somos irmãos e não irei dividir nada com você.

Desde cedo eles souberam que suas vidas nunca mais seriam as mesmas, mas os dois não se consideravam irmãos. Eram amigos até onde sabiam, mas certamente não eram irmãos.

— Ophelia, venha! — ele a chamava e ela relutante ia.

Assim eles passaram muitos anos, até Sebastian voltar para a Escócia e abandonar Ophelia. Não durou muitos anos, mas para Ophelia durou mais do que adequado.

Ele ia e voltava todas às vezes que era solicitado e deixava Ophelia sozinha em casa na companhia dos pais que fingiam  não notar sua tristeza ao saber que Sebastian adiaria a volta mais uma vez.

Traga meu coração de voltaWhere stories live. Discover now