𝐩𝐫𝐞́𝐬𝐢𝐝𝐞𝐧𝐭

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─ Claro claro, então vamos falar sobre a melhor coxinha vegana de São Paulo, porque é ela que você vai comer hoje!

─ Uiuiui que chique. ─ Disse animada. ─ Me conta mais sobre hoje.

─ Ih, tinha mais? ─ Gabriel falou confuso.

─ Você não preparou mais nada? ─ Ri da cara dele, Cristo, espero que essa coxinha valha a pena.

─ Você não disse nada sobre preparar?? Nunca suspeitei que isso fosse um encontro ou algo do tipo, só queria te dar um lanche da hora.

─ E precisa ser um encontro pra você ter que preparar algo? ─ Perguntei brincando com ele, imitando aqueles patricinhas.

─ Beleza então, você pediu por isso. ─ Gabriel virou o carro na primeira rotatória dando meia volta, vish, atiçei o garoto.

─ Ui ui, ui. ─ Eu ri, Mount parecia quase uma criança. Como eu não conhecia ele antes? A gente se encontrou por acaso na balada e ele tava tão bêbado e engraçado que eu passei meu número pra ele, só pra ver como seria sóbrio.

Eu queria ter visto a cara dele quando ele viu o "Ex-bbb de 2010" (Melhor edição de todas. Só minha opinião importa.), Salvo como contato fixado. Rio horrores só de pensar.

─ Acho bom você me ajudar a pagar a conta. ─ Ele brincou.

─ Eu? Você que inventou de comer sei lá na onde, e a gente tava indo comer coxinha em sei lá quem. Me livra dessa barra aí.

─ A não, você queria um encontro então vai ter. Agradeça ao pé de fava e ao calango por isso.

─ A GENTE VAI NO PÉ DE FAVA?!

─ Que? Não, a gente vai no "Président" ─ Mount disse forçando um sotaque francês? Ou era italiano? Enfim.

─ A gente vai comer com o Bolsonaro? Não, valeu. Se a bolsa de merda dele estourar no meio da janta? Tô fora.

─ Não sua maluca ─ Ele riu negando com a cabeça. ─ A gente vai no Président, administrado, comandado e inaugurado pelo Chef Erick Jacquin. Sacas?

─ GABRIEL TÁ ME TIRANDO DE ÓTARIA?

─ Não, mas as vezes você parece.

─ Você fala como se não me conhecesse a quatro semanas só, e você tava bêbado com a gente se viu pela primeira vez.

─ Vici fili cimi si ni mi... ─ Soquei o braço dele.

─ Cala a boca e dirige meu filho, ainda que tô afim de comer coisa boa.

O resto do caminho foi tranquilo, com meias conversas aqui e ali, piadas horríveis da parte dele e incríveis minhas é claro rs.

Chegamos no tal restaurante e meu queixo caiu, acho que o Mount não brincou quando disse que teriamos que dividir a conta. As portas eram escuras com um segurança parrudão, quatro janelas bem grandes e dava pra ver as paredes avermelhadas do lado de dentro.

Que buraco de minhoca eu atravessei pra parar na França?

Tava tão impressionada com tudo aquela chiqueza que quando percebi Gabriel já tinha aberto a porta pra mim. Se eu soubesse que ia vir pra cá tinha botado a karalha de um vestido.

─ A gente vai conseguir entrar vestido assim? Puta merda em Mount.

─ Relaxa, lembra de quando o calango foi no pé de fava? Então observa.

O garoto se pós na frente e eu tratei de seguir ele, ele passou pelo segurança e até comprimentou ele. "Fala aí Cleiton!". E eu pensando que seria um Pierre da vida.

ᴇɴɪɢʏᴍᴀ - 𝐑𝐚𝐟𝐚𝐞𝐥 𝐋𝐚𝐧𝐠𝐞Where stories live. Discover now