PRÓLOGO

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Era só mais uma noite de lua cheia, como tantas outras quaisquer

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Era só mais uma noite de lua cheia, como tantas outras quaisquer...

Tão alva e brilhante que ela ali de onde estava, podia ver os contornos das crateras lunares a olho nu. Sorriu admirando aquela beleza, pensando que gostaria de estar perdida por lá. Que mesmo em plena solidão do espaço, teria a vastidão do astro para explorar.

Cada volta que o carrossel girava em torno de si...

Uma lembrança lhe aflorava à mente. Tantas saudades, tantos momentos bons que nunca mais vai reviver. Uma parcial de luz natural, outra de sombras, faziam parte da dança dos animais ali presentes. Conforme giravam fixos ao local, formas assustadoras se projetavam em paredes de barraquinhas e entradas de outros brinquedos ali presente.

Estar ali nunca foi uma escolha...

Sempre foi uma imposição, uma ferida dolorosa com lembranças tenebrosas do seu passado. Todos os crimes que cometeu. As glórias alcançadas. As paixões e luxúrias vividas no calor das alcovas ao qual se entregou.

A luz da lua em sua pele alva a deixava mais pálida. Quase uma doce visão de menina abandonada. Não havia mais as cores saudáveis em sua face. Tinha fome, tão intensa que às vezes sentia doer o seu estômago, como se isso fosse de fato possível. Mas, há anos se negava a alimentar-se. Simplesmente esperando um perdão divino pelos seus pecados...

A morte parecia ser um presente bem vindo, cada vez que a lua cheia esplendorosa ocupava seu lugar no céu. Ela poderia aplacar todo seu sofrimento. Toda essa fome. Toda essa solidão...

O batom carmim em seus lábios era a única cor que lembrava o calor em seu corpo. Já tinha se intitulado morta à séculos. A sua pele gélida assustava a todos que a tentavam tocar. Era uma fera contida em uma prisão sem grades.

Os olhos verdes...

Fixados num horizonte além da mata, mostravam que logo seria dia. Que poderia, enfim, voltar a dormir e esperar a próxima lua cheia...

Deixou o corpo cair lentamente para trás, os longos cabelos negros se espalhando pelo dorso do animal até o limite permitido que as mãos bem presas no mastro central do belo unicórnio permitiam. Aquela cavalgada sem destino embalava, aqueles minutos que se arrastavam tão lentos como a eternidade. Quanto tempo ainda levaria para que alguém lhe libertasse?

A música que tocava ao fundo em outra hora, chorosa, irritante e desgastante, foi substituída a alguns anos por um rock balada que roubou da cabeça de um imbecil. Ela falava de amores verdadeiros, amores eternos, amores que se doaram de corpo alma e coração...

A lágrima rubra que escorreu em seu rosto denunciava de estar cansada de esperar por um amor assim...

Trouxe o corpo de volta para abraçar o pescoço do animal inerte à sua frente. Quantas lamúrias ele já tinha ouvido sair de seus lábios?

Muitas...

Tantas que já tinha perdido as contas...

Quantas respondeu?

Nenhuma...

Serena, desistiu de ficar ali se torturando. Aquilo não mudaria seu destino. Olhar a lua, não aplacava em nada sua dor, ficar estagnada ao um círculo vicioso só aumentava sua fome e ansiedade pelo fim daquela noite...

Ficar ali...

Não trazia respostas às suas indagações e muito menos, a libertava daquela prisão eterna. abraçou o corpo por toda uma volta e deixou um suspiro de lamento escapar dos lábio carnudos que possuia...

O carrossel parou de rompante, isso era um mau sinal. Desceu lentamente do seu unicórnio que um dia teve cores vívidas. Hoje, elas não passam de resquícios de tinta. Ajeitou seu longo vestido como se arrumasse todas linhas amarrotadas da seda em seu corpo. Sorriu deixando que as alças deslizassem pelos seus ombros até que todo o tecido ficasse sobre um único monte no chão.

Caminhou serpenteando seu corpo nu perfeito, iluminado pela luz da lua na trilha de folhas apodrecida na terra. Agradeceu por poder sentir os pés descalços tocarem na cama macia e fria que elas faziam...

Sentiu a brisa suave lhe acariar o rosto. Fechou os olhos um segundo e inspirou o ar da madrugada até seus pulmões ficarem repletos dele. Exalou devagar vendo a fumaça de vapor sair devarinho pela sua boca. O ar externo, era muito mais quente que a geleira que ela era por dentro.

Apertou o passo encarando a escuridão da floresta, o corredor de vegetação ao seu lado não a assustava, pelo contrário, pareciam saudá-la por sua presença. Os olhos permaneciam fixos no único ponto onde poderia ir sem ser impedida.

Os cabelos flutuando soltos à brisa da noite como ondas em um mar antes da tempestade. Logo, eles seriam ocultos. Cobertos pela sua natureza. A beleza que mais presava, é que lhe dava a sua liberdade que tanto almejava.

Pela posição da lua, ninguém passaria por ali a essa hora. Não haveria caça como sempre. Voltaria com fome, mas feliz por não ter perdido o único fiapo de humanidade que ainda lhe restava.

Os passos tornaram-se uma corrida agressiva sobre o chão. Podia sentir o corpo doer pela forma que se deixava levar pela maldição ao qual foi acometida. Seriam segundos de plena dor. E talvez, apenas alguns minutos livre!

- Só mais uns passos, meu bem! - disse num sussurro para si mesma.

De repente, a mata se abre. As folhas aos seus pés são substituídas pelo frio e o molhado do asfalto pelo sereno da madrugada. Ela simplesmente, para um segundo para inspirar o doce prazer pelo curto tempo que tem de liberdade, quando...

A luz é cegante. É como se o sol tivesse resolvido aparecer no meio da noite. Ela apertou os olhos tentando olhar na direção dela, indentificar que visão sobrenatural era aquela. Porém quando pensou em dizer algo...

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Olá, pessoal? Tudo bem com vocês?

Bom, consegui uma vaguinha na revisora e vamos mandar esse conto pra ela, pra depois sofrer nas críticas da Amazon.

Pois é, a vida é assim!

Porém, temos novidades. Mesmo o plot ainda ser o mesmo. Vamos colocar o original que não foi para o concurso com todas as ideias e sugestões de vocês por aqui.

Mas, não se assutem. Não pretendo passar dos dez capítulos.

Aproveitem, votem e vocês já sabem, comentem a vontade!

Infelizmente vou apagar alguns dos comentários antigos.kkk

Óbvio né, gente! Daí vocês saberiam de cara como isso termina.hehehhe

SERENA (Degustação)Where stories live. Discover now