Cap 43 - Pedido Ofegante

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  - Você nos deu um belo susto, mãe -  James se aproximou, beijando a testa da mesma. - Na próxima eu mando um motorista buscar vocês. Meu pai não está mais dando conta do volante?

Helena riu, pondo a mão sobre o peito para enfatizar o humor. Sabemos como meu avô é completamente apaixonado pela ideia de dirigir, e obviamente não vai abrir mão disso por nada. O carro impecável do mesmo sustenta esse argumento. Vai ser uma grande briga se meu pai estiver falando sério.

  - Cuidado com a língua, James. Eu que te ensinei a dirigir, mas até hoje você nunca me superou - Jeffrey disse com convicção.

Pus a mão na boca, disfarçando a risada. Diana apertou o meu ombro, em sinal de que está fazendo o mesmo.

  - Então vamos apostar uma corrida depois da festa, pai. Só eu e você. Como nos velhos tempos

O homem de quase setenta anos sorriu em satisfação, com a nostalgia inundando a sua boca.

  - Vocês não vão fazer nada. Parece até que foram criados por lobos, Deus me livre - Helena falou, negando com a cabeça em desaprovação. - Não sei como a Diana te aguenta, James

  - Muitos anos de prática, posso afirmar. - Minha mãe respondeu, retirando uma risada de todos. - Bom, eu espero que se divirtam. Inclusive... - Encarou seu relógio de pulso. - Vou pedir para cortarem o bolo agora. Já está começando a ficar tarde

Olhei para o lado e notei que minha prima não está mais entre meus avós. Ela deve ter se entediado no meio da conversa.

  - Vamos então, querida. Precisamos ir falar com o pessoal da cozinha para adiantar as coisas - James ergueu o braço para a mesma, que entrelaçou com o seu.

Eles trocaram um sorriso sacana. O típico sorriso que eu sei bem onde vai dar mais tarde. É exatamente assim que os dois começam as suas preliminares...

  - Mãe, pai, vamos agilizar as coisas e já voltamos. A nossa mesa é aquela - Meu pai apontou. - Já voltamos. - Sem dizer mais nada, ambos viraram as costas.

Fiquei mais um tempo matando a saudade dos meus avós, mas antes que o parabéns pudesse começar, parei um garçom e peguei uma taça com champanhe. Bebi dois goles, sentindo o líquido gelado descer pela minha garganta. A conversa com a Hannah ainda está fresca na minha mente, porém, não quero pensar nisso. Não agora. Já tive choques de realidades demais por hoje para ficar remoendo o que rolou por todos esses anos.

Olhei para a mesa da Rita e vi apenas o Harry mexendo no celular - para variar - e a Hannah dançando na pista de dança com a Milla. Sem sinal de Dener, Lúcia ou o Max. Eles estão fazendo alguma coisa fora daqui ou eu que estou me preocupando demais?

Dei outro gole no champanhe e passei pela porta entre a cozinha e o quintal, vendo Rita com uma taça em mãos no sofá, conversando com um homem negro e bem atraente, que está no momento arrancando risadas da mesma. Hm... Isso vai ser interessante.

Dei uma risada por cima de outra golada no líquido e fui até a cozinha, vendo os meus pais conversando com os cozinheiros e os poucos garçons que estão esperando os outros se aproximarem para trocarem e irem circular em seu lugar.

  - O bolo fake vai ficar naquela parte ali - Minha mãe apontou pela janela para a mesa de vidro que está no canto do jardim. - Vamos trazer para onde eu fiz o discurso e colocar o bolo e alguns enfeites rápidos e simples lá. Depois é só distribuir normalmente e pronto

  - Sim, senhora. - O chefe de cozinha concordou.

Peguei um potinho com doce de chocolate e maracujá em cima da bancada, sobre as bandejas e levei uma colher a boca. Deixei a taça vazia ali e me virei para sair da cozinha, mas alguém bateu com tudo contra o meu doce e o meu corpo. Dei dois passos para trás, recuando e encarando o tecido azul que felizmente não sujou. Dei um suspiro de alívio.

Meu "Babá"? (Completo)Where stories live. Discover now