My feelings

2.2K 245 123
                                    


 A árvore de cerejeira, com certeza a natureza mais linda daquela praça. Suas folhas rosas se destacavam aos olhos de todos que passavam, e no dia, a luz do Sol a iluminava.

  Três crianças, correndo, pulando,  transmitian a alegria, e o sorriso sincero sem mesmo perceber. O vento bagunçava seus cabelos, e isso tudo era mais do que divertido.

Se escondendo atrás da árvore mais chamativa, a criança de cabelos verdes sorria inocente, tapando a boca para não ser descoberto.

- 9, 10!... Prontos ou não, lá vou eu! - ela ouvia atentamente qualquer barulho, e virava de um lado para o outro, na procura de seus amigos - Midoriya-san, Iida-kun, cadê vocês? Todoroki-kun... Eu vou achar!

Seus pés tocavam as folhas caídas delicadamente, na tentativa de não fazer barulhos que a identificariam.

- hum... - direcionando seus olhos a grande árvore de cerejeira, seus extintos apitaram - ACHEI! - saiu de trás da árvore pulando, assustando o garoto que lá se escondia.

- A! Uraraka-san! Isso não é justo! Por que eu sou sempre o primeiro a ser achado? - perguntou emburrado, deixando suas bochechas rosadas naturalmente infladas.

- porque você não se esconde melhor da próxima vez Izuku? - sua mãe bagunçou os cabelos do filho sorrindo.

- é verdade mamãe! Eu vou me esconder tão bem que a Uraraka-san nunca vai me achar! - disse sorrindo enquanto pulava confiante.

- agora só falta achar o Iida-kun, e o Todoroki-kun - a acastanhada pulou esticando um braço pra cima - assim eu ganho!

- mas eu quero ganhar também! - o esverdeado protestou - você é injusta!

- então me ajuda a achar eles? - ela sorriu.

- ajudo! - diz sorridente.

- então temos um trato? - a garota colocou as mãos na cintura.

- sim! Mas sabe de uma coisa? - ele imita a menina, colocando suas mãos na cintura.

- o que? - perguntou confusa.

- você não disse 1, 2, 3, Midoriya! - começou a correr.

- a não Midoriya-san! Você tá roubando! - ela sai atrás do menino gritando.
 
- eu ganhei mamãe! Ela não conseguiu me pegar! - pulou no colo da mais velha.

- parabéns meu filho - abraçou a criança em seus braços.

- eu te amo mamãe!

- eu também te amo Izuku!

  Sorriu se deixando levar pelas recordações, observando a mesma árvore em que costumava brincava anos atrás.

- pelo menos, você durou - olhou para a cerejeira que permanecia com suas folhas radiantes, viva e fortes.

Tocou no tronco da árvore, com as lembranças vivas em sua memória. Fechou os olhos, aproveitando a brisa que o vento lhe oferecia.

- queria que aquelas amizade também tivessem durado pra sempre... - sussurrou se afastando da madeira.

[...]

Adentrou a sala de paredes brancas, observando a mulher que se encontrava desacordada numa cama branca, enquanto ficava ligada a aparelhos respiratórios.

- dês desses últimos dias, os exames constam uma melhora, e é possível sim uma recuperação de parte dela - sorriu educadamente olhando para o menor.

- sério? Isso é uma ótima notícia - depositou seu nervosismo apertando o vaso de flores que segurava instavelmente.

- sua mãe, é uma mulher muito forte, vai sobreviver - o confortou apoiando sua mão no ombro do mesmo

- espero que sim... - suspirou baixinho.

- bem, qualquer coisa, por favor me chame. Pode ficar a vontade - arrumando seu jaleco branco, acenou deixando o local.

- obrigado - apenas fixou seus olhos na mulher de cabelos verdes, que se mantinha desacordada.

Suspirando pesado, andou até uma poltrona, depositando as flores na bancada, retirando o vaso com folhagens já murchas que lá habitavam, o trocando pelas novas. Tirando sua mochila das costas, repousando-a em seu colo.

- oi mãe.... O médico disse que a senhora tá melhorando, espero que logo, logo possa acordar e ir pra casa - apertou a mochila tentando se acalmar.

Relaxou sua tensão respirando fundo, ver sua mãe naquele estado era muito difícil para sí.

  Ela era seu porto seguro, sempre contava com a mesma, a pessoa mais especial que tinha. E, descobrir através de uma ligação, que a mulher que você mais amava, que cuidou de você a vida toda, estava em coma após um acidente de carro, era torturante.

- essas semanas tem sido muito agitadas, nem tive tempo de te contar o que estava acontecendo... - descansou sua cabeça na cama, fitando a parede - eu te disse que estava ajudando um menino, o nome dele é Bakugou, mas eu apelidei ele de Kacchan, achei fofinho. Ele me pediu pra ajudá-lo a conquistar um menino, acabei aceitando devido as circunstâncias... Mas agora... tudo mudou.... E, eu nem sei mais o que fazer - virou seu rosto até a mulher de cabelos verdes, idênticos aos seus - o que é amar mãe? As vezes... Me pergunto se algum dia vou poder compartilhar esse sentimento com alguém.

Observou o chão branco do quarto tristonho, a única coisa que ele sabia do amor, era o quanto ele era bonito ao seus olhos, e os sentimentos que estavam escrito nos livros de romance.

- Kirishima veio me pedir ajuda hoje na escola, o Kacchan gosta dele... O ruivinho metido com aqueles espetos de cabelo, me pediu pra ajudar a conquista-lo, tsc, foi a mesma coisa que aquele loiro rabugento me pediu... - focou seu olhar para a porta fechada com a cara emburrada - eu não aceitei, disse que não era bom com isso, inventei qualquer desculpa, acho que ele deve ter percebido que eu não queria ajudar. Mas de qualquer forma, eu não ia ajudar mesmo, não suporto ele e aquele sorriso sínico!

Um silêncio se formou enquanto ele encarava a porta, como se ela fosse o ruivo tão odiado por si, e que o exploderia com o olhar a qualquer momento.

- o Kacchan... - sua feição amoleceu - Ele é super legal, eu gosto de ficar com ele - sorriu recordando - ele disse que eu sou lindo... É, ele disse que eu sou lindo - riu baixinho sem se importar, mas logo voltando a consciência - q-quer dizer, eu não gosto dele desse jeito, eu só gosto dele... Como, a-amigo - suas bochechas coraram, e o mesmo abaixou a cabeça tampando seu rosto.

     

   [...]

O esverdeado passou um tempo conversando com sua mãe inconsciente, falando mais sobre seu dia, sentimentos, e entre outros.

Ele pensava como se a de cabelos verdes pudesse ouvi-lo, então, se sentia confortável a falar, mesmo sabendo que não seria respondido.

Saudades mamãe...

O que não era pra acontecer | Katsudeku *CANCELADA*Where stories live. Discover now