Nothing To Lose¹ • JJ

trinta e sete

Olho para a pessoa ao lado dele, uma mulher, parecia um pouco mais jovem que meu tio. Cabelos loiros escuros, olhos castanhos, pele do rosto rosada com apenas algumas linhas de expressão na testa e rugas em volta dos olhos, estava tão sorridente quanto o meu tio, apoiava a mão sobre o peito de Jeffrey que era coberto pela parte de cima de um terno e a outra mão segurava o seu vestido branco para baixo, ambos bem arrumados, parecia um evento.

Dou mais um passo em direção ao sofá, e sendo mais detalhista encaro a mão da mulher até ver um anel em seu anelar, fino, dourado. Uma aliança.

Meus olhos correm para as mãos do meu tio na foto, e por não estarem a vista corro até a mão esquerda dele agora, se ele tivesse uma aliança eu repararia, certo? Encaro sua mão livre e firmo os olhos em uma mancha mais clara que seu tom de pele no dedo anelar, uma marca, marca de uma aliança.

Dou alguns passos assustada para trás e me sinto chocada o olhando com os olhos arregalados, meu instinto é de sair da casa mas posso jurar que antes de sair vi caminhos molhados contra a luz embaixo dos seus olhos.

Meu tio tinha chorado.

Abro a porta confusa e dou de cara com o carro de Kie chegando, fecho a porta com pressa e quase corro até o veículo entrando novamente na porta de trás.

— Está tudo bem?

— Aconteceu alguma coisa? -Nego com a cabeça para as duas perguntas, me sinto perdida.

— Con-conseguiu, a chave? -Pergunto olhando para JJ que tinha uma expressão cansada e triste no rosto, ele ergue a chave entre os dedos me dando um sorriso triste, o abraço no mesmo momento.

— Ele fez algo? -Pergunto baixo o suficiente para somente ele me ouvir.

— Não, ele estava dopado, com o mesmo remédio que o seu tio -O aperto mais em meus braços e travo.

O que Luke Maybank faria quando descobrisse sobre a Phantom?

— Vai ficar tudo bem -Tento o convencer, sinto ele assentir e beijo seu ombro me afastando e tocando em seu colar, o suficiente para ele entender que era um gesto que demonstrava que eu continuarei ao seu lado.

O loiro abre um sorriso sem mostrar os dentes e confirma com a cabeça, entendendo o recado.

— Obrigado -Diz baixo e agarro sua mão, com a outra traço linhas aleatórias das costas da sua mão até metade do seu antebraço, refaço esse caminho mais de uma vez sentindo a pele de JJ se arrepiar por de baixo das minhas unhas.

Estamos quase lá, agora é só pegar a Phantom.

O caminho parece ter sido três vezes mais rápido, porque quando vi já estava parada atrás de JJ que arrastava o portão de madeira do armazém onde estava a lancha.

— Aí está ela, ei garota. Uma Formula 402 SR1 de 1983: A Panthom -Sorrio com a voz encantada de JJ enquanto retirava os panos de proteção, olho para a lancha que até que estava bem conservada.

Phantom, uma lancha que você consegue usada por uns vinte e seis mil, doze metros de comprimento de fibra de vidro com uma capacidade de combustível de mais de nove mil litros.