|CORA|
Eu sou alguém lidando com as consequências de ser filha de pais que não me queriam, levo a vida sempre fugindo do que possa respingar em mim por conta deles.
Então o universo deu um jeito de eu conhecer você, logo você, este ser intenso, orgu...
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O competidor que chegou por último era estranho, mas nem liguei para isso, manter o foco na corrida era mais importante, só que quando eu vi o mesmo competidor, num páreo fácil comigo, começo a suar frio, cogitando perder, ninguém nunca antes já chegou perto de me ultrapassar, e agora esse novato estranho, está num páreo comigo pelo primeiro lugar e isso é... hilário.
Quando ele finalmente me ultrapassa deixa de ser hilário, porque perder não é muito do meu feitio por aqui.
— Porra!- Grito por trás do capacete.
O som reverbera em meus ouvidos e fica martelando em minha cabeça, mas já era tarde demais, o competidor já tinha ultrapassado a linha de chegada.
Alguns segundos depois, quando finalmente o alcanço, em segundo lugar, observo aquele competidor com mais atenção, ele está olhando as unhas, ainda de capacete.
Um a um, meus parceiros de corrida vão estacionando suas motos junto da minha, e eu sei que todos estão questionando quem é o mais novo vencedor.
Só que novamente o dito cujo nos deixa de boca a aberta ao retirar o capacete, porque não é um cara, mas sim uma mulher.
Uma mulher, de lábios com batom vermelho, cabelo curto e olhos bem castanhos.
— Isso foi deveras muito fácil, estou agradecida pela pequena distração, rapazes- Ela se apoia na moto enquanto fala.
Cruzo os braços.
— Está de brincadeira?
Solta uma gargalhada maléfica, e que estranhamente mexe comigo.
— Eu não!- Dá de ombros— Vim aqui com o intuito de competir, e consegui!
Semicerro os olhos para ela.
— Sabe que esse circuito não é misto, né? É um circuito masculino, assim sendo, sua vitória não conta.
Os outros competidores soltam risinhos.
Ela estala a língua, descontente.
— Desculpa, eu não li a placa onde dizia isso.
Os caras dão risada com gosto.
Palhaços!
— Muito bem, rapazes, foi um prazer competir com vocês, se é que posso chamar isso de competição, mas agora eu preciso ir, sou clandestina por estas bandas.
Estou boquiaberto, quem essa maluca pensa que é?
Mas não tenho tempo de perguntar, porque logo ela vira as costa e monta em sua moto. Observo as iniciais em sua jaqueta, muito intrigado com ela.
A moça sai, guiando sua moto com maestria, deixando a todos nós, inclusive a mim, sem entender o que aconteceu ali.
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Eu resolvi postar a continuação do outro capítulo logo para que no fim desta semana que se inicia eu possa voltar com os capítulos maiores 😊
Bem, agora sabemos que Cora já esteve com Salvatore, resta saber como será esse reencontro, hein?
