Capítulo quatro

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Então ele tinha tempo de estudar, trabalhar em uma cafeteria e ainda ser cuidador aos fins de semana?

Toda aquela pose de super herói estava claramente passando dos limites e eu precisei respirar fundo e não deixar aquilo me atingir. Quando pudemos, enfim, entrar no lugar, recebemos os aventais verdes como os de Hoseok e foi o próprio quem me entregou um deles.

— Você quer ficar na ala com os menores ou com os maiorzinhos? — Hoseok perguntou em voz baixa, como se fosse um segredo e eu franzi o cenho, confuso. Ato que o fez continuar — Estão dividindo os grupos pra falar com as crianças aleatoriamente, mas posso colocar seu nome na lista que quiser.

O jeito como Hoseok agia sempre me deixava em estado de alerta. Fosse pelo sua inteligência que parecia vir completamente do nada, até os lugares onde eu o encontrava e o modo como ele sempre parecia querer me agradar.

Não tinha dado a ele nenhum motivo para ser legal comigo, então era difícil aceitar que ele o fazia apenas porque queria e não porque tinha alguma intenção por trás disso.

De qualquer forma, não quis pensar demais sobre isso naquele momento, então apenas respondi o mais curto que pude.

— As menores — amarrei o avental verde nas costas.

— Quem bom! — ele sorriu — Eu também vou pra lá.

Em meio a um suspiro, pegamos os carrinhos com brinquedos próprios para as crianças menores e seguimos até a ala indicada com mais alguns colegas. Qualquer sentimento contrário foi substituído quando encontramos os pequenos e eu finalmente sorri quando cheguei perto deles.

Foi inevitável checar se estavam todos bem, se tinham machucados ou qualquer coisa do tipo, mas pareciam saudáveis e contentes já que receberiam brinquedos novos. Eram todos muito agitados e era comum que eu correspondesse na mesma medida, o que causou uma pequena aglomeração ao meu redor.

Só não era uma bagunça maior do que a que se formava ao redor de Hoseok, que havia se sentado no chão para ficar na altura dos pequenos e parecia tão infantil quanto eles. Brincavam juntos e pareciam todos apaixonados pelo cuidador de um jeito muito bonito, eu tinha que admitir e ver o sorriso inocente no meio de outros mais inocentes ainda era de aquecer o coração.

Mesmo assim, não mantive minha atenção nele por muito tempo, me concentrando na minha própria tarefa.

Algumas crianças pegavam brinquedos novos e tropeçavam para longe, mas outras se agarraram nas minhas calças e acabei perdendo o equilíbrio. O susto foi grande, principalmente quando achei que cairia por cima de um deles, então inclinei meu corpo para o lado, levando a mão ao chão na tentativa de aparar a minha queda. No entanto, assim que senti a palma forçar o piso, notei que tinha me machucado.

Meu pulso doía muito e achei que pudesse ter deslocado, então fiquei sentado no chão, porque precisei me segurar para não deixar as lágrimas involuntárias transbordarem.

Meio segundo depois, Hoseok estava ao meu lado. Os olhos geralmente gentis estavam preocupados e ele não arriscou me tocar antes de perguntar.

— Está doendo muito?

Pensei em negar, dizer que não era nada demais e que já iria me levantar e resolver sozinho, mas gemi quando tentei exprimir qualquer coisa. Então apenas confirmei com a cabeça, envergonhado e com medo de acabar deixando escapar outro som constrangedor.

Hoseok chamou uma das crianças, pedindo para que procurasse ajuda e eu mordi o lábio, muito tentado a negar, mas sem condições para isso. Ele me ajudou a levantar já que só conseguia me apoiar com a mão esquerda e quando outra cuidadora apareceu, ele pediu para que ela ficasse no lugar dele enquanto me levava até a enfermaria.

— Não precisa — falei em voz baixa — Eu posso ir sozinho. Só precisa me dizer onde fica.

— Eu vou com você — insistiu, sem dar nenhum motivo e nem brecha para discutir.

Eu arrumaria um jeito de fazer isso, de qualquer forma, em qualquer outro momento, mas não não fiz. Os passos dele acompanharam os meus pelos corredores até a ala correta e ele chamou a enfermeira pelo primeiro nome quando pediu que ela checasse meu pulso.

— Foi uma torção feia — a moça concluiu quando tocou levemente e eu franzi o rosto pelo desconforto — Precisa ir ao hospital, vai ter que usar o gesso por um tempo.

Suspirei, frustrado porque aquela era a mão que eu usava para escrever.

— Quanto tempo?

— O médico é quem vai dizer — respondeu, aparentemente compadecida.

— Você me espera um minuto? — Hoseok perguntou — Eu vou com você até o hospital. Só preciso avisar...

— Eu posso pegar o táxi — disse, me levantando da maca — Não precisa se preocupar tanto assim.

— Você pode acabar magoando mais o pulso se for sozinho — falou, me seguindo pelo corredor.

Não respondi, apenas deixei que ele me seguisse e vi quando ele parou para falar com uma colega quando chegamos ao pátio. Não o esperei, saindo da instituição segurando o braço próximo ao corpo, mas instintivamente tentei erguer a mão quando vi um táxi se aproximar.

A dor me fez puxá-lo de volta e Hoseok, repentinamente, estava ao meu lado de novo.

— Eu disse que podia se machucar — lamentou, fazendo ele sinal para o táxi e abrindo a porta traseira para mim.

Eu ainda não compreendia absolutamente nada sobre ele, mas enquanto ele me aguardava entrar no carro, eu o encarei como se quisesse descobrir. Ele não desviou e dessa vez não parecia que iria ceder à minha encarada.

Foi por isso que nesse momento, fui eu quem cedi.

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OLAAAAAR

Pois é Ki, o karma, ele chega. E agora playboy? ai fugir?

Espero que tenha gostado meuzamores 

A gente se vê semana que vem <3

Psicologia Magnética | KiHoOnde histórias criam vida. Descubra agora