Vermelho No Prata (Mareven)

Capítulo Final

No Capítulo Anterior:

Sei que o que estou fazendo com Mare é errado, ela tem todo o direito de saber que está esperando um bebê meu, a gravidez de risco torna a pressão ainda maior, ela pode sofrer um aborto a qualquer momento e o mais aconselhável, é abortar pois ela é jovem e poderá ter outros filhos. Mas em um ano nosso acordo acaba e se ela decidir ir embora?

O medo me corrói e não sei o que fazer, a única coisa que desejo é ter uma família com Mare. Quando eu soube da notícia mal consegui acreditar e por incrível que pareça, fiquei feliz, mais do que imaginei que poderia, mas então o medo veio, e decidi não contar nada a Mare por enquanto. Só espero que isso não estrague as coisas entre nós dois, tudo anda tão bem que sinto medo.

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Pov Maven Calore

Enquanto ando pelo corredor em direção a saída do palácio atordoado com o dilema de contar ou não para Mare sobre a gravidez dela, um dos guardas entra carregando Mare nos braços e eu arregalo os olhos correndo na direção deles.

-Eu a encontrei caída no jardim Majestade.- o guarda explica.

-Me dê ela, vá chamar SRª Skonos imediatamente, mande-a para a enfermaria.- ordeno tomando Mare em meus braços, a levo no colo as pressas para a ala hospitalar, sinto meu coração acelerado no peito.

-Mare, acorda por favor.- peço aos deuses enquanto corro com Mare pelos corredores, finalmente chegando na ala médica.

A coloco em uma das camas e vejo sangue manchar seu vestido

-É a rainha!- ouço um dos curadores responsável pela ala gritar.

-Ela está perdendo... Ela está perdendo...- e pela primeira vez na minha vida eu perco totalmente a postura de majestade e me entrego ao desespero, sem me importar com quem me veja naquele estado, não da para ser frio diante de uma situação dessas, meus olhos lacrimejam e minhas mãos tremem.

-Calma Majestade, o príncipe ficará bem.- o médico tenta me acalmar.

-O que houve com ela?- ouço a voz de Sara ecoar no quarto assim que ela chega.

-Ela está tendo um sangramento, temos que conter.- o médico diz enquanto começa a por aparelhos e ver se tem pulso.

-O coração dela está fraco.- ele diz para Sara.

-Eu sabia que isso poderia acontecer, Mare ainda é muito jovem, segurar uma gravidez até o fim na idade dela será difícil.- ouço Sara comentar e como se houvessem me jogado um balde de água gelada eu desperto do meu estopor.

-Sara, salva ela, não deixe eu perder ela.- ordeno autoritário e nervoso, segurando o médico pelo colarinho da camisa. -Você tem que salvar ela!- a camisa dele começa a sair fumaça, o que significa que estou perdendo o controle.

-Majestade.- o homem murmura e o solto.

-Ela está perdendo sangue rápido demais, cada minuto é extremamente precioso.- Sara explica e eu me retiro da sala atordoado pedindo aos deuses que ela fique bem, me encosto na parede, minhas pernas fraquejam, me sinto amargurado, eu não posso ter lutado tanto por Mare para no final perdê-la.

Levo as mãos ao alto da cabeça, puxando alguns fios de cabelo para tentar controlar o desespero, eu nunca imaginei a possibilidade de ter um filho com quem amo, ter uma família e ter isso arrancado tão facilmente de mim. Eu lutei, fiz tudo para tê-la.

Não sei quantos minutos se passam até que eu possa me recompor, decido sair do palácio para esfriar um pouco a cabeça, sei que qualquer notícia de Mare, virão me avisar, seja boa ou ruim.