— Que pena! — comento, falsamente indignado, e preciso lutar contra um sorriso. As circunstâncias são estranhamente favoráveis. Se isso não é uma intervenção divina em favor de Noah, eu não sei o que é. — Quer dizer que não estão registrando ocorrências oficialmente?

— Estamos registrando manualmente até que tudo volte ao normal. — ele mostra os papéis, confirmando o que pensei. São mesmo listas. — E então? O nome do seu amigo?

— Noah. Noah Urrea. — respondo. Sr Paliwal analisa as folhas em busca do que preciso. Quando encontra, volta seu olhar a mim.

— Ele está mesmo aqui. Foi detido há cerca de uma hora.

— Por que, exatamente?

— Vandalismo. O garoto estava pichando a fachada de uma velha casa do bairro.

Pisco algumas vezes, sem acreditar no que acabo de ouvir. Só pode ser brincadeira. Esse nem é o tipo de coisa que Noah faria! Mas Krystian Wang...

— Ele pode receber visitas? — pergunto.

 — Lamento, mas não. O horário não permite.

Engulo em seco ante a informação. Não, não pode ser! Eu preciso falar com Noah de qualquer maneira. Apenas agradecer ao pai de Any e ir para casa não é uma opção, então insisto.

— Não pode abrir uma exceção? Eu preciso muito vê-lo, saber como está.

— Não. Eu o deixaria entrar se pudesse, mas tenho normas a seguir. — ele volta a deixar as folhas no balcão.

Respiro fundo, desejando que tais normas se explodam. A situação é séria demais para simplesmente abaixar a cabeça e aceitá-las, então decido que serão quebradas de um jeito ou de outro. Definitivamente, elas não ficarão em meu caminho.

— Sr Paliwal, por favor, Noah é um irmão para mim. Não terei paz enquanto não nos falarmos. Me dê apenas cinco minutos e eu vou embora. — imploro.

— Josh... — o homem coça a nuca, contrariado. Posso ver que ele quer ajudar, mas a ética policial o impede.

— É tudo o que peço. — volto a insistir, usando toda a minha persuasão dessa vez. — Prometi à Sra Urrea que o veria pessoalmente e mandaria notícias. Ela está aguardando meu contato. — minto, a fim de comovê-lo. — Não quer deixar uma mãe sofrendo, sem saber sobre o estado de seu filho, certo? O senhor é pai. Deve imaginar quão aflita ela está. — desfiro o golpe final, torcendo para que ele acredite em minhas palavras.

Edward suspira, claramente afetado agora. Seu pescoço gira vagarosamente, em busca do colega de trabalho, que encontra-se a poucos centímetros de nós. Assisto impacientemente enquanto os dois trocam olhares que parecem durar muito além do necessário. Após lentos e torturantes segundos, o outro policial acena positivamente. Sr Paliwal o responde com o mesmo gesto silencioso.

— Tudo bem, apenas cinco minutos. — ele volta seu olhar em minha direção, cedendo por fim. — Nada além disso, está bem?

Respiro aliviado. Deus abençoe esse homem!

— Está ótimo. Muito, muito obrigado! — agradeço. Recebo um breve aceno em resposta.

Touching Paradise • BeauanyWhere stories live. Discover now