Cap 39 - Conexão

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Quando que o meu irmão mais novo ficou tão maduro e responsável assim? Ele era tão indiferente as coisas, e deixava tudo passar em branco, sem nem esquentar a sua cabeça. Agora, só parece mais ciente de tudo, o bastante para respeitar o espaço da pessoa que mais ama no mundo. O Harry está aqui, agindo com certa indiferença, mas ao ouvir isso da sua boca, posso ter toda certeza que ele está preocupado mas prefere não intervir enquanto a Hannah não quiser.

Ver essa situação de tão perto faz meu coração apertar. É difícil engolir o fato dos gêmeos estarem crescendo de maneira tão rápida, e o pior, eu não estou tão perto quanto queria. Não estou cumprindo meu papel de irmão mais velho que prometi cumprir. Estou me sentindo impotente demais.

Preferindo não tocar mais no assunto, deixei Harry na sala e não me atrevi a ir atrás da Hannah. Apenas fiquei abatido o suficiente para ir até a cozinha com a expressão mais insatisfeita que posso imaginar.

  - Bom dia! - Milla sorriu ao me olhar e depois voltou a prestar atenção no fogão. - Seu irmão me pediu para fazer panquecas. Não sou tão boa nisso mas não consegui negar. - Riu consigo mesma.

Me sentei na ilha e apoiei ambos os braços também. Fechei os olhos, enchendo o máximo de ar que consegui e soltei devagar. Minha cabeça está rodando.

A ruiva colocou um prato já pela metade de frente pra mim e em seguida se aproximou com a frigideira. Começou a despejar as panquecas ali.

  - O que foi? - Perguntou sem me encarar.

Tanta coisa que se você descobrir eu sou um homem morto.

  - Não é nada - Dei de ombros e levantei para pegar outro prato.

  - Aham, ata. - Colocou a frigideira no fogão novamente. - Sei que tem alguma coisa te chateando, Den

  - É só a Hannah... - Falei voltando e me sentar.

Peguei algumas panquecas e tentei me focar em comer.

  - Sei... - Milla sentou de frente pra mim, me encarando com o seu olhar de preocupação e curiosidade. - Ela está bem?

  - Não tenho ideia. Harry disse que ela se trancou no quarto e não quer falar com ninguém, nem com ele. Qual a probabilidade de ter acontecido alguma coisa?

  - Mínimas - Ergueu uma sobrancelha. - Ela é adolescente, deve ser algo relacionado a escola ou algo do tipo. Não deveria se preocupar tanto

  - As vezes a vontade de proteger os dois fala mais alto...

  - Eu sei que sim, mas eles precisam crescer sozinhos. Felizmente os dois tem um ao outro.

Concordei com a cabeça, mesmo não querendo. Sei que ela está certa, só que, ainda não é tão fácil aceitar.

  - Come e relaxa, okay? Vou tentar falar com ela depois - Ergui o rosto para encarar a ruiva, que colocou a mão sobre a minha. - Eu prometo.

Encarei o seu toque gelado e engoli a seco, tentando não puxa o meu braço de volta. Desde quando me sinto tão distante dela assim? E o pior, quando ela ficou com as mãos tão frias quanto agora?

(....)

No dia seguinte, terminei de colocar o meu sapato social e arrumei meu cabelo da maneira mais simétrica que consegui.

  - Filho, está pronto? - Minha mãe apareceu na porta do quarto.

Dei um sorriso ao vê-la.

  - Uau, dona Rita, é você mesmo? - Ela revirou os olhos sorrindo. - Está linda, mãe.

Meu "Babá"? (Completo)Where stories live. Discover now