"Gosto de estrelas-cadentes." Harry comentou. "Acredito que os desejos se realizem quando elas passam."

Assenti querendo ouvir mais. 

"Gosto de neve." ele sorriu ao pensar nisso. "Anjos de neve."

Olhei para a sua cara e observei a sua expressão relaxada, ainda que pensativa. Ele parecia estar a gostar de imaginar e relembrar as pequenas coisas da vida que ele adorava. Não há necessidade de ele continuar a pensar em coisas negativas, em achar que tudo na vida é mau. Quando há milhares de pequenos detalhes e pormenores na vida que nos fazem realmente felizes, que nos fazem pensar duas vezes antes de pensar em acabar com ela. Harry deveria ter-se lembrado disto antes.

"Eu gosto de acordar cedo quando ainda toda a gente está a dormir." eu decidi entrar no jogo.

Harry franziu as sobrancelhas: "O quê? Porquê?"

"Não sei." encolhi os ombros. "Gosto da sensação de acordar cedo, olhar à volta e ver toda a gente a dormir. É estranho, eu sei."

As minhas bochechas tornaram-se novamente vermelhas ao pensar nos meus estranhos gostos.

"Bem, eu gosto de. . ." ele ficou calado por uns segundos até um sorriso malicioso aparecer na sua cara. "Sexo. Eu gosto de sexo."

Os meus olhos arregalaram-se e afastei-me minimamente dele para conseguir visualizar a sua cara. Ele tinha um sorriso afetado na cara enquanto as suas sobrancelhas subiam e desciam de forma sugestiva. 

"Eu pensei que não gostavas que as raparigas te tocassem." eu balbuciei, olhando para cima. 

"Sim, e não gosto. Mas eu raramente deixava que elas me tocassem." Harry explicou. "Mas o que realmente interessa é o prazer. Sexo é bom e ponto final; ficas relaxado e feliz."

Olhei para a frente novamente e continuei a caminhar, não gostando da direção que a conversa estava a levar. Não gostava de me lembrar da quantidade de raparigas com quem o Harry dormiu, muito menos de saber que elas lhe conseguiram dar prazer. Na minha mente, eu sou o único toque que ele realmente gosta. Fiz uma careta ao sentir uma ponta de ciúmes percorrer pelo meu corpo. 

Harry reparou e soltou um risinho, abraçando-me de seguida.

"Não te preocupes, amor." ele comentou. "Tu irás sentir essa sensação, mais cedo do que julgas."

Depois de ele se rir mais uma vez com a minha expressão encavacada, voltámos à nossa conversa preenchendo o resto do caminho até ao hospital com temas tão básicos e maravilhosos como: Nutella, corridas matinais, trampolins, carros, tatuagens, magia, limonada, poemas, café e abraços.

Entrámos dentro do hospital com um sorriso na cara, toda a conversa ajudou a elevar o espírito de Harry aumentando a sua vontade de visitar o Dr. Hardenoíde (como ele, carinhosamente, o tratava). Caminhámos até ao balcão central às dez horas em ponto - ainda que a consulta apenas seja passado quinze minutos. Ele deu toda a informação necessária à rapariga no balcão e dirigimo-nos à sala de espera, onde ficamos por cerca de vinte minutos - a falar de mais umas trezentas coisas adoráveis, como pijamas, ursos de peluche e chocolate quente.

"Harry Styles." o nome dele soou no altifalante. 

Ambos nos levantámos caminhando em direção à sala que nos fora indicada. Harry colocou o seu braço à volta da minha cintura, mantendo-me segura ao seu lado enquanto nos dirigia-mos ao consultório 22-B. Reparei na expressão de irritação que se formou na cara dele. Fiz uma pequena carícia na sua bochecha tentando acalmar o seu aborrecimento. 

"Não sejas assim, Harry." eu murmurei. "Ele só vai tentar ajudar-te, é para o teu bem."

"Sim, já sei isso tudo." ele rolou os olhos. 

DARK JEANSWhere stories live. Discover now