Capítulo 42 - O sangue de demônio

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"Tudo isso... Para não estragar sua reputação?"

"Certamente. Um homem com manchas nunca será um homem virtuoso. Veja Fai Xin, sua vida decaiu por completo depois de todos saberem do assassinato que cometeu e obviamente sobre os maus tratos com seu próprio filho, Fai Chen", Hong Lan sabia bem o que dizer como justificativa de seus atos, porém Hu Long não as engolia de jeito nenhum. "Hu Long, você já tem 20 anos. Deveria saber como esse mundo cresce pelo poder e como os homens o usam de diversas maneiras."

Sem mais palavras, o mais novo tentou acertar o rosto do mais velho, porém, numa fração de segundos, todo seu corpo foi arremessado para uma parede próxima. A força foi tanta que deixou a mesma com uma grande rachadura. Era um poder que Hu Long nunca sequer havia visto o líder do clã Hong utilizar e ainda por cima, a luz que exibira de seus dedos grossos, não era vermelha como o costume da cultivação do clã, e sim verde escura, quase como a cor de musgo.

"Essa força...", Hu Long murmurou, tentando se levantar e falhando nitidamente.

"Hum? Você reconhece?", Hong Lan perguntou, batendo palmas em seguida. "Hu Long... Sempre foi tão inteligente. Isso é admirável. Porém, descobrir muitas verdades pode custar sua vida. Sabe disso?"

Ele sabia bem. Mas, para Hu Long, sua vida já tinha terminado há dois anos atrás. Quando perdeu a sua verdadeira felicidade e mal sabia se a mesma lembrava-se dele.

Então, um sorriso cansado foi esboçado no rosto do guerreiro que, aos poucos, estava voltando a mexer suas pernas, estabelecendo sua força corporal novamente.

"Essa energia é do clã SiRou. O que aconteceu com Madame Tao? Você também a matou? Pelo poder? ", Hu Long encheu o líder de perguntas, já em pé e mancando. "O que A-Ran achará disso? Sabe que eu não esconderei nada dele. Não sou um lixo como você, líder Hong..."

Antes que Hu Long pudesse continuar a dizer, duas figuras encapuzadas entraram na sala principal e andaram rapidamente em direção ao guerreiro machucado. Cada uma delas segurou um de seus braços, deixando-o impossibilitado de revidar quaisquer outros movimentos.

"Merda... O que é isso?", perguntou o menor, tentando se soltar.

"Eu lhe disse. Saber a verdade leva a consequências nem um pouco agradáveis", comentou Hong Lan, levantando seu indicador e tocando brevemente no queixo do filho bastardo, que agora só faltava mordê-lo para pelo menos vê-lo sentir alguma dor.

O líder do clã Hong olhou para as duas pessoas sem uma aparência reconhecível e disse com a maior clareza:

"Li Ming-Yue já se foi há anos. Agora não tenho escolhas a não ser usá-lo como a verdadeira arma do clã Hong. Não se preocupe, querido Hu Long. Você perderá suas memórias e não se lembrará de absolutamente nada", disse o mais velho, olhando depois para as duas outras pessoas da sala e estalando seus dedos. "Façam o que devem. Levem-no para a sala de experiências de meu irmão."

"ESPERE, O QUE?", Hu Long gritou, rangendo seus dentes e tentando assimilar as frases complexas de Hong Lan. Porém, por mais que desejasse respostas, uma das pessoas que o segurava bateu em sua nuca, deixando-o inconsciente e sem noção do que aconteceria com ele depois desse final de tarde.

A única coisa que Hu Long conseguia sentir era frio.

Um frio que estava congelando seus dedos e deixando a pontinha deles roxas, como se estivesse perdendo a circulação de todo o sangue no corpo.

Provavelmente aquilo que estava sentindo era apenas um sonho, pois mesmo com frio, alguém o abraçava pelas costas e tentava o aquecer, dizendo: "Não deixe que esse mal entre em você, Hu Long. Estou aqui... Lembre-se de mim... Eu vou te encontrar..."

The Cultivation of the GazeWhere stories live. Discover now