Capítulo DEZESSETE

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•Lorena

É, eu sou uma tonta. Literalmente.
Bebi um pouco e já faço uma besteira dessas? O pior é que eu não posso pôr a culpa na bebida, pois a culpa foi minha, de nós dois.
Foi um acidente. Na verdade eu queria poder dar uma desculpa do tipo "Foi um acidente. Tropecei e cai super sem querer nos braços de Davi", mas é impossível, porque eu queria aquilo.
Posso dizer que em partes foi sem querer sim, até porque eu não enxergava sequer o rosto dele ou reconhecia a voz. Mas por outro lado, quando nos beijamos, eu já sabia quem era, porém achei que era coisa da minha cabeça.
Eis que não era, pelo contrário, era Davi em carne, osso e olhos que me dava os melhores beijos.

Quando enfim conseguimos nos enxergar, nos assustamos, e ao mesmo tempo queríamos mergulhar um no outro. E novamente graças ao meu senso e auto-controle, consegui parar com aquela situação.
Deixei Davi sozinho, e fui embora em direção ao "meu" carro, aquele lá que eu e minhas amigas revezamos a vez.

Enquanto eu caminhava para a saída, estava pensando indignada na tamanha burrada que fiz, pois eu sei que depois disso, no colégio ele vai fingir que não existo. Sim, sim... Bem moleque.
Mas agora para mim tanto faz, é só eu fazer o mesmo.

Cheguei no meu carro, quando o gostoso... OPS, DAVI, me pegou de surpresa, e me empurrou contra o carro.

Eu não sei se ele faz isso com todas, ou se é coincidência... Mas pela segunda vez ele faz uma coisa que eu acho absurdamente sexy. O quê? Me pegar de surpresa e me deixar sem saída.
Eu gosto disso, do homem provar que é homem.
Porém, isso não muda a minha opinião de que ele é um moleque, canalha.

Davi tem olhos provocantes, e o pior: ele sabe e usa isso à seu favor. Grudando-os nos meus.
Bom, nem preciso dizer o quanto estou indefesa nesse momento né? Minha vontade era de agarrá-lo, me afogar nele, e esquecer do mundo. Tipo, uma crise de amnésia ou como uma viciada em chocolates.
Mas não! Eu não posso, e sou obrigada a dar um gelo naquele momento dizendo que queria ele longe de mim, pois aquilo não acabaria somente em beijos... Difícil resistir à ele, eu juro.

Continuando... Falei uma coisa que me arrependi três segundos depois. Isso! O lance do coração, que ele não sabe o que faz e blá blá blá.
Fui muito tonta de falar aquilo. Primeiro porque Davi é uma anta e não conseguiria compreender. E segundo que, se ele entendesse, pra ele isso seria uma tremenda merda que saiu da minha boca.
Agora, se ele entendeu ou não eu não sei, pois não deixei ele falar mais nada, exatamente porque eu não queria saber.

Mas que essa frase bateu um medo nele, bateu. O "Isso foi um conselho?" dele, provou que eu consegui deixá-lo um pouco desestabilizado. O por quê, eu não sei. Pode ter sido só o efeito da bebida mesmo.

Mas ai ai ai... Ao mesmo tempo que quero ele longe de mim, preciso de mais e mais, e mais.

•••

No dia seguinte, domingo, acordei com um pouco de dor de cabeça, e vontade enorme de dormir o dia inteiro. Famosos sintomas de ressaca.
Minha cama é minha melhor amiga, mas relutantemente me levanto.

-Bom dia Daph... Tô morrendo de sono. - digo me dirigindo à mesa do café da manhã.
Daph me olha com uma cara de insatisfeita e sarcástica.
-Nossa amiga desculpa! Nem te esperei pra ir embora, mas é que eu tava fugindo de uma pessoa aí... - digo rapidamente me explicando.
-Já sei!! Davi... - sou interrompida por ela.

Daphne é como uma irmã para mim, ela sabe tudo de mim e sobre mim de olhos fechados, então óbvio que ela adivinharia de quem eu estava fugindo na noite anterior.

-Ele mesmo... Na boa? O beijo dele é bom, ele é lindo, tudo nele é maravilhoso, mas ele sabe disso e é por isso que eu não o suporto. Um moleque, metido pra variar.
-Será mesmo que você não o suporta? Ele nunca fez nada para você pensar isso amiga. - Daph diz de forma sugestiva.
-Mas ele também nunca fez nada para me fazer pensar o contrário.
Ficamos em silêncio na mesa tomando o nosso café da manhã, e o que Daph disse me deixou bem intrigada. Decido parar de pensar nisso.
-Tá brava comigo? - pergunto à ela.
-Não amiga, por que eu estaria? - Daph diz rindo.
-Fui embora sem te avisar, tonta.
-Aaah! Relaxa que eu vim com Pedro. Você viu? Ficamos juntos o tempo todo, na verdade ele fez questão. Será mesmo que ele presta? Ou só faz papel de bom moço pra me comer?
-Ai Daph, eu não sei... Na verdade eu acho um pouco suspeito ele "prestar" sendo amigo do Davi. Mas vai que ele é um cara legal mesmo, deixa rolar. Qualquer coisa é só dar um pé na bunda dele. - digo rindo.

Ficamos conversando por alguns minutos, e quando vejo a hora, já estava me atrasando para a seção de fotos que eu tinha marcado na agência.
Saio literalmente correndo, pois essas fotos são muito importantes, e além disso eu ganharia uma graninha extra.

OLHA NO MEU OLHOUnde poveștirile trăiesc. Descoperă acum