Zina || Matías Viña

verena, Você.... ah caramba

Estava animada naquela manhã, seria o casamento de uma das minhas melhores amigas, apesar de ser uma cerimônia simples e para poucas pessoas, era extremamente importante pensar naquele momento, Matías e eu seríamos padrinhos, era a primeira vez que nós faríamos algo desse tipo juntos. Ficava feliz por ele e Karina se darem bem, assim como Caiada também gostar da gente, nosso ciclo de amizade, vinha se tornando aos poucos maior, muito em breve teriam várias crianças correndo entre nossas pernas e nos deixando malucos com sua bagunça, era algo que esperava com certa ansiedade.

Matías me ajudava a fechar os botões do vestido, ele deixava a mão escapar com certa frequência, desajeitado para aquela tarefa delicada, eu ria baixo a cada vez que ele se embaralhava. O vestido vermelho, destacava minha barriga, pudera ser diferente, ela estava enorme. Assim como ele me ajudou, era a minha vez de arrumar sua gravata, ele ficava uma graça de social e não consegui deixar de pensar em como ele ficaria lindo em nosso casamento, termino o nó e sorri para ele que me retribuiu sincero.

— Só não vou te dar um beijo, pra não ficar com a boca vermelha. — Ele disse segurando a minha cintura.

— Não quero que você estrague a minha maquiagem. — Olho a hora no relógio. — E a gente precisa ir.

— Você está de relógio? — Concordei. — Mulher?

— Homem? — Ri outra vez.

— Pra que?

— Saber a hora e ver o quanto ela vai se atrasar. — Balanço o pulso em sua direção. — Além do mais, eu preciso usar meu relógio caríssimo que meu boy comprou em Doha pra mim.

— Só você pra usar um relógio com essa roupa.

— Você achou feio? — Questionei preocupada.

— Não, acho que ficou ótimo, mas é diferente.

— Amorzinho, você precisa entender que eu sou a mulher do tempo. Agora, vamos logo, estávamos 47 segundos atrasados. — Ele gargalhou e arrumou o cabelo. — Quando você vai parar de usar esse cabelo de Justin Bieber 2010? — Ele deu de ombros e começou a cantar Baby desafinado. — Como cantor, você é um ótimo lateral.

O casamento seria realizado em uma chácara na antiga cidade de Karina, era algo que esperava. Alice e eu, sacaneávamos sobre uma galinha levar as alianças, afinal, ela havia tido uma de estimação na infância. Estava animada para ver o vestido dela, a safada, havia feito um grande mistério, não deixou nem mesmo que a gente fosse com ela.

Felizmente, o caminho que tinha entre o carro e o local da cerimônia tinha pavimentação, se não meu salto iria entrar até a metade na terra. A trilha que seguiríamos entre o arco no início do corredor e o local onde o pastor se encontrava, tinha um grande tapete vermelho. A ordem de entrada foi dada, primeiro a mãe dela e o pai de Augusto — nunca me acostumaria com o nome dele —, depois um casal de padrinhos dele, seguidos por Alice e Kaique — irmão de Karina —, em seguida os outros dois padrinhos dele, e, por último, Matías e eu. Estava nervosa com aquela caminhada, apenas por pensar que muito em breve, seria a minha vez de entrar junto com meu pai para o meu casamento. Augusto, seguia acompanhado por sua mãe, ele usava um traje azul claro, quase branco, combinava com o tom acobreado de sua pele, o cabelo com um topete muito bem arrumado, sem nenhum fio fora do lugar.

— Gostei da cor.

— Não inventa, você não combina essa cor. — Matías me olhou indignado. — Tira essa ideia da sua cabeça.

— Sabia que você ia falar isso. — Vejo pelo canto do olho ele sorrindo, dou uma cotovelada em sua costela. — Ei! — Protestou baixo.

Quando a marcha nupcial começou a tocar, meus olhos se encheram de lágrimas automaticamente, estava feliz pela minha amiga. Seu cabelo cumprido, estava trançado com algumas pequenas flores brancas enfeitando seu comprimento, versões menores das que estavam em seu buquê, seu vestido era pouca coisa rodado, vindo justinho por sua cintura, destacando de maneira suave seu corpo magro, aquela parte era trabalhada em rendas, com padrões que daquela distância não conseguia enxergar, o que poderiam ser.