Capítulo 4 - Faertala

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Após a realização do ritual, Lavina se encontrava entorpecida.

Não sabia se seus olhos brilhavam por ver a magia em alta quantidade ou se era por, finalmente, conhecer Khel.

Como uma criatura, se via presa naquela aura sombria que o inimigo emanava. Sequer estavam no mesmo ambiente, e ainda assim sentira sua presença sombria. Admirava aquilo, e queria tamanho poder para si.

Ao mesmo tempo, sentiu-se atraída pela forma como aquelas cinco pessoas se uniram para fazer magia. Utilizando feitiços que chegasse até Khel, mesmo distantes um do outro. Havia subestimado a magia dos humanos.

Quando recebera um sinal de Zayne para sair do cômodo, Lavina notara ser o momento ideal para engolir seu orgulho e estudar mais sobre a criatura amedrontadora. E sabia que o feiticeiro branco tinha livros, afinal separou uma pilha para si mais cedo.

Com a curiosidade se tornando o objetivo, Lavina se direcionou para a sala de estudos do feiticeiro branco. Deveria ser atenta em aprender mais sobre as táticas usadas por Khel.

Chegado na saleta, encontrara os mesmos livros ainda empilhados sobre a mesa. Os segurou e levou para um canto, onde pudesse se misturar com a sombra e não ser notada.

Segurando o primeiro livro da pilha, analisou a capa esverdeada. Parecia recém-lançado devido as imagens serem mais nítidas em comparação ao livro que lera mais cedo. Foleando, encontrara diversas gravuras de demônios e diferentes criaturas, junto das descrições de suas aparições.

Intrigara-se com tamanhas informações que reuniram sobre a chegada dos demônios. Uma história que era mais antiga que sua própria existência. Os relatos dos livros eram datados e continham os nomes das vitimas de ataque.

Inicialmente, eram poucos humanos que sumiam, que depois foram encontrados mortos em um canto escuro da cidade. O número cresceu na medida em que os mágicos começaram a trazer mais proteção para os humanos.

— Com certeza levaram isso como uma afronta — Sussurrava a criatura, virando a página — Uma guerra bem silenciosa.

Atentou-se com os detalhes dos ataques, como se armazenasse em sua memória para usar em lutas. Vez ou outra tocava em seu corpo para saber, com exatidão, o local que deveria morder. Arreganhou os dentes e inclinava a cabeça ao visualizar uma potencial presa, compreendendo melhor como atacá-lo.

Compreender formas de atacar alguém estrategicamente lhe empolgara.

Largando aquele exemplar, a criatura pegou outro mais fino e o foleou.

Passando os olhos pelas páginas, Lavina sorriu ladino. Alguém tinha feito todo o trabalho de catalogar as diferentes criaturas que já enfrentaram, e que foram consideradas como crias de Khel. As anotações variavam desde aspectos físicos até habilidades mágicas herdadas.

Ver tantos tipos diferentes, a fez lembrar da pequena criatura que tentara invadir o castelo anteriormente. O cheiro que emanava, a forma como jogara uma magia para afastá-la.

Repentinamente, Lavina sentia algo aquecer seu braço. Olhando para o seu braço esquerdo, percebera que a túnica pegava fogo. Rapidamente tirou a vestimenta e a jogou para outro canto, levantando-se do chão imediatamente.

— Mas que diabos...

— Eu sabia, um demônio em nossa fortaleza.

Virando-se, Lavina encontrara um senhor de cabelos vermelhos e olhos raivosos. O reconhecera como um dos integrantes do ritual realizado momentos antes, que auxiliou Zayne.

— Quem é você velhote?

— Não precisa saber, irá morrer.

Ele unira os dedos e fizera outra conjuração de flechas flamejantes, que foram apontadas e atiradas em Lavina. Para se proteger, a criatura agachou-se imediatamente, ficando em frente da estante de livros.

Oráculo de Zayne - Feiticeiro Branco {amostra}Onde as histórias ganham vida. Descobre agora