Capítulo 1 - Procurando a ajudante

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Viver com humanos, estava fora de questão.

Não havia possibilidade de uma criatura e um humano viver harmoniosamente naqueles tempos. Um temia o outro, fosse por conta de magia ou por causa de presas e faces horrendas.

Independente de ambas as raças se suportarem ou não, criaturas eram conhecidas como nômades conquistadores de territórios. Quando cumpriam com suas vontades, partiam para outro espaço, buscando ampliar os prazeres pela invasão.

O problema maior era seguir um bando de demônios que não desejariam criar laços uns com os outros. Era cada um por si.

No momento em que notassem a presença da morena entre eles, iriam atacá-la e impedir que se aproximasse novamente. Estaria usufruindo de uma "vida confortável" sem ter sido convidada. E Lavina sabia que jamais seria convidada por outra criatura para fazer parte do bando. Sequer pertenciam á mesma espécie.

Ainda assim manteve-se escondida em suas vestes, onde seguiria as criaturas pelas terras arenosas em busca de um novo lar. Não paravam para dormir, nem para se alimentarem. Apenas caminhavam em linha reta contra o vento, mantendo os rostos abaixados para evitar a areia nos olhos.

Quem olhasse de longe sentiria medo, pois o bando de criaturas encapuzadas que se escondiam nas sombras causava tal sentimento.

Seus passos deram á um espaço espurco, repleto de lixo jogado pelos humanos. Tão distante de Iamadora, que o único som encontrado era o zumbido do vento pelas montanhas de bodegas inúteis.

Mas continha um aura sombria, que atraíam aquelas criaturas nômades.

Eles se espalharam para verificar o local, buscar alimentos e cobertores para se aquecerem. Lavina permanecera parada olhando em volta, fazendo uma careta sob a capa. Estando sozinha, aproximara-se de uma pilha e cavucara jogando lixo de um lado á outro. O cheiro a incomodava, ainda assim não se afastou. Era sinal de que o mínimo de comida havia ali.

Quando encontrou restos de comida, sentou-se no chão e começou á se alimentar. Era preferível retardar a sua fome, antes que perdesse o controle e atacasse os humanos. Seria o fim de sua vida.

A comida humana não era o ideal, mas forçaria o seu estômago á se acostumar ao gosto de uma pasta cinzenta com moscas voando em volta. Se desse sorte de encontrar algum cadáver...

Barulhos.

Peças caindo.

O vento aumentou.

Lavina erguia os olhos avermelhados em direção contrária ao vento, movendo a ponta do nariz ao sentir cheiro de outras criaturas.

— Droga.

Largando os restos de comida, a morena levantou-se do chão e seguiu o cheiro até o lado oposto do espurco. Preferindo não ser pega, dera passos lentos para tentar fugir.

Escondida atrás de uma pilha de lixo, espiou as criaturas nômades lutar ferozmente com outros demônios. Não pareciam ser diferentes espécies, provavelmente brigavam por território.

A morena espreitara os olhos ao notar a falta de consciência das criaturas sob seus atos. Seus olhos estavam completamente avermelhados, dominados por instintos de sobrevivência.

Não era um bom sinal.

Dando um passo para trás, na tentativa de fuga, pisou sobre um pacote que fizera barulho. Prendera a respiração imediatamente, fechando os olhos em uma careta ao imaginar que tinha atraído a atenção que não queria.

Espiando com um olho, não encontrara criatura alguma lhe fitar. Podendo, assim, suspirar aliviada e dar as costas para a briga territorial, deparou-se com um demônio corpulento de presas grossas.

Oráculo de Zayne - Feiticeiro Branco {amostra}Onde as histórias ganham vida. Descobre agora