Dia 4 de Novembro, são 06h43 e estou à espera da minha boleia para a cidade. Primeiro dia, primeiro turno, primeiro trabalho. Está uma manha fresca, tenho uma blusa polar por cima do polo que me foi oferecido pela empresa, umas calças de ganga que me fazem comichão no joelho, uns ténis rotos nas dobras criadas pelo andar. Saco com papéis e comida às costas.
Sinto me ansioso por começar uma nova jornada.
À espera, junto a uma bomba de gasolina que se vai revelando com o levantar do nevoeiro. Cinco minutos passam e lá vêm eles, num carro preto, daqueles citadinos que ninguém gosta do exterior. Abro a porta de trás do lado direito, digo bom dia enquanto ponho o saco no banco do meio e me preparo para sentar. Recebo os mesmos bons dias e logo de seguida uma pergunta.
- Então, preparado para o primeiro dia?
Luís, 37 anos, 1.7 metros, sportinguista ferrenho, condutor do carro feio, natural de Arraiolos. Óculos rectangulares, Marlboro nos dedos da mão esquerda e casaco como se fosse para a neve.
- Ehm, sim! Vamos ver no que vai dar, ahah.
Ao lado do Luís, estava Duarte, também ele com óculos, 1.9 de altura, benfiquista ferrenho, jogador de futebol nas horas vagas, natural de Arraiolos. T-shirt azul escura como quem não tem frio.
Vão ser duas semanas de instrução, micrómetro, paquímetro, desenhos, medidas, cálculos e pessoas novas. - Ansiedade a subir. - Pessoas novas? Por favor, não. Não tenho paciência para tal, não é do meu feitio, da minha maneira de ser.
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Falta ligação
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Uma máquina de 600 quilos, pintada de verde escuro; 4 pés cilíndricos de 50 centímetros de altura e 15 centímetros de diâmetro fazem a base de uma câmara aberta com 1.8 metros de comprimento, 1 metro de largura e 70 centímetros de altura.
Debaixo da máquina um balde amarelo de ferro, onde cai o desperdício - restos de metal.
Tudo isto envolto em chapas de metal e contraplacado em forma de caserna rectangular, normalmente a 20 centímetros de distância da máquina. Uma porta em cada parede, com aberturas para tapetes rolantes e/ou janelas.
Na parte de trás da caserna, um plataforma giratória que suporta o material metálico que alimenta a máquina para o corte das peças.
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Falta ligação
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Peguei na cadeira pelo assento e fui em direção à porta;
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Vida desesperada
Non-FictionConta-se a história de um rapaz entre os 21 e os 25, que não conhece o caminho certo. Mas ao invés de tentar aproveitar o máximo da vida nessa idade, a sua mente atribulada levantou várias situações de aperto. Uma vida carregada de emoções fortes qu...
