Dezoito

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Victoria

Empolgação.

   Era esta a palavra que descrevia minha reação ao receber uma correspondência vinda diretamente de Hethersfild. Assim que fui informada de tal acontecimento, peguei a carta e dirigi-me imediatamente até meu aposento, subindo as escadas apressada, causando risadas em Marilyn.

   Entrei em meu quarto em tempo recorde, fechando logo em seguida, a porta atrás de mim. Como esperado, o destinatário da carta era ninguém mais ninguém menos do que Olivia. Ela havia cumprido com sua palavra, afinal.

Rasguei o envelope e abri instantaneamente o papel dobrado, onde jazia a caligrafia perfeita e curvada de minha melhor amiga.

Hethersfild, 21 de setembro de 1834

Cara Victoria,

Assim como lhe foi prometido, aqui estou eu, para informar-lhe sobre as novidades ocorridas em Hethersfild desde o período em que foste embora. Bem, à princípio, o que tenho à dizer-lhe vai agrada-la imensamente: tanto seu pai, quanto Verônica, jazem de excelentes estados de saúde; quanto às questões financeiras, peço-lhe que não preocupe-se! Pelo que soube, seus familiares já conseguiram recuperar a propriedade e tem sobre suas mãos  uma quantidade generosa de dinheiro, devido à seu tão generoso ato.
À meu respeito, não há nada de promíscuo ou novo – como sempre. A única coisa que posso dizer, é que estou absorta em um novo romance que papai trouxe para mim, de Londres.
Agora, devo informar-lhe das notícias ruins. Sendo completamente franca com você, Tori, estou preocupada com Michael; ele está realmente péssimo desde que vocês romperam e está ainda pior, depois que enterou-se de sua partida à Longsford.
Oh, querida amiga! Não sabes como dói-me ver a deplorável situação em que ele encontra-se... Gostaria de poder fazer algo, mas nada parece animá-lo! Entretanto,tenho a completa convicção de que tudo dará certo no final das contas.

Apesar do aperto no peito sempre que recordo-me de sua pessoa, torço para que você e seu noivo, possam gozar de um relacionamento saudável e amigável. Espero que estejas feliz e cuidando de si mesma.

Com carinho,

de sua amiga, Olivia.

Olhei para a data da carta: uma semana atrás; era de se esperar que a correspondência demorasse tanto para chegar até aqui, em Longsford. – devido à distância.

   Soltei o papel imediatamente, como se ele queimasse em contato com as minhas mãos. Estava feliz por receber as notícias atualizadas de tudo o que havia ocorrido em minha ausência, mas entretanto, receber informações detalhadas sobre o estado de Michael, fazia-me sentir péssima.

Olhei para a penteadeira, fitando o ponto específico em que a trouxa com os presentes de Michael estava localizada.

   Parando para pensar, faziam dias desde a última vez em que Michael Williams tornara-se foco de meus pensamentos. O que era estranho, na realidade.

  Já faziam 2 semanas desde que havia mudado-me para cá, e apenas uma semana desde que James e eu passamos à entender-nos melhor; acabei descobrindo que nós dois tínhamos mais coisas em comum do que o esperado.

O som de batidas na porta fizeram com que me assustasse, quase tombando para trás devido ao susto. Alisei meu vestido e autorizei a entrada na porta.

   Da soletra da porta, saiu um James extremamente apresentável. Suas vestes estavam ainda mais elegantes do que as que ele costumava usar. Ele ergueu a cartola e posicionou-a sob sua cabeça.

   — Bom dia. — disse-me ele com um sorriso.

   — Bom dia. — apontei para ele —, você vai sair?

Aceite meu coraçãoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora