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Astrid on

Armamos o acampamento, e estamos todos em volta da fogueira em silêncio.

- Astrid... - escuto minha irmã do meu lado e olho pra ela - Tenho que trocar o curativo. Ele tá meio improvisado. - ela diz.

Assinto, e ela se abaixa para cuidar do meu machucado. Ela tira o pano que estava envolta pra impedir o sangramento, d faz uma careta.

- É, tá bem feio. - ela diz.

- Tá tão ruim assim? - pergunto.

- Vai sobreviver. - ela diz olhando pra mim com um sorriso.

Sorrio de volta, e ela retorna a cuidar do machucado.

- Você é boa nisso. - Soluço diz - Como aprendeu?

- Bom, teve um tempo em que eu e a Astrid tinhamos o sonho de ser médicas, por isso sempre ficávamos observando nossa avó. - ela explica sem tirar os olhos do ferimento - Aquilo não era pra gente, mas algumas coisas ficaram na memória.

- Entendi. - ele diz.

- Olha, vai ter que limpar a ferida. - ela diz pegando algo na mochila - Isso vai arder. - ela diz me mostrando o álcool.

- Tudo bem. - digo.

- Juro que se você gritar, eu mesma te jogo naquele penhasco. As flechas ficaram lá, e aquele lobo pode subir a qualquer momento. - ela diz.

- Bom, acho isso pouco provável, já que você cegou ele. - digo rindo.

Ela sorri.

O álcool arde na ferida, e mordo os lábios para não gritar. Ela termina de limpar a ferida, e faz um novo curativo.

- Pronto. - ela diz.

- Obrigada. - digo.

Ela sorri, e volta para o seu lugar de antes.

Sinto falta dela. Sabe, mesmo ela ter sido cruel comigo, e ter me esquecido, ela ainda é minha irmã, e eu amo minha irmã.

Lembro que quando éramos pequenas, vivíamos brincando fora de casa, eu, ela e a Gina.

Lembro da vez que ficamos completamente sujas de lama, e a nossa mãe ficou super irritada. Mas depois sorriu, e foi pra lama com a gente.

Hahahah, bons tempos.

Quebra de tempo

Não estou conseguindo dormir. Tudo que está acontecendo não sai da minha cabeça.

- Devia tentar dormir. - escuto a voz de Soluço dizer.

- Não consigo. - digo.

- É, eu também não. - ele diz.

- Soluço?

- Sim? - ele pergunta.

- Como era pra você? Sabe? Antes de tudo isso acontecer e de me encontrar? - pergunto.

- Bom... - ele diz e pensa um pouco - Era um vida normal, sabe? Mas, não tinha tanta "emoção". Eu era solitário, mesmo tento meus amigos. - ele diz - Aí eu achei você. - ele diz.

Não vejo seu rosto, mas sinto que ele olhou pra mim sorriu.

- Por que pergunta? - ele pergunta.

- Pra saber, curiosidade. - digo - A verdade é que eu nem sei porque perguntei. - digo sorrindo.

Ele sorri, e começa a acariciar meu braço.

- E a sua? - pergunta - Como era?

- Bom, na verdade minha vida não é a mesma desde que minha mãe morreu.  - digo e olho pra minha irmã que está dormindo - Ela, não é a mesma.

- A sua relação com a sua irmã? - pergunta.

- É. - digo.

- Quer falar sobre isso? - ele pergunta.

Não sei se estou bem pra falar sobre isso. Aconteceu muita coisa, e... Acho que não é um bom momento.

- Não. - digo.

- Tudo bem. - ele diz.

Conversamos mais um pouco sobre coisas aleatórias, e logo dormimos.

Espero que tudo fique bem logo.


Me perdoem o capítulo curto, vou tentar melhorar isso.

Bjs 😘

A Ômega Do Supremo Where stories live. Discover now