Segunda Parte
- Filha, Stefan veio te ver! E-eu vou deixar vocês sozinhos, estou lá fora qualquer coisa. - Minha mãe parecia nervosa, mas alegre.
Estava só Stefan e eu, olhando um para o rosto do outro. O que eu podia falar? Nada. Me lembrei das aulas que minha mãe me deu onde ela disse que eu devo ficar calada até meu marido começar a conversa, isso era tão ridículo! Então eu iniciei a conversa somente para afronta-lo
- Boa tarde. - fiz uma linda reverencia com o meu vestido. - Vou me casar com você, certo? Isso é estranho - dei uma risada simpática. Mas sua reação não foi o que eu esperei. Ele somente assentiu.
- É, parece que nosso casamento é apenas uma união de família e poder. Mas isso é comum por aqui. - Ele não foi ignorante, mas foi um pouco direto demais.
- Sim, parece que sim. - fiquei um pouco envergonhada.
- Na verdade eu não quero me casar com você. Mas você era a mais bonita dentre as outras escolhas - Como ele pôde falar isso pra mim dessa maneira?! Que arrogante. - Eu gostava de outra pessoa, e você? - Ele era tão sem educação, como você fala para sua futura mulher que gosta de outra pessoa?
- E-eu?! Não, não. Não gosto de ninguém
- Ótimo, então eu serei o primeiro
-Primeiro?
- O primeiro que você vai se apaixonar. - Na mesma hora eu fiquei corada e com vontade de rir "Coitado" pensei.
Nós conversamos um pouco mais e ele não é muito diferente dos outros homens, mas não é uma pessoa má. Depois de um tempo ele foi embora e disse que voltaria em breve para decidirmos os detalhes do casamento. Já era final da tarde, passei o resto dela com a minha mãe.
- Mãe... A senhora se casou com o papai com quantos anos?
- Dezessete, dois anos mais nova que você. - Minha mãe tinha um sorriso angelical, era óbvio que se casaria com muita facilidade. - Eu no começo era igual á você, não queria me casar também, mas você vê? Seu pai é um bom homem. - Ela falava enquanto eu fazia tranças em seu lindo cabelo ruivo.
Nossa conversa é interrompida por papai que havia chegado do trabalho e eu entendo "essa é a hora de falar sobre o meu sonho".
Corro até ele, ajudando-o a tirar os sapatos e falo:
- Pai... Preciso conversar com o senhor e com a mamãe.
-Sério? Eu também. - Na mesma hora eu temi o que ele queria falar comigo.
- Podemos conversar depois que eu tomar banho. Maelle, preparou meu banho?
- Sim, querido.
Eu ajudei minha mãe a montar a mesa para o jantar, mas eu só queria que Trevor estivesse ali para me ajudar e me falar o que eu precisava ouvir. Cada segundo era um medo diferente. Finalmente meu pai desce as escadas e junta-se a nós na mesa.
- Queria dizer algo, Laurence? - meu pai perguntou enquanto esperava minha mãe servi-lo.
- Sim, eu queria. Mas pode dizer o que o senhor queria falar antes.
- Não, diga você primeiro, eu acho que o que eu tenho para dizer vai complementar o que você vai falar pra nós. - Meu pai falava despreocupado, eu senti mais medo ainda, ele já sabia o que eu ia dizer?
- Tudo bem... - eu respiro fundo- É que eu gostaria de solicitar a aprovação e pedir a ajuda de vocês para realizar meu sonho. - enquanto eu dizia meu pai me fuzilava com o olhar e minha mãe parecia preocupada. - Eu tenho treinado para ser dançarina [...]
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O silêncio da Lua
Historical Fiction[Completa] Laurence Hoffman Schubert uma garota de Viena no século XIX busca realizar seu sonho mesmo sem o apoio de seus pais. Como as pessoas enxergariam uma mulher nobre com o sonho de ser dançarina? 26/09/2020