25. COMO O GRINCH ROUBOU O NATAL

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— Você não é meu primeiro amor — ele disse, o que era óbvio. Ela prendeu a respiração involuntariamente. — Você é muito mais do que isso. Talvez não exista um termo bom o suficiente, ou que sequer chegue à altura de descrever o que você é para mim.

Brianna acordou do sonho ofegando como se tivesse acabado de sobreviver a um afogamento, e sentindo que havia saído de um pesadelo.

Ao contrário da visão criada por seu cérebro numa tentativa de sabotá-la e desestabilizá-la emocionalmente, o quarto estava completamente escuro. Brianna tateou o colchão por baixo do travesseiro para alcançar o celular e apertou o botão que fez a tela acender. Quatro da manhã.

Ela grunhiu, contendo o impulso de atirar o aparelho na parede em um ataque de raiva. Não era culpa do celular – não havia ninguém que ela pudesse culpar além de si mesma. Talvez fosse a terceira ou quarta vez que aquele tipo de sonho a assombrava apenas naquela semana. O cenário e o contexto sempre eram diferentes, mas sempre terminavam da mesma forma: com John dizendo que a amava e ela acordando logo em seguida sem conseguir respirar. Era como se sua vida tivesse se tornado uma grande piada de mau gosto nas últimas semanas, e ela estava começando a odiar a hora de ir para a cama.

Como se não fosse o suficiente pensar nele em todos os momentos em que estava acordada.

Sabendo que não conseguiria mais voltar a dormir (uma terrível alteração em sua rotina que estava evidente nas marcas escuras debaixo de seus olhos), Brianna revirou na cama tentando achar uma posição que fosse a mais confortável possível, em vão. Apesar de estar enrolada em vários lençóis, seu corpo estava trêmulo. Provavelmente uma das piores partes de tudo que havia acontecido era ter que lidar com o quanto ela estava se sentindo sozinha.

Quando John foi embora, não foi apenas a presença física dele que a deixou. Parecia que ele havia levado junto uma parte dela também – a parte que se sentia genuinamente feliz, a alegria em seu estado mais puro e verdadeiro por compartilhar um pedaço de sua vida com ele, a parte que se sentia adorada e desejada. Ela sabia que ele não a amava, mas ela nunca havia pedido por isso. O que ele podia dar a ela já era o suficiente. Era mais do que o suficiente.

Até ela estragar tudo.

Os primeiros dias haviam sido os mais difíceis, porque ninguém nunca prepara você para lidar com o "término" (não era exatamente um rompimento, já que eles ainda estavam casados de acordo com a lei) de um relacionamento que nunca existiu (pelo menos, não para John). Brianna se esforçou, o máximo que podia, para não deixar transparecer em seu exterior o desastre que ela se sentia por dentro. Ela estava tentando, desesperadamente, manter sua rotina de sempre, como se nada de fora do comum tivesse acontecido. Mais do que isso, sua prioridade e a maioria de seus esforços estava concentrada em tranquilizar seu irmão e suas amigas – a última coisa que ela precisava era estragar uma parte da vida deles também. Ela só esperava que dizer "está tudo bem!" eventualmente deixasse de ser uma mentira. Finja até conseguir, ela se relembrava mentalmente.

Brianna piscou, tentando se acostumar com o escuro. Antes, aquele era um momento pacífico onde ela estaria descansando, sentindo-se segura nos braços do homem que amava. Agora, a madrugada fria e silenciosa era apenas um lembrete do que ela havia perdido.

Ela apertou os olhos com força, como se aquilo pudesse forçá-la a cair no sono. Tudo o que ela podia esperar era que as próximas horas passassem rapidamente – afinal, ela tinha um compromisso agendado.


...


O relacionamento de Brianna e tia Jo sempre havia sido uma via de mão dupla: ela sabia que era a sobrinha favorita e a mais mimada, mas ela também era a pessoa que mais dava atenção para Jocasta – não somente por morarem na mesma cidade, Bree sentia como se fosse a única pessoa que era capaz de lidar com a tia-avó apesar da personalidade difícil dela. Por isso, não se surpreendeu quando Jocasta ligou pedindo para que ela fosse vê-la na galeria.

{PT} Brianna and John's Things-to-Do ListWhere stories live. Discover now