— Estão melhores, obrigada. Felizmente, nenhum deles se compara à facada que levarei ao pagar pelo conserto da Torre do Relógio. — O ministro, Rhea e Aurora riram. — É sério. Não quero receber um berrador de Minerva. — A diretora arqueou a sobrancelha e aproveitou o comentário para se despedir.

De todos os depoimentos, o dela fora o que a surpreendera. A despeito do jeito habitualmente conciso de se expressar, McGonagall não abriu mão de prestar apoio a Isis com toda a sua racionalidade e, em dadas ocasiões, concedendo breves demonstrações de emoção quanto à trajetória da bruxa.

— Já que estamos falando em dinheiro — comentou Shacklebolt —, sinto que teremos que marcar uma reunião em breve, para discutirmos a herança de Underhill.

Isis se soltou de Aurora, largando do bom humor para se entregar à apreensão. Estava exausta de falar sobre o antigo tutor, mas ele ainda encontrava meios de invadir sua vida.

— Vários dos pertences serão apreendidos para análise, afinal não queremos objetos suspeitos circulando por aí. A fortuna, contudo...

Fortuna? Erastus deixou a fortuna dele para mim?

— Bem, conversaremos a fundo sobre isso na reunião, porém sim. Você foi a única herdeira.

Única herdeira. As duas palavras queimaram na sua mente. De fato, herdaria muito mais que dinheiro do maldito, então consideraria a fortuna e as casas como uma indenização pelos anos que ele lhe roubara. Isis se virou na direção de Snape, que, até então, não se dera ao trabalho de se pronunciar além do discurso circunspecto enquanto testemunha.

— Claramente, a Srta. Blakeley-Dubhach não terá que se preocupar em desembolsar a quantia requisitada para o conserto da torre. — A bruxa sorriu, desejando que estivessem a sós.

— Bem pensado, Snape. — Ela ouviu-o sussurrar "professor" sob a respiração e conteve-se para não rir. — Mal posso esperar por essa reunião. Também há um assunto bastante importante que desejo discutir com o senhor, ministro, sobre uma ideia que tive e que, acredito eu, merece uns minutos da sua atenção.

— Será um prazer ouvi-la. Agora se me dão licença, tenho uma reunião com alguns vampiros e preciso me preparar... psicologicamente. Rhea, acompanhe-me, sim?

— Sim, senhor. — Ela abraçou Isis e acenou para os demais. — Você ainda me deve uma cerveja amanteigada no Três Vassouras.

— Diga o dia. Conheço a proprietária e posso conseguir uma rodada grátis.

Enquanto os observava se afastarem, o sorriso se extinguiu no rosto de Isis, apesar da animação de Rosmerta em garantir que poderiam beber tanta cerveja amanteigada quanto conseguissem aguentar. Havia algo que não queria, porém precisava fazer, e postergar só tornaria a situação mais difícil.

Notando a introspecção da amiga, Aurora puxou conversa com a senhoria do Três Vassouras ao entrarem no elevador vazio, para livrá-la de perguntas. Isis se recostou no fundo, encarando os próprios pés enquanto o cubículo se deslocava, concentrada demais nos pensamentos para se inteirar no que as mulheres falavam. Só os deteve ao sentir um toque suave na mão; os dedos de Severus roçaram nos seus, cobrando atenção por um instante. Ao fitá-lo, o estômago se contraiu, e o sorriso não foi convincente o suficiente para enganá-lo.

Ao chegarem no átrio pouco movimentado, Isis parou ao ver a mãe e amiga se dirigirem ao corredor das lareiras.

— Você pode levar Rosmerta de volta ao pub? — perguntou a Aurora, recebendo um olhar desconfiado. — Quero dar um passeio com Severus. Voltarei ao Três Vassouras depois.

— Oh — ela ergueu as sobrancelhas. — Pode deixar. Mande uma coruja para eu saber que está tudo bem.

Rosmerta não ficou feliz em saber que voltaria sem a filha, especialmente por ainda possuir certo preconceito com o mestre de Poções ¬— muito embora o ato de ele colocar os braços de Delilah para salvá-la tenha surpreendido a mulher de maneira positiva.

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