10. make it two and we got a deal

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Olhou em volta apenas para notar que a sala inteira parecia comentar o resultado da prova, levantando-se com os ombros caídos para ir em direção a professora, que naquela altura já estava rodeada de alunos que tinham alguma dúvida sobre sua correção. Leo esperou até que ela estivesse sozinha na sua mesa, parando na frente da Sra. Wes e aturando os eternos trinta segundos que ela o encarou duramente por trás dos seus óculos.

Leo nem fazia ideia do que deveria dizer.

Poderia chorar. Aparentemente era bom em fingir emoções, ou costumava ser, já que participou de um grupo de teatro quando ainda estava no colégio. Ou inventar uma doença na família e pedir que pelo amor de Deus ela tivesse compaixão.

Mas ele duvidava que funcionaria.

Desconfiava que a Sra. Wes não tinha nem um coração.

Escolheu por ser sincero, falando antes que ela o expulsasse da sua frente com uma expressão que o julgava por todos seus pecados.

Ele tinha tantos assim?

— Eu vou perder a matéria de novo — murmurou, colocando a prova na mesa da professora e deixando seus ombros caírem em sinal de vergonha. — Talvez eu e Econ121 nunca vamos dar certo, Sra. Wes. Eu continuo me esforçando e continuo não entendendo absolutamente nada... Mas eu realmente estou tentando esse ano, sabe? Eu li todas as cento e cinquenta e oito páginas que a senhora colocou como referência. Eu posso referenciar que as respostas dessa prova não estão lá.

Se ele estivesse com outro humor, provavelmente faria graça de si mesmo depois daquele discurso. Não conseguia parar de pensar que aquela matéria do inferno ia impedi-lo de se formar e que seu pai o deserdaria de uma vez por todas quando isso acontecesse.

Sua sinceridade realmente pareceu agradar a professora, apesar da nota baixa, e logo a Sra. Wes desmanchou a expressão dura pela primeira vez em três anos que ele a conhecia.

— Há algumas coisas que você pode fazer, Hawkins. Nós temos duas monitoras agora, você sabia? — Sra. Wes começou e Leo sabia que era impossível para ele frequentar as monitorias que aconteciam nas terças-feiras pelo seus treinos extras, mas preferiu não interrompê-la especialmente não para dizer que o seu tempo no gelo era mais importante que aquelas aulas. — Bianca Holt e Nina Löwe. Se você falar com elas pode tirar suas dúvidas antes da próxima prova e...

Espera.

O que?

Houston? — ele a interrompeu, arqueando as sobrancelhas em surpresa. — Nina Houston-Löwe é monitora? Ela não está no campus há tipo um mês?

— Isso mesmo, Hawkins. Isso é o que acontece quando alguém realmente se dedica a matéria. Nina Löwe foi a única a conseguir a nota máxima nesse teste — a professora analisou a reação de Leo, mantendo sua cara de poucos amigos. — Vocês se saíram bem no teste que fizeram juntos. Garota muito boa, a Löwe. Você deveria pedir ajuda a ela, se são amigos.

Leo quase sorriu com a última frase, mas estava muito ocupado tentando lidar com as últimas informações para esboçar qualquer reação. Soube, no momento que fizeram aquela prova juntos, que Nina era muito dedicada, mas porra, ela certamente devia ser a primeira da história da Oak a fechar uma prova de Econ121.

Ele realmente devia pedir sua ajuda.

Balançou a cabeça em negação assim que a ideia surgiu, já imaginando o grande não que receberia como resposta se fizesse isso. Encarou a professora uma última vez antes de pegar sua prova de volta, dando de cara com Nina se encaminhando para a saída quando se virou. Só não se chocou com ela, que estava muito distraída respondendo uma mensagem de Claire para olhar por onde estava andando, porque Leo se apressou em parar, ficando a um passo de distância dela.

Dirty Laundry ✅Where stories live. Discover now