CAPÍTULO 7 - Sasha Rodgers

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Cassandra lhe deu um sorriso enquanto apertava seus dedos até soltar sua mão e afundá-las no fundo do bolso do jeans, desviando o olhar, prontíssima para deixar que ele fosse embora. Porém, seus planos foram interrompidos quando o furor ensurdecedor gritou desde a entrada.

— Cassandra, ¿dónde estás? — Cassandra, cadê você? Esteban gritou da porta, onde um tabefe pôde ser ouvido assim que a porta se abriu e ele e Laura, no caso sua mãe, entraram e ela lhe reprimiu com um tapa.

— Deja de gritarme al oído, chico. — Para de gritar no meu ouvido, menino. Esbravejou, fazendo Estaban rir enquanto se afastava dos seus tapas. Ele parou de rir no mesmo instante em que notou a presença de um segundo homem em casa. — Hija, ¿quién es este? — Filha, quem é esse?

— Mamá, este es Travis Havilliard, es uno de mis clientes. — Mãe, esse é Travis Havilliard, é um dos meus clientes. Ela se voltou para Travis que parecia totalmente confuso. — Travis, essa é minha mãe, Laura Castillo — apresentou e Travis estendeu a mão para a mulher que lhe encarou de cima abaixo, analisando-o por inteiro.

Laura era uma mulher muito bonita, apesar das marcas da vida, tinha os cabelos cor de chocolate presos em um coque firme, o rosto bronzeado com algumas rugas em volta dos olhos e o corpo robusto de uma mulher de quase cinquenta anos. Os olhos eram tão severos quanto o da filha, Travis notou, mas preferiu ser gentil ainda que ela parecesse brava.

— Como se fala "prazer em conhecer" em espanhol? — questionou a Cassie enquanto sacudia a mão de Laura.

— Yo soy un idiota — respondeu sorridente e Laura a encarou com olhos arregalados antes de sorrir para Travis. A filha abaixou a cabeça, com as mãos viradas cruzadas para trás.

— Eu falo sua língua, querido. É um prazer te conhecer também. — Laura soltou sua mão e Estaban ainda parecia paralisado as costas da mãe. Cassandra o encarou, enquanto ele observava Travis como se estivesse encarando um deus e ela suspirou, empurrando as costas do homem para fora dali.

— É melhor a gente ir indo. Tchau mãe, tchau Este! — Se despediu bagunçando os cabelos do rapaz que pareceu acordar do transe e se desesperou, mas foi tarde demais, ela já havia arrancado o cantor de dentro da própria casa e mandava tchauzinho para o irmão que observava da janela.

— Eu adoraria correr com você, Cassandra, mas infelizmente eu não estou com o tênis adequado — Travis disse após virarem em uma esquina e ela parou de se apressar, acompanhando seu ritmo, já que ainda usava muletas.

— Desculpa — ela pediu, dando de ombros.

Cass se policiou para continuar caminhando no ritmo de Travis, já que não deveria ser nada fácil ter que caminhar com o pé quebrado. Não que ele não merecesse, de toda forma, ser punido pela justiça divina, pelo destino ou sei lá. Embora fosse errado pensar assim sobre alguém com um distúrbio diagnosticado.

— Tudo bem — disse ele, muito mais educado do que nas primeiras vezes em que se encontraram. Avanços.

— Eu só precisava sair de lá antes que Esteban fizesse xixi de felicidade — prosseguiu, rindo consigo mesma. Travis ergueu as sobrancelhas, sem entender nada. — Meu irmão. Ele é seu fã.

O rapaz sorriu. Ele até podia ter ficado mais humano para Cassandra depois de seu pedido de desculpas e sua explicação sobre TEI, mas ainda era um completo egocêntrico que bebia lágrimas dos fãs e sugava a energia vital de qualquer um que se aproximasse demais.

— E você insiste em dizer que eu não sou famoso — desdenhou, fazendo Cassandra revirar os olhos com tanta força que ela achou que eles nunca mais voltariam para o lugar.

Sem Refrão | Crossing Bones #1 (Concluída)Where stories live. Discover now