Capítulo 45 - Em pratos limpos

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Emma Swan Cassidy

Desde que sai do hospital Regina tem estado estranha. Talvez tudo o que eu contei tenha sido demais para ela.

Mas se fosse o caso, ela não me rejeitaria? - Penso lembrando de tudo o que falei naquele dia.

FLASHBACK ON

- Você foi cúmplice de assassinato? - Regina me perguntou soltando minha mão.

- Amor, não é isso o que você imagina. - Digo.

- Como assim não é isso o que eu imagino? - Ela indaga se levantando e fechando todas as persianas.

- Lembra que eu disse que eu fui abusada por alguém? - Pergunto e ela balança a cabeça em afirmação.

- Como eu poderia esquecer de algo tão horrível. - Ela diz.

- A gente nunca conversou sobre isso, mas o nome dele era Jay Watson. - Começo falando. - Ele era o criador do orfanato junto com sua esposa Ella. Lá era um lugar considerado cristão, mas somente a Ella seguia a religião, pois o Jay era um monstro e abusou não só de mim, mas de várias outras meninas. Tinhamos medo de contar a Ella o que ele fazia, pois achávamos que ela não acreditaria em nós, mas um dia cansada de tudo aquilo, uma garota contou o que havia acontecido e após ela interrogar a nós todas em sigilo, acabamos confirmando. - Faço uma pausa.

- Emma você o matou? - Minha namorada pergunta como se estivesse alheia a minha introdução.

- Uma noite, eu e outra amiga descemos para beber água e então vimos Ella apontando uma arma para o Jay. - Digo - Ela gritava o chamando de nefasto e impuro e ele chorava pedindo o seu perdão e em algum momento ele conseguiu quebrar sua guarda e tomou a arma dela. - Falo e novamente respiro fundo, me deixando levar novamente para aquele lugar. - Ele falou que mataria ela e colocaria fogo no lugar. Que se ele fosse para o inferno todas nós iriamos com ele. Então eu peguei um vaso e bati na cabeça dele com todas as forças, fazendo ele desmaiar.

- Então você não o matou? - Regina pergunta.

- Não! - Falo irritada. - Quem matou foi a Ella. - Subimos correndo para o quarto e ficamos embaixo das cobertas com os ouvidos tapados, na manhã seguinte ela veio nos agradecer, disse que tinha expulsado "o mal" daquela casa e que a paz voltaria a reinar. - Explico.

-Como você sabe que ele morreu? E se ela somente o mandou embora? - A morena indaga.

- Eu não sei, não ficamos lá pra saber. Nós fugimos. - Digo.

- A sua amiga pode confirmar essa história? - Ela questiona.

- Ela morreu. - Digo sentindo um gosto amargo. De overdose. - Conto. - Ela já tinha problemas e depois disso ficou tão mal e se sentiu tão culpada que procurava vários meios de esquecer o que aconteceu. - Comento. - A Helga era como uma irmã para mim.

- Eu sinto muito Em. - Minha namorada diz me abraçando. - Porque você não me contou isso antes? - Ela indaga.

- Amor, você me conheceu na cadeia, minha situação já parecia ruim o suficiente. E assim como você eu também tenho coisas a qual queria esquecer. - Comento.

- Agora precisamos pensar no que Cora pode ter para incriminar você mesmo depois de tantos anos. - Regina diz e de repente uma luz ascende em minha cabeça.

- O diário da Ella! - Falo.

- Que diário? - Pergunto.

- A Ella tinha um diário onde escrevia suas orações e em meio a isso, varias outras coisas. - Falo.

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