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Tudo parecia calmo naquele dia e aquela era a maior vantagem de estar isolada, elas jamais saberiam o que estava acontecendo do lado de fora.

Aubrey não havia recebido nenhum bilhete naquela manhã e aquilo era bom, os enfermeiros diziam que Aubrey estava se recuperando, afinal eles acreditavam que ela estava apenas enlouquecendo quando dizia que Finn estava vivo.

Tudo continuava calmo mas dentro de Aubrey, a confusão estava cada vez maior. Ela queria sair, queria sentir o sol em sua pele e passar tempo dizendo besteiras com Eliott mas graças à ela mesma, aquilo não seria possível.

O silêncio parecia agonizante e Aubrey queria que o horário passasse rápido, mesmo que ela não fizesse ideia de que horas eram. Mas de repente, uma porta aberta com brutalidade encerrou aquele longo período de silêncio.

— Aubrey você tinha razão, que porra, você tinha razão. — A garota ruiva do refeitório apareceu como um furacão, gritando e chamando atenção de todo mundo que ainda tinha um pouco de sanidade.

— O que houve? — Aubrey perguntou preocupada, enquanto as lágrimas no rosto da outra, aumentavam cada vez mais.

— Ele não ama ninguém, nunca amou, ele tem uma pedra no lugar do coração. — A garota chorava desesperadamente. — Ele a matou, Aubrey, Finn está vivo e matou a Medusa, você precisa fugir, ou você será a próxima.

***

Inna, a garota esquisita do final do corredor, havia misteriosamente conseguido um celular. Aubrey trocou todos os seus biscoitos de chocolate por trinta minutos de uso.

Discou o número, torcendo para que mesmo depois de meses, o número do ex melhor amigo ainda fosse o mesmo. As mãos da Lakebell tremiam, enquanto ela pensava em Medusa.

Ele a amava. Mas aquilo não havia sido o suficiente para impedi-lo de acabar com ela.

Alô? — A voz aveludada do outro lado da linha, fez Aubrey sentir um conforto dentro de si.

— Eliott? Sou eu, Aubrey.

Que porra? Como você conseguiu um telefone? E a essa hora da madrugada?

— São muitas perguntas, não tenho tempo para responder. Houve uma nova morte, Medusa Ridley.

Realmente houve mas como você teve acesso a essa informação?

— Não importa! Você precisa me ajudar a sair daqui! Ele matou a única garota que amava e agora vai vir atrás de mim.

Essa garota se suicidou, qual é o seu problema? Você tem que ficar aí porque você é maluca!

Aubrey sentiu seus olhos marejarem, por que ninguém acreditava nela?

— Ela se suicidou? Assim como a Myrrah, certo? Não é possível que você não veja que isso é mais um joguinho dele.

Se continuar me ligando, irei denunciar aos seus diretores. Você mesma foi atrás de tudo o que está vivendo agora e eu não me importo mais com você. Passar bem Aubrey, tente não enlouquecer enquanto apodrece aí.

Eliott então desligou, fazendo com que o coração da Lakebell se quebrasse em mil pedaços. Ela estava oficialmente sozinha.

As lágrimas não demoraram a encharcar todo o seu rosto, ela estava desesperada por imaginar passar por tudo aquilo de novo, ela definitivamente não conseguiria.

Ainda abaixada no chão, enquanto deixava as lágrimas fluírem, um feixe de luz iluminou a escuridão do quarto. Aubrey imediatamente escondeu o celular embaixo da cama, torcendo para que o celular de Inna não fosse confiscado.

— Olá?

— Tarde demais para estar acordada, Aubrey Lakebell.

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