𝐉𝐁.

527 63 206
                                    

"Escroto, eu? Sou apenas realista gata, se você esperava um conto de fadas sugiro que volte para a biblioteca."

Capitão de todos os esportes da escola.
Esse foi o título que eu ganhei quando tinha quinze anos, eu tava no final do meu primeiro ano quando o treinador me nomeou como seu sucessor, eu poderia dizer que fiquei impressionado mas a verdade é que não, eu sempre fui excepcional em qualquer esporte que me colocassem, querendo gostassem de mim ou não, ninguém podia negar isso.
Tem pessoas que simplesmente nasceram para certas coisas, assim como eu nasci para os esportes, um talento natural, eu mereço tudo que tenho, o lugar sempre pertenceu a mim e quem quer que estivesse nele antes, estava apenas esquentando o assento. Eu sou e sempre fui o melhor, sei disso porque treinei a vida toda para isso, é o meu futuro, é quem eu sou e ninguém pode tirar isso de mim e se eles tentarem? Bom, não é uma coisa que você iria querer fazer ou qualquer um.
O treinador é quase uma figura paterna para mim, dizer isso em voz alta me faz parecer um viado mas é a verdade, foi ele que descobriu meu potencial para esportes em geral. É nessa parte que as pessoas geralmente se questionam e indagam: "Esse não é o papel de um pai?", meu pai, eu até dou risada quando penso naquele velho alcoólatra, a verdade é que se eu dependesse do meu pai para ser ou fazer algo eu ficaria que nem ele, um fodido viciado, o que convenhamos que não faz o meu perfil.

O vício dele é presente desde quando eu nasci e do jeito que ele é hoje em dia, não duvido que até antes disso, eu cresci cercado por bebidas e os comportamentos de uma pessoa bêbada, me lembro perfeitamente das discussões que ele tinha com a minha mãe quando voltava para casa depois de duas semanas pedindo por comida. Desde pequeno me considerei órfão de pai porque sinceramente é bem mais fácil fingir que ele morreu do que ter que lidar com ele vivo e alcoolizado, foda-se, pai ele é no papel de certidão, nada a mais.

- Eu preciso de comida Brooke - o imbecil gemia enquanto esmurrava a porta da frente, minha mãe tentava ignorar e colocava a TV no máximo, mas do andar de cima eu conseguia escutar o miserável - Já fazem quase três semanas, me deixe entrar por favor

Na manhã seguinte eu teria um jogo e logo depois traria Any para casa, do jeito que ela é curiosa iria querer saber o porque dele estar aqui, e sinceramente não estava afim de explicar, precisava botar um ponto final nisso.
Eu descia as escadas nervoso e já de saco cheio por causa daquele mesmo barulho e a mesma fala sempre.

- Josh - minha mãe percebia o movimento diferente e se levantava - O que está fazendo? Não o deixe entrar

Abria a porta e puxava o imbecil pela gola, prensando-o na parede mais próxima, ele se assustava com o movimento mas estava bêbado demais para revidar.

- Escute bem seu porra - gritava contra seu rosto - Você vai entrar e pegar quanto de comida puder e vai ir embora, não vai passar a noite aqui e principal, não vai voltar a pedir nada nem para mim e muito menos para a minha mãe - eu soltava o mesmo me afastando

- Eu sou seu pai....

- Você não é nada, e eu juro por Deus que se vier aqui de novo daqui duas, três, um mês que seja, eu acabo com a sua raça

As únicas pessoas que sabem que meu pai está vivo são Noah e Any, ele porque temos muito em comum quando se trata de pais que não dão a mínima para você e ela porque é minha namorada e porque eu sei também das diversas mentiras para se livrar dos seus pais.
Ter a Any como namorada é quase como ter uma prostituta todos os dias, estamos juntos a quase um ano e meio e apesar de algumas brigas não nos vejo separados, somos um do outro e ninguém pode mudar isso. A maioria dos comentários ridículos vem das meninas, principalmente da Sabina: "Vocês definitivamente são doentes de ficar colocando rótulos um no outro, ela não é sua propriedade e nem ele a sua", como eu disse, um dos comentários ridículos, não é da conta de ninguém o nosso relacionamento e nem como resolvemos os nossos problemas.

𝐟𝐢𝐟𝐭𝐞𝐞𝐧 » 𝐧𝐨𝐰 𝐮𝐧𝐢𝐭𝐞𝐝Where stories live. Discover now