"Lay my weary head against your bones."
Uma semana havia se passado desde que o príncipe havia ido vilarejo pela última vez. E ele não podia estar mais insatisfeito com isso. Nos últimos dias, o tempo não havia mudado muito. O frio intenso continuava cercando a Inglaterra, e chuvas ocasionais apareciam na madrugada. Harry estava preocupado. Queria ver de perto como seu povo estava vivendo, queria certificar-se de que todos eles estavam bem. Que seus ômegas estavam comendo, e usando roupas quentes; que as crianças estavam indo a escola regularmente. Queria ver aquilo com seus próprios olhos.
E isso não tinha absolutamente nada a ver com o pequeno ômega de olhos azuis, absolutamente.
Porque a verdade - que o príncipe tentava ignorar a todo o custo - era que seu lobo havia se afeiçoado ao lobo de Louis e isso era no mínimo terrível, porque isso significa que agora ele estava mais sensível ao ômega; podia ler suas emoções mais facilmente, podia farejá-las melhor.
E o príncipe temia que isso acontecesse. Porque em circunstâncias normais, Harry consegue farejar as emoções de qualquer pessoa, seu lobo tem um olfato invejável, mas quando ele realmente se apegava a alguém era terrível... E logo a um Tomlinson... Logo a Louis.
Harry havia presenciado a dor de Louis da última vez que se encontraram, a forma como o ômega parecia desconcertado ao lembrar da sua falecida irmã, Harry quase pôde sentir a sua dor. Não a dor de um alpha que não conseguiu proteger sua ômega, mas a dor de uma pessoa ao perder um familiar, como se a ligação deles fosse tão forte que o alpha quase pudesse, de forma literal, não só farejar, mas sentir toda a dor do ômega de olhos azuis.
Não que o príncipe não achasse que merecesse sentir aquela dor, afinal, ele fora o responsável por permitir que aquilo acontecesse. Mas Harry queria sentir a sua própria dor, a dor da culpa, e não a dor da perda.
O príncipe respirou fundo, momentaneamente empurrando os Tomlinson para o fundo de sua mente, porque agora, ele tinha outro assunto para resolver.
Os rebeldes.
O rei havia acabado de entrar no escritório do príncipe, trazendo consigo a notícia de que, mais ou menos 100 rebeldes estavam reunidos no sudeste do país e realizavam uma pequena passeata, pedindo o fim da monarquia e a instauração de uma república. Não era nada alarmante, 100 pessoas realmente não conseguiam fazer muito barulho, mas o rei estava louco. Suor escorria pela sua testa, e sua respiração batia irregular.
Tantos anos no poder mas ainda não havia se acostumado a ter sua posição ameaçada e seu título contestado. Ele tinha a certeza que fazia tudo o que podia para seu povo, mas nunca parecia o bastante. O que iria mudar se a república fosse instaurada? Quem eles colocariam no seu lugar?
Parecia algo tão estúpido.
Não havia ninguém em toda a Inglaterra que se importava com eles mais do que Des. Ele os amava sim, do seu jeito, mas amava. Fora assim desde o primeiro Styles que assumiu o poder, e todos os sucessores foram ensinados desde pequenos, que um verdadeiro rei, era aquele que amava o seu povo, que cuidava dele, que permitia que ele crescesse.
Então porque agora, esse povo que Des amou durante toda a vida, estava contra ele?
- É algo sobre direitos iguais. - Liam, que estava sentado no sofá de couro ao lado da mesa central do príncipe, disse, passando os dedos pelo contorno do copo com wisky que segurava. - Eles querem educação, saúde, direitos trabalhistas, eles querem que tudo seja igual para todos eles. E querem que os alphas deixem de ser privilegiados em tudo. - ele concluiu, bebericando um pouco de seu álcool, observando Des aos poucos perder a linha.
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AFFECTION | l.s abo
FanficSIGNIFICADO DE AFEIÇÃO: substantivo feminino 1. Relação afetiva; sentimento carinhoso em relação a; apego demonstrado por; estima. 2. Capacidade natural para; inclinação ou tendência. Etimologia (origem da palavra afeição): do latim affectio. ônus. ...