• vinte e seis •

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CAPÍTULO VINTE E SEIS
the surprise

Após se despedir de Severus, Morgana andou pelos corredores de Hogwarts em busca da sala de Feitiços, enquanto Pandora berrava aos quatro ventos sua mais nova teoria da conspiração. Ao menos, pensou, Pandora não pediria de novo para fazerem uma poção do amor.

— Tô falando para você, Morgana, tem coisa errada aí. — falou Pandora. — Você não acha estranho?

Morgana encarou a melhor amiga.

— Achar o que estranho? — perguntou. — Olha, Dora... por que não aproveitamos nossos minutinhos de paz?

A garota sorriu sozinha ao lembrar que a palavra "paz" significou para ela uma coisa diferente por alguns instantes, odiou-se ao se pegar pensando em James Potter, mas era inevitável, ele fez parte dela, da história dela, mesmo que enfeitiçado e não por tanto tempo assim. Suspirou cansada e voltou sua atenção para a amiga.

— Ora, não acha estranho que nenhum dos Marotos tenha notado por todo esse tempo que o Potter Pirado estava enfeitiçado? — divagou, olhando para o nada. — Aposto que eles estão armando alguma coisa.

Morgana de fato havia pensado naquilo, era esquisito demais, mas gostaria de acreditar que o Potter não havia sentido nada quando a beijou, que ele não havia se sentido como ela e que não olharia para ela como se fosse seu pedaço de paraíso. Ela nunca imaginou que algum dia poderia considerar aquele garoto como alguém que gostaria de estar sempre por perto, mas considerou.

— Dora, já chega. — pediu. — Eu gostaria de não falar sobre isso. Sobre o Potter.

A Madison a encarou com curiosidade, ela entendia que a amiga de algum jeito se afeiçoou pelo Maroto, mas não sabia como agir sobre isso.

— Certo. — Pandora respirou fundo. — Vamos falar sobre o próximo jogo. Seu noivo e eu vamos detonar a Corvinal.

— Vocês sempre detonam. — riu. — Talvez nossos filhos sejam bons em quadribol.

— O seu filho com óculos, ou o filho sem? — a morena perguntou.

— Eu não sei.

O dia acabou passando mais rápido que o previsto e Morgana começou a se preparar para monitorar os corredores, levou consigo apenas a varinha e sua força de vontade, já que ela não estava muito animada para passear pelo lugar, procurando por alunos fujões. Saiu rapidamente e nem pensou em chamar Charlie para ir também, pois ele sempre monitorava outros corredores distantes.

A lua cheia brilhava no céu, sendo quase a única iluminação do lugar e ela desejou ter algum mapa como o de Sirius, no qual James havia falado, talvez assim fosse mais seguro andar sozinha e saber se alguém estava por perto. Caminhou por alguns corredores mais isolados e logo preferiu passar perto da torre da Grifinória, enquanto observava os muitos quadros pendurados na paredes, que de vez em quando falavam com ela, a fazendo rir.

Quando estava virando o corredor, ouviu um barulho de porta se abrindo e ela sabia de onde vinha. Se escondeu atrás da parede e inclinou levemente a cabeça, para tentar ver o que estava acontecendo, semicerrou os olhos para tentar ver melhor e notou que quatro pares de pés andavam sozinhos.

Estranhou por alguns instantes, mas rapidamente se lembrou de que James possuía uma capa da invisibilidade, na qual os quatro meninos claramente ficariam apertados e seus pés apareceriam facilmente. Decidiu então seguir eles, tendo como guia somente seus pés, pensou consigo mesma como seria engraçado pegar eles no flagra, provavelmente tentando invadir a cozinha.

Acompanhou de longe o grupo, que caminhava sem parar e estavam estranhamente cada vez mais longe da cozinha, o que deixou Morgana extremamente confusa. Porém, no momento que os garotos chegaram no lado da escola que possuía uma saída para onde ficava o Salgueiro Lutador, Morgana pensou que talvez estivesse louca.

Não mais louca do que quando viu um ratinho surgir e educadamente passar pelo Salgueiro, que balançava seus galhos em um ritmo calmo e de repente, ficou imóvel.

— Mas que merda? — sussurrou.

Agora, Morgana só via três pares de pés abaixo da capa e não conseguia entender como aquilo havia acontecido. Continuou observando a cena, extremamente chocada e levou um susto ao ouvir uma conversa.

— Pronto, Aluado? — perguntou James. — Estamos aqui por você.

— Vamos. — respondeu Remus. — Estou pronto.

A garota franziu o cenho, para o que exatamente Remus estaria pronto? Aquele era um tipo de ritual dos Marotos? Será que eles se despiam e giravam em torno de um círculo de sangue, ou faziam orgias malucas em nome de algum bruxo sacerdote? Por Merlin, pensou, agora ela exagerou.

Logo os pés sumiram dentro da enorme árvore, confundindo Morgana, que não parou de conspirar sobre passagens secretas e portais mágicos. Esperou por alguns minutos, enquanto observava o local à luz da lua. Sua curiosidade quase a estava matando, era insana a vontade maluca de Morgana, ela precisava de aventura, ansiava por isso.

E com certeza isso renderia uma boa história, afinal de contas, não é todo dia que se vê três Marotos e um rato entrarem em uma árvore. Ela estava com um dilema interno, entre ir atrás deles ou não, porque sentia uma adrenalina maluca só de pensar no que poderia encontrar lá. Talvez nem fosse lá grande coisa, mas ela precisava saber.

Respirou fundo, pegou sua varinha e decidiu investigar.

Chegou perto da árvore, que estava paralizada e a examinou por alguns minutos, procurando por uma passagem, que logo foi encontrada. Morgana passou pelo buraco que ficava nas raízes da árvore e caminhou silenciosamente pelo corredor escuro que provavelmente levava até os garotos.

Sentiu um estranho arrepio na espinha, algo como um tipo de aviso, mas continuou o caminho. Seus olhos se arregalaram quando reconheceu o local onde estava, a Casa dos Gritos, que ela só havia conhecido o lado de fora. Ouviu alguns grunhidos baixinhos, como de animais e resolveu seguir eles. Que erro.

Quando encontrou a fonte dos grunhidos, seu coração disparou e ela sabia que poderia facilmente se tornar uma fantasma, pois sentiu seu espírito sair de fora do corpo, aparentemente, até ele queria fugir. Lá estava ele, um lobisomem, que brincava com um grande cachorro preto, parecido com um Sinistro, um agouro de morte. Um agouro de morte? Isso sim era um aviso.

O lobisomem era igual aqueles que ela havia estudado, alto, magro, esguio, com dentes afiados e aparência aterrorizante.

Ela tentou se afastar da porta em silêncio, mas estava tão nervosa que nem conseguia pensar e acabou batendo seu corpo contra a parede de madeira. O barulho chamou a atenção dos animais ali, e consequentemente, do lobisomem, que prontamente foi ver o que era. Morgana então correu, aos tropeços, ouvindo um uivo agudo vindo do animal que agora corria atrás dela.

Parecia que aqueles cômodos não acabavam mais e ela estava cada vez mais longe de escapar do lobisomem. O corpo de Morgana já doía, suas pernas tremiam enquanto ela corria e ela estava ofegante. Sentiu atrás de si a velocidade do animal e pode jurar que ele quase a pegou, não fosse o cachorro se jogar em cima dele, talvez ela tivesse conseguido sair dali.

Deu um salto em direção à passagem nas raízes da árvore e relaxou ao sentir o frescor da noite, mas ainda assim continuou correndo, até estar afastada da árvore. De longe pôde ver um animal muito bonito ir de encontro à ela, possuía chifres e galopava rapidamente. Abafou um grito quando aquele animal começou a se desfigurar e se transformar em um humano, com braços fortes e cabelos bagunçados... o cabelo de James.

— V-você... — ela sibilou. — É um animago... eu acho que eu vou desm...

Se não fosse por James, Morgana teria caído no chão e se machucado, ela de fato havia desmaiado nos braços dele.

— Ah, Morgana... — falou ele. — Por que raios você fez isso? Eu fiquei tão assustado...

Verdadeiramente assustado, com medo de perder algo no qual ele nem possuía.

INSOLENCE • james potterWhere stories live. Discover now