• dezesseis •

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CAPÍTULO DEZESSEIS
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Morgana percebeu naquele instante em que preparava magicamente um sopa vegetariana, que nunca havia se preocupado tanto com a gripe de alguém, e ainda por cima, a gripe de James Potter. A garota sentiu-se responsável por James ter adoecido e o visitou na noite em que o garoto passou na ala hospitalar.

— Onde vai com a sopa? — perguntou Pandora.

A garota estava estirada em um dos sofás da sala comunal ao lado de Severus e ambos encararam Morgana. O garoto estranhou e sentiu uma leve pontada de raiva, o que levaria sua Morgana a querer visitar o maior dos idiotas?

— Awn... vai levar para o Potty. — a garota gargalhou.

— Já é a segunda vez na semana! Não precisa sentir pena dele. — falou Snape. — Ele não merece seus cuidados.

Morgana sorriu e se aproximou dos melhores amigos, abraçou Severus fortemente e depositou um beijinho delicado em suas têmporas, ele sorriu e a abraçou de volta.

— Não precisa sentir ciúmes, meu querido! Logo mais volto para cuidar de você também. — brincou. — E não sinto pena dele, sinto culpa. Até mais!

— Avise o Sirius que nós temos contas para prestar, por favor.

— Morgana, espere! — Severus berrou quando a garota estava perto de sair. — Morg...

— Óh, James! Teus olhos são castanhos como avelãs. Teus cabelos negros são como um quadro de aula... Óh, queria que tu fosses meu, garoto divino! Herói que venceu a malvada Bellatrix. — Pandora debochou.

— Ah, cale a boca!

Naquela noite, como em todas as outras, Morgana aproveitou a sua ronda como monitora e encontrou Remus no caminho para o hospital. Ambos conversaram durante o caminho sobre o duelo que havia acontecido e sobre o quase afogamento de James.

— Aluado! - berrou Sirius. — Finalmente chegou!

O Black encarou Morgana e franziu a testa, estranhando a presença dela.

— E trouxe uma sonserina... — Almofadinhas comentou.

— Uma sonserina que ajudou Pontas. — respondeu Remus.

A garota estava extremamente confusa com os apelidos e apenas riu.

— Aluado? — Morgana riu. — Pontas? Que criativos.

A garota colocou a sua sopa magicamente preparada na frente de James e o ajudou a se sentar na maca, procurou uma cadeira e se sentou ao lado dele, como Sirius e Remus. O Potter aproveitou o momento e exagerou a sua fraqueza, então foi Morgana quem lhe ajudou a tomar a sopa.

— Uau, a sonserina fez uma sopinha. — falou Black. — Posso pegar um pouquinho, por favorzinho?

O garoto a encarou, tentando imitar uma cara pidona, talvez pensasse que Morgana cairia nessa.

— Não precisa ter medo de falar o meu nome, Sirius. — a garota riu. — E não, a sopa não é para você.

— Então ele pode falar seu nome e eu não? — perguntou o Potter, sorrindo.

Morgana sorriu envergonhada e continuou ajudando o garoto a acabar com a sopa, ela sentia-se poderosa quando ele a chamava pelo sobrenome.

— E o Sirius pode pegar um pouco da sopa sim, pod...

— Calado, Potter! — brigou Morgana. — A sopa é só sua, se Sirius quiser uma sopa, ele que caia nas águas geladas do lago na próxima vez.

O garoto simplesmente obedeceu a ordem e todos continuaram em silêncio, a garota pôde enxergar pela janela a lua crescente, estava quase escondia atrás de várias nuvens e muito brilhante.

— A lua está linda hoje. — ela comentou. — Uma pena que não esteja cheia, ela fica tão bonita, não acham?

Ela encarou os três garotos e sentiu uma certa tensão tomar conta do local, Remus parecia pálido e Sirius fingiu que não havia entendido. Morgana não entendeu a reação deles.

— S-sim, belíssima. - respondeu Remus. — E-eu vou f-fazer a minha ronda. Te vejo depois, James.

E então o garoto saiu apressado e aparentemente abalado, deixando Morgana confusa e os outros garotos nervosos. Ela havia falado algo que o chateou? Mas só falou da lua... A lua!

— Mas sabe o que é mais linda que ela? —perguntou o Potter.

— O que?

— Eu. — falou Sirius.

— Sirius! — o moreno falou e riu.

Logo a sopa acabou e Morgana estava pronta para ir embora, James agradeceu cerca de cem vezes pela ajuda e a maravilhosa sopa, na qual ele disse que havia sido preparada por sua incrível namorada.

— Você não é malvada. — falou James. — Só é muito amarga.

Morgana riu.

— E você é intrometido demais. — a garota respondeu. — Espero que tudo isso acabe logo, porque estou quase gostando da sua companhia.

Arregalou os olhos no mesmo momento em que terminou de proferir aquelas palavras, não pensou direito antes de contar que aqueles momentos que havia passado ao lado do garoto, não eram tão torturantes quanto ela imaginava que seriam.

Mas sabia que aquilo tudo se devia à poção, que o fazia parecer mais interessante, ao menos era isso que a garota imaginava.

— Certo, já vou indo. — ela falou. — Tchau.

Os dois se encararam, Morgana com certo nervosismo e o Potter com um sorriso maroto de sempre, mas só o que a garota pensava era em como ele parecia charmoso com o cabelo bagunçado que ela sempre havia odiado.

Morgana saiu da ala hospitalar e caminhou por alguns instantes, ainda estava dentro do horário de sua ronda e em um dos corredores encontrou Charlie, ele era tão bonito que nem parecia real, ao menos era o que a garota pensava.

— Bouveair, como vai? — ele cumprimentou, se aproximando. — Vi que você saiu do hospital, está tudo bem?

— Muito bem. — ela sorriu. — Só estava visitando alguém.

— James Potter? — o garoto questionou. — Não sabia que eram amigos.

— E não somos.

Morgana sentiu o frio nas costas ao se encostar na parede, enquanto Monarch ficava cada vez mais próximo, ela sentia o hálito quente do garoto cada vez mais perto de seu rosto e sorriu.

— Ainda quer ir comigo à festa do Slug? — ele sussurrou.

— Claro que sim.

Seus lábios se tocaram em um beijo calmo, mas Morgana não sentia nada além de um tipo de cansaço em beijá-lo assim, não havia desejo, nem vontade e ela queria beijar alguém que a fizesse sonhar com mais um toque.

Morgana negaria até o fim, mas era uma romântica irrecuperável e não admitiria passar a vida ao lado de quem não sentia nem ao menos um pingo de paixão.

Mas o que ela não entendia, era o motivo de depois de tanto tempo gostando dos beijos de Charlie, estar pensando em como eles não eram mais o suficiente.

INSOLENCE • james potterWhere stories live. Discover now