Tokyo ghoul : who are the real monsters?

Somos

Alguns minutos depois o homem parou de comer e olhou pra mulher, ele parecia segurar o choro.
Mulher- mas que merda! Merda! Merda!- ela gritava
Então ele se levantou e foi até ela, com um pedaço de carne. Ao chegar na frente dela ele colocou-a sobre o colo da mulher e depois colocou as mãos dele em seu rosto tentando limpar suas lágrimas enquanto pedia desculpas.
Mulher- o que você tem na cabeça? Sabe o que vai acontecer?
Homem- me mata- disse ele calmamente - eu não aguento isso. Sei que não somos amigos então faça isso por mim.
A mulher ficou pasma e olhou para o seu colo. Segurou a carne em suas mãos e a jogou de lado, próximo a mim. Olhou para o homem e o abraçou, colocou sua boca perto da orelha dele e sussurrou.
Mulher- eu também não.
Depois dessas palavras ela rapidamente puxou a cabeça dele pro lado e mordeu seu pescoço e arrancou um pedaço. O corpo do homem ficou tremendo, ele deve ter morrido na hora pois não houve gritos nem relutância, a melhor começou a devora-ló.
Era muito sangue, tinha nas paredes, no chão e em quase todos nós. O cheiro do lugar e a vontade com que a mulher comia parecia, fazia com que eu e os outros meninos acordássemos nossos instintos primitivos. Mas se de um lado estávamos com fome do outro estávamos paralisados pela cena, eu olhava a carne a minha frente pra não olhar para o lado, Niashi olhava para as correntes em seus pés, Mark olhava para a mulher espantado e Sora fechava os olhos e tampava os ouvidos.
Estávamos calmos por estamos com medo de sermos os próximos. O ruim dessas situações é que não há como saber quanto tempo ficamos nisso, pra mim foram horas, mas talvez tenham se passado poucos minutos até a luz vermelha piscar e a porta se abrir de novo.
Na sala entraram quatro homens com bestas, colocaram os pés na sala e atiraram, uma flecha na cabeça e outra no coração de cada um do casal.
A luz vermelha parou um segundo depois que os corpos do casal caíram, sem vida, no chão. Os homens armados saíram e outros de roupa plastificada entraram para "limpar a bagunça ", enquanto eu e meus companheiros de corrente ficávamos paralisados.
Depois que a sala ficou limpa novamente um médico entrou e nos examinou, depois disso fomos soltos um por um e em silêncio fomos levados até uma outra sala, lá estavam as outras crianças. Dava pra ver que nosso estado era meio parecido sujos de sangue e terror.
?- olá crianças, devem ter muitas perguntas depois de acordarem...- uma voz que chegava cada vez mais perto, até que aparece uma mulher muito elegante de cabelos pretos chega até nós- mas a principal delas vocês acabaram de ter a resposta. Exatamente! Vocês não são humanos... mas também não são iguais a aquelas feras incontroláveis.- Talvez ela esperasse animar-mos, porém o silêncio respondia por si só- Bom, não se preocupem estamos a procura da cura, e parece que teremos resultados promissores.
Depois disso, ela começou a nos explicar que estava tudo sob controle e nossa resposta, ao que ela chamou de caixa de vidro, foi o suficiente para mostra como estamos melhorando. Em seguida fomos tomar banho, trocamos de roupas e fomos enviados para o refeitório como de costume.
Mark- que? O que!?
Niashi- O que você não entendeu?
Mark- tudo! Olhe pra nós o que fizeram com a gente...
Niashi- pelo que eu entendi eles estão tentando nós ajudar.
Sora- não niashi ele tem razão, pra mim vocês estão diferente do que eram antes.
Olhamos uns para os outros, estávamos diferentes, nossos corpos estavam diferentes, como se estivessem mais velhos ou tivéssemos tomado vários hormônios. Apesar disso o que era mais evidente era a mudança dos nossos olhos, eles adquiriram uma coloração avermelhada. No meu caso, Emi e Ben, ambos os olhos e nos demais apenas um.
Emi- é como acordar depois de um acidente, eu sei que é igual. Até a dor de cabeça é igual.
  Continuamos conversando sobre o que teria causado aquela mudança em nós. Nesse tempo a comida foi servida, mas acho que ninguém estava ligando ou talvez ninguém estivesse com apetite para comer. 
  Queríamos falar sobre a nossa nova descoberta e evitar de falar sobre as partes ruins dela. Disfarçávamos desespero com sorrisos.
Mark- então somos semi-ghouls?
Sora- é o que parece.
Emi- então somos tipo super humanos, sabe... comparado aos outros humanos
Eu- já entendemos Emi, você era albina e agora você é muito albina.
Niashi- tirando a parte de estarmos muito.... bonitos ?... enfim não tem outros pontos positivos...
Ben- concordo- disse suspirando.
  Ben tinha ficado em silêncio até esse ponto da conversa.  Pensei que ele devia ter seus motivos, pois achamos o irmão dele em um estado preocupante, imagino o que ele não deve ter presenciado também.
Mark- o que importa é que estamos todos bem, e já sabemos o que está acontecendo aqui realmente.
  Dava para sentir a tensão entre os irmãos, alguma coisa tinha acontecido. Depois disso fomos guiados até nossos antigos quartos. Eles estavam perfeitos, faziam parecer que tudo o que eu e Sora vimos era apenas um pesadelo, não havia vestígios de nada.
  Quando coloquei a cabeça no travesseiro o sono estava longe de vir, havia tantas coisas estranhas ali, não parava de pensar que poderia ter evitado tudo isso se não fosse uma menina mimada. Então chorei até adormecer, chorei de raiva, de tristeza , de saudade e medo do que me esperava.