Capítulo 30 - O laço fortalecido

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Parou de pendurar as roupas e se sentou no chão de frente para Fai Chen, apenas deixando o balde cheio de água os distanciando.

"Eu abaixei meus robes com cores mais escuras, deixei apenas o tecido branco por cima de meu peitoral. O que foi? Pensou que eu estivesse com meu abdômen exposto?"

"Não é isso..."

"Cegueta, você está pensando demais", o assassino retrucou, olhando para baixo e vendo algumas espumas nas beiradas do balde, já criando uma ideia em sua cabeça. "Eu nunca mais deixarei meu corpo exposto."

"Você faz o que quiser com seu corpo", Fai Chen não sabia ao certo o que responder, ficando um pouco nervoso e ansioso.

"Eu faço o que eu quero? Bem, e se eu quiser expor meu corpo somente para você e desejar que me toque mais algumas vezes? Faria isso por mim, Yongliang?", Hu Long o chamou pelo nome de cortesia de propósito, a fim de deixá-lo mais irritado e mostrar mais sobre seus sentimentos em relação a ele.

Fai Chen, sem escapatória, ia recitar algo para controlar a água do balde e jogá-la no rosto do assassino sem vergonha. Porém, antes de realizar esse ato, sentiu um gosto de sabão indo para seus lábios. Hu Long tinha tacado em seu rosto alguns restos de espuma.

"Hu Zhuang..."

"Oh! Sinto muito, poderoso Daozhang! Minha mão escorregou e justamente tocou a espuma restante do balde, atirando-a no seu rosto!", as frases de Hu Long eram soltas de uma forma irônica, que as deixaram também em um tom divertido.

"É mesmo?", Fai Chen indagou-o, abrindo um sorriso de lado e pegando uma outra parte de espuma que restava no balde e atirando-a com tudo no corpo do homem à sua frente. "Realmente, isso aconteceu comigo também. Coincidência?"

Os dois homens pareciam duas crianças brincando com espuma. Atirando-as um no corpo do outro e rindo alto como se nada os pudesse impedir de realizar aquela brincadeira tão infantil. As risadas de Fai Chen perambulavam o ambiente entre eles e Hu Long, ao ouvi-las, sentia-se ainda mais livre e calmo. Tudo, na verdade, que estava relacionado ao cultivador, deixava-o dessa forma. Com uma imensa felicidade batendo no peito e não desejando que ela fosse embora tão cedo.

"Você ganhou, Cegueta. Por sua causa, tem espuma até dentro do meu ouvido", o assassino mencionou, parando de atacar o cultivador com a espuma e olhando para seu rosto, que não parava de mostrar sorrisos.

"Eu sabia que ganharia", Fai Chen respondeu, levantando-se do chão e arrumando suas vestes.

Quando ambos já haviam se levantado e estavam prontos para finalizar seus afazeres, Hu Long carinhosamente se aproximou de Fai Chen e tocou suas bochechas molhadas graças às espumas.

"Cegueta, você devia sorrir mais. É lindo."

O mais alto, ao sentir aquele toque tão calorento em sua pele, quase desejou cair nas tentações dos desejos se não fosse por espirros sendo escutados perto de ambos. Hu Long revirou os olhos, percebendo que alguém estava incomodando o momento deles e esse "alguém" era Xiao Yan, que espirrava sem parar no cômodo próximo ao quintal, no caso, na área de seu ateliê.

Logo, sem eles perceberem, uma semana se passou rapidamente e a mesma serviu para Hu Long e Fai Chen ficarem mais próximos, cuidando e entendendo um ao outro.

Ambos estavam no quarto se arrumando para finalmente saírem desse isolamento o mais rápido possível e seguirem viagem.

Já prontos, Hu Long pegou a mão de Fai Chen carinhosamente e desceu as escadas com um pouco de medo que o cultivador tropeçasse ou algo do tipo. Realmente, esses últimos dias serviram como uma mudança radical na personalidade do assassino que, agora, se preocupava até com o chão que o homem vendado pisava.

The Cultivation of the GazeWhere stories live. Discover now