21. CONSEQUÊNCIAS EMOCIONAIS E REVELAÇÕES

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Por sorte não teve mais tempo para ficar pensando sobre suas últimas decisões malucas de vida quando John voltou para perto dela, poucos minutos depois, completamente trêmulo. Apesar da pouca iluminação proporcionada apenas pela lua e pela fogueira, ela pôde ver que os lábios dele estavam azuis e as juntas dos dedos, assim como o nariz, estavam arroxeadas. Após se secar com a toalha, ele pareceu ter dificuldades para vestir a blusa de moletom por conta do tremor em suas mãos.

— E aí? — perguntou ela, precisando reunir todas as suas forças e toda a sua maturidade para não ser uma vaca e soltar um "eu avisei" — Foi tão bom quanto você esperava?

Talvez ela não tivesse sido tão boa em esconder o sarcasmo na voz, porque John estreitou os olhos para ela.

— F-f-foi ót-timo — gaguejou ele, os dentes batendo de frio — F-f-fique q-quieta.

Ela revirou os olhos e bateu no espaço vazio ao lado dela no cobertor para que ele se juntasse a ela. Quando John se aproximou e deitou no cobertor ela rolou para cima dele, percebendo com um susto que, apesar de estar agasalhado, ele ainda estava assustadoramente frio.

— Meu Deus! — Brianna exclamou — Então era assim que a Bella se sentia?

John grunhiu, parecendo um pouco melhor agora que estava próximo ao fogo.

— Quando você falou da sua fase de fã de Crepúsculo, achei que estivesse brincando.

— Eu nunca deveria ter contado sobre isso para você — reclamou ela, segurando o rosto de John e pressionando os lábios na bochecha dele em seguida, logo antes de beijá-lo na boca. Brianna sabia que havia algo estranho sobre a temperatura corporal dela, Mamãe costumava brincar que nunca sabia quando ela estava com febre ou não quando era criança porque ela sempre era quente, e até John já havia comentado aquilo quando eles começaram a dormir juntos. Se havia alguma forma de ela usar aquela estranha característica para o bem, ela estava mais do que feliz em ajudá-lo — Você sabe que nós não vamos dormir aqui de verdade, não sabe? — perguntou ela, acariciando o rosto dele para tentar aquecê-lo.

John fechou a cara – ou pelo menos tentou, tendo espasmos pelo frio.

— A lista...

— Eu não quero saber — disse ela, em tom gentil, colocando o dedo indicador sobre os lábios dele para fazê-lo calar a boca — Em primeiro lugar, seria impossível dormir com o barulho dos seus dentes batendo. Segundo, eu falei sério quando disse que não queria ficar viúva tão cedo. Podemos voltar aqui na primavera e marcar o item na lista.

— Vai demorar muito até lá — reclamou ele.

Por que você tinha que ser tão teimoso?, ela quis perguntar. Não abriu a boca porque sabia que a resposta dele provavelmente seria Olha quem está falando.

— Então feche os olhos. Dou cinco minutos para fingirmos que estamos dormindo e depois voltamos para o chalé — falou ela — Como eu disse, uma soneca. Melhor do que nada.

John parecia querer contrariá-la, mas o pensamento do chalé aquecido e da cama com várias camadas de lençóis e edredons com certeza deveria ser mais tentador.


...


Lidar com a hipotermia foi fácil. O problema foi quando, no meio da madrugada, John começou a arder em febre.

Brianna estava rezando para que fosse apenas um resfriado passageiro, mas não conseguia simplesmente ficar tranquila e sem fazer nada. Felizmente, tia Jo – ela ainda estava com raiva de Jocasta, é claro, mas agradeceu a ela mentalmente – havia deixado uma caixa de primeiros socorros no armário da cozinha, onde Brianna encontrou alguns analgésicos. Ela fez com que John engolisse os comprimidos e o obrigou a beber vários copos de água enquanto tentava pensar no que mais fazer para ajudá-lo. Ela não podia enchê-lo de remédios, por mais apreensiva que estivesse com o fato de ele estar com dor de garganta e nos ouvidos, além da fraqueza e dor no corpo. John havia dito aquilo como se não fosse nada demais, claramente tentando impedir que ela ficasse mais preocupada ainda, mas a tentativa havia sido em vão. Ela sentia um aperto doloroso no peito toda vez que olhava para ele, querendo desesperadamente dar um jeito de fazê-lo se sentir melhor, mesmo se sua única opção fosse ficar doente no lugar dele. Naquele momento, especificamente, ela se odiou por não ter as habilidades médicas de sua mãe.

{PT} Brianna and John's Things-to-Do ListDonde viven las historias. Descúbrelo ahora