"John! Onde estão os seus modos?" Ela o repreendeu, ele revirou os olhos "entre querido" disse sorrindo e abrindo a porta para mim.

  Agradeci e pedi licença enquanto entrava na casa. As palavras ainda estavam agarradas na garganta, mas aos poucos consegui ao menos responde-la.

"Muito prazer" ela estendeu a mão para me cumprimentar "sou Sarah. A mãe do John".

  Fomos adentrando a casa, olhei para John e ele me olhava com sinais de repreensão. Ele não tinha problemas com a mãe? Então por quais motivos ela me acompanhava casa adentro?

  Não pude deixar de notar também a caracterização da casa enorme. Era muito bonita e também muito moderna, pude notar as adaptações para cadeirantes em toda a casa, haviam crucifixos pendurados nas paredes, estátuas de santos e bíblias em cima dos móveis. Uma família religiosa.

  Chegamos até uma sala de jantar. Havia um homem na ponta da grande mesa de vidro, um jantar farto estava servido na mesa, e perto do homem sentava-se uma jovem que sorria para nós.

"Qual é o seu nome querido? " Sarah perguntou

"Nick, senhora"

"Oh! Por favor" ela riu "não me chame de senhora. Pode chamar apenas de Sarah". O homem do outro lado da mesa não conseguia esconder que algo estava errado. Mas não parecia ser comigo e sim com Sarah, a presença dela não deixava-o com bom humor. "Eu insisto que você jante conosco Nick".

"Ele irá" disse John "só vamos no meu quarto resolver umas coisas rápidas da escola e voltamos"

"Tudo bem" pronunciou o homem "só não demorem. Você não deve deixar sua namorada esperando John.  Inclusive seja bem-vindo Nick. Meu nome é Charles sou o pai de John" acenei com a cabeça e segui John. Não pensei que eu teria forças para segui-lo, minhas penas pareciam feitas de gelatina. Namorada?

  Chegamos em um quarto grande e super organizado. Olhei para John e o fuzilei com os olhos. Eram tantas perguntas que eu nem sabia por onde começar, mas para mim, começar voando em seu pescoço não parecia uma má ideia.

"Eu vou explicar tudo" ele começou

"É bom explicar mesmo" gritei com sussurros o que é um pouco ironico. "Você me disse que tinha problemas com a sua mãe! E como assim namorada? Era por isso que você estava me evitando na escola? Foi você que me beijou John!"

"Calma! Fala baixo" eu estava sussurrando como eu disse, mais baixo que isso só calado.

"Você não tem o direito de me exigir nada! " Eu me sentei na cama sem forças.

"Me desculpe. Eu não devia ter te beijado. Sim, eu tenho uma namorada, além disso eu não sou gay, eu nem sei porque te beijei, foi um erro". Ai, eu estava sendo esfaqueado por palavras. "Minha mãe e meu pai são separados, o que é uma abominação de certo modo já que meu pai é pastor e o divorcio não é muito bem visto na religião" Ótimo. Uma religião que abomina gays e queima bruxos.

"Eu fui um erro..." sem querer pensei alto

"Nick... "Ele parecia querer dizer algo mas mostrou que preferia guardar para si mesmo. "Minha mãe é uma mulher de negócios e está sempre viajando. Meu pai descobriu que ela traía ele, e por isso eles se separaram. Porém minha mãe depois de meses sem nos ver, resolveu insistir em um jantar para conhecer a minha... minha namorada" ele fez uma pausa para ver a minha reação. Não me expressei, estava detonado por dentro mas não deixaria ele perceber.

"Continue" eu disse em um tom frio

"Bem" ele pigarreou " esse amável dia é hoje. E você chegou quando eles estavam brigando. Por isso preciso que você fique aqui, se você sair eles voltarão para a briga" ele soava desesperado "isso se já não estiverem se atacando lá embaixo"

"Eu vou ficar" não consegui negar isso a ele. Mesmo estando destroçado, a situação dele parecia difícil. Eu tenho um sério problema, sempre me coloco no lugar dos outros, é muito bom para pensar duas vezes antes de fazer algo, porem fica difícil fazer algumas coisas como negar ajuda a uma pessoa que precisa de verdade. Mesmo que eu esteja com vontade de mata-la.

"Mas tenho mais uma pergunta" continuei, ele me olhou "por que você se afastou de mim? Não podia simplesmente ter me explicado tudo isso? Não tenho problemas em ser apenas seu amigo John" menti, algo me fez mentir, acho que senti que era melhor ter ele ao meu lado como amigo, do que nao ter ele.

"Eu... Eu não sei se eu consigo ser seu amigo"

"Por que?"

"E-eu...  hm... " Ele gaguejava. Neste momento ele estava na minha frente em sua cadeira, me enclinei e lhe dei um beijo. O beijo foi calmo, rápido,  leve, mas ao mesmo tempo cheio de emoções e a parte mais intrigante, ele não me impediu. Quando me afastei dele ele me olhou e respirou fundo. Então eu disse:

"Vamos. Temos um jantar nos esperando".

☆☆☆☆☆☆☆☆☆☆☆☆☆☆☆☆☆☆Entãoooo esse capítulo veio em boa hora depois do mistério do ultimo eu acho haha. Espero que vocês gostem. Não se esqueçam de comentar e votar ♡

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