A Brand New Day | TAEJIN

XXXII - New Past

No entanto, por alguma razão, meu pai não gostava da ideia de eu estar constantemente com criados. Não fazia muito sentido em minha cabeça, nunca vi diferença alguma entre eles e eu, a não ser o fato de que eu podia carregar um nome e eles não. Mas fora isso, eram pessoas completamente normais aos meus olhos de criança, por que ele não achava aquilo correto? O que tinha de errado?

Então foi quando o inferno realmente se iniciou. Irritado por algum motivo desconhecido por mim, Donggun foi até a parte de trás do castelo, onde Taemin e eu brincávamos e Yiseo observava com um sorriso. Seus movimentos violentos interromperam nossa brincadeira e ele me puxou com força pelo braço, derrubando Taemin ao chão com nenhuma delicadeza, fazendo o braço do pequeno Beta ficar machucado, talvez quebrado. Yiseo se desesperou ao ver o irmão injuriado e correu até ele em socorro, mas eu senti coisas esquisitas naquele dia, muito estranhas para uma criança tão nova.

Meu corpo tremia, eu não conseguia ver nada com clareza, só raiva, raiva e mais raiva. Por que ele tinha sido tão violento com Taemin? O que ele fez de mal?

Ao olhar a pequena figura que eu era, Donggun prontamente arregalou os olhos em surpresa — talvez uma surpresa nada boa para si. Com sua mão grande e áspera ele me pegou pegou pelos cabelos, mesmo com dificuldade, me arrastou para dentro do castelo e me jogou dentro do quarto que dividia com minha mãe. Eu era só fúria por dentro e por fora, estava me sentindo muito diferente do que sempre fui, com desejos esquisitos que nunca tive durante todos aqueles curtos anos de vida.

— Olhe os olhos dele! — gritou para minha mãe, que assustou-se ao ver a cena — Estão vermelhos! Você pariu um lobo, Hyunjoo!

— Você esperava menos? — ela indagou vindo até mim com preocupação — Você é lobo! Havia chances de um dos filhotes vir com o mesmo gene!

Minha mãe pegou meu rosto com as duas mãos, tentando de forma quase inútil que eu fizesse contato visual com ela, porém eu grunhia, rosnava, pronto para atacar aquele homem maldoso.

— Taehyung, olhe para a mamãe — sussurrou implorando — Taehyung, olhe para mim. Se acalme, filho.

— Ele o empurrou! Taemin não fez nada de mal! — gritei a plenos pulmões — Ele é mau!

— Cale a boca, seu pequeno verme! — Donggun bradou — Se der um passo eu vou matá-lo aqui e agora!

— Não! — minha mãe gritou desesperada — Por favor... Ele é meu filhote, nosso filhote, não pode matá-lo! — a voz embargada e já consternada implorou — Ele não vai fazer nada com ninguém...

Donggun fechou a cara, mas ainda sim eu estava completamente banhado em estado caótico e assassino.

Naquela época eu não compreendia mesmo, mas Donggun do Norte conheceu a única pessoa que poderia ser seu inimigo caso não exercesse aquele maldito controle que ele tinha sobre qualquer pessoa.

Ou ele me colocava nos eixos... Ou no futuro eu lhe seria um problema.

A segunda opção se tornou o mais real possível.

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Donggun do Norte só conseguia manter as pessoas sob seu controle por via do medo. Mas ele nunca me causou tal sentimento. Eu o odiava.

Conforme fui crescendo, fui entendendo aos poucos o que ele fazia, não só comigo, minha mãe e meus irmãos, mas com todos.

Lembro bem dos olhos de minha mãe tentando me explicar que eu deveria me conter, pois caso não fizesse, Donggun me mataria. Foi ela quem me ensinou sobre ser lobo, não ele. Ela que me deu cada detalhe de como era a transformação, já que havia visto meu pai o fazer diversas vezes. Claro que ela não poderia saber cem por cento, já que não era lobo também, no entanto precisava me proteger e me preservar como podia.