Watermelon School

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28 de agosto de 2017- Sala do Diretor- 13:54

Vagando em seus pensamentos, Marta está sentada em uma das sete poltronas na sala do Diretor

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Vagando em seus pensamentos, Marta está sentada em uma das sete poltronas na sala do Diretor. Na sua frente, está uma mesa de bétula com algumas suculentas e papeladas jogadas por toda ela, e atrás dessa mesa, tem uma alta poltrona preta, da qual Marta estava louca para se sentar, mas por educação, resolveu ficar onde estava. Na esquerda de Marta, tinham duas cadeiras, uma ocupada por Pedro, e a outra mais próxima da porta, por Marcelly. Já no seu lado direito, havia quatro cadeiras, a mais longe se encontrava desocupada, enquanto na mais próxima, se encontrava sua melhor amiga: Kitty.

Kitty é uma garota negra e extremamente engraçada e divertida, seus cabelos chegam quase na altura de seus joelhos e tem as pontas descoloridas. Sua mãe é como advogada e seu pai trabalha em um frigorifico. Quando falam que ela é a melhor da turma em artes, não é nenhuma brincadeira, pois ela ganha o prêmio de pessoa mais criativa da cidade todos os anos desde quando ela tinha 6 anos, que foi quando ela participou pela primeira vez. 

Na cadeira ao lado de Kitty, Ricardo estava sentado. Ricardo é o garoto de 13 anos mais alto que Marta já tinha visto. Ela e Kit (Kitty) já tentaram definir eles em uma só palavra, mas ficaram em dúvida entre irritante, tonto, burro e bobo, então acabaram desistindo. Ao lado de Ricardo estava João Justino, o garoto mais baixo e dedo duro da sétima serie.

Marta olhou para Kit, Kit olhou para Marta, ambas ergueram as sobrancelhas, Marta piscou, Kit mexeu as mãos, Kit bateu os pés, e Marta inclinou a cabeça, as duas olharam da porta para a poltrona, se encararam novamente, (pareciam estar lendo os pensamentos uma da outra) Marta olhou para o corredor, Kit olhou para o teto, novamente as duas se encararam e caíram na gargalhada: 

  -Qual é a graça? em?-disse J.J. (João Justino).

 Marta olhou pra Kit que retribuiu o olhar ainda rindo, respiraram fundo, pararam de rir, olharam para J.J. e começaram a rir novamente sem responder a pergunta do garoto. Na verdade, nem elas sabiam exatamente por qual motivo estavam rindo.

Os seis garotos escutaram passos vindo do corredor, o diretor estava vindo acompanhado de uma mulher de cabelos castanhos um pouco mais alta que o diretor. Junto a ela, havia uma segunda mulher, que aparentava ser uma médica ou psicóloga.

Marta e Kit se entreolharam novamente e pararam de rir, Marcelly arrumou a postura, Ricardo franziu a testa, J.J. arregalou os olho, e Pedro se quer se mexeu. O diretor abriu a porta, todos olharam para ele, o diretor deu um leve sorriso e foi em direção da poltrona. A moça de cabelos castanhos se sentou na cadeira vazia ao lado de J.J. e a "médica" ficou de pé ao lado do diretor que agora já havia se sentado em sua confortável poltrona:

 - Olá, garotada! Tudo bem com vocês?

Falou o diretor. Um segundo de silêncio se passou como uma eternidade, e com isso agoniada, Marta falou:

 -Tudo! E com o senhor?

 - Obrigado por perguntar, estou muito bem! Especialmente pelo fato de que vocês estão aqui hoje, uma semana antes de começar as aulas, apenas para apresentá-la à um aluno! 

Perdendo a paciência, J.J. fala grosseiramente:

 - Vamos conhecer ele, ou estamos aqui pra uma conversa de grupo de família?

O diretor olha para o João com uma cara que dizia claramente "desnecessário", enquanto a mulher de olhos de jabuticaba e cabelos castanhos apreciava as próprias cutículas com uma cara mais que preocupada.

O Diretor percebeu o clima, e olhou pedindo ajuda para a senhora que estava de pé ao lado dele. A mulher entendeu o recado:

 -Olá a todos aqui, eu me chamo Sônia, Sônia Pickler. Eu sou uma psicóloga, e estou aqui para analisar o comportamento do Caio enquanto ele faz contato com vocês - ela sorriu- Ele está esperando na sala ao lado, chamaremos vocês quando for a hora de conversarem.

Sra. Pickler saiu andando com seus cabelos pouco grisalhos reluzindo por trás de suas orelhas. Ricardo olhou para os lados com cara de desentendido e por desencarno de consciência resolveu perguntar:

 - Quem é Caio?

 - O menino com autismo!

Disse Pedro se irritando com o nível de burrice do Ricardo, Kit achou aquilo muito grosseiro:

 - Não fala assim! Ele não escolheu ser assim!

 - Oque eu fiz? -disse Pedro com um tom de quem quer gerar encrenca.

 - Você foi muito rude!

 -Kitty! Calma, ele não merece explicação, ele que se de mal! -disse Marta acalmando a amiga.

Marcelly parecia muito nervosa olhando para o diretor e a Moça de cabelos castanhos que conversavam no lado de fora da sala. No meio do corredor, uma porta se abriu, e a Sônia saiu de lá com uma prancheta na mão, e se encaminhou ao diretor. Ela mostrou a prancheta para o ele e os três entraram na sala para falar com os alunos:

 - João Justino! Venha, você vai conhecer ele primeiro.

J.J. se levantou e foi em direção da porta:

 - Eu sou a Pricila, mãe do Caio, Tudo bem com você? 

A mulher de cabelos castanhos finalmente falou alguma coisa, Marta estava ansiosa para ver o Caio, mas ainda teria que esperar a vez do J.J, da Marcelly, e da Kitty, então resolveu ir tomar água.

Saindo da sala do diretor, ela se depara com J.J., que pelo visto havia sido muito rápido na conversa, ele pegou suas coisas, e foi para casa. Marta desceu a escada do fim do corredor, foi até o pátio, onde tinha o bebedouro, não tinha copo, então ela subiu novamente a escada e virou na esquerda, era a cozinha. A Dona Quibbe estava lavando a louça, nem viu quem era, só falou:

 -Os copos estão no armário sobre o fogão... Marta! -disse ela finalmente vendo quem havia entrado na sua cozinha- Que saudades querida! Você também está aqui para falar com o garoto?

 -Sim- respondeu Marta.

 - Pobre garoto, pobre mãe...

 - Porque? Oque aconteceu?

  - Você não sabe?! O pai dele adoeceu ano passado, ficou bem mal, bem mal mesmo, e a uns três meses... - ela olhou para baixo, seus cabelos pretos com cachinhos, que eram presos em um improvisado coque, se soltaram e cobriram seu rosto, ela não precisou terminar a frase, Marta já havia entendido. 

 - Eu não fazia ideia!

 - Triste... Vai pegar o copo, e já traz um pouco de água pra mim. 

 - Tá estou indo 

Marta pegou os copos desceu as escadas até o patio e tomou um copo d'água, gole por gole, pensando em tudo que acabara de descobrir.

Ela ouviu uma voz:

 - Martaaa!

 - Oi, Kitty?

 - Venha, é sua vez, todos já falamos com ele, passamos sua vez porque tu não tava lá na hora.

 - Tá estou indo 

 As duas subiram a escada lentamente, Marta não achara as palavras certas para contar sobre Caio para Kit, então o silencio se alongou até Marta entrar na salinha.

Ela se sentou na cadeira na frente de Caio e falou: 

 - Oi.

                 OBRIGADA POR LEREM ESSE CAPÍTULO, LOGO, LOGO, ESCREVO O PRÓXIMO!

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                                                                     Ana Michels Pereira

Opostos se Atraem- Viagem no amorOnde as histórias ganham vida. Descobre agora