Capítulo 8

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Maya.

      Eram quase sete horas e já fechava a cafeteria, os garotos que eu descobri se chamarem Peter e Need conversaram comigo a tarde inteira, foi bom pra passar a hora, avisto Happy e vou em sua direção.

—Boa noite Happy- bocejo entrando no carro.

—Olá Maya- diz sorrindo pra mim.

      O caminho foi em silêncio e isso era tudo que eu precisava, faltava pouco para chegar meu celular toca, era um número desconhecido, estranho.

Ligação on:

Alô?- atendo.

Alô, Maya?- escuto em russo, sabia quem era, fecho minha cara e Happy parece perceber.

O que você quer?- pergunto em russo também.

Como você está?-pergunta.

E para que quer saber?- pergunto grossa.

Olha como fala comigo Maya, eu sou sua mãe- diz e solto uma risada cínica.

Você deixou de ser minha mãe no dia em que me expulsou com 14 anos- digo mais alterada, Happy apenas me olhava pelo retrovisor não entendendo a conversa.

Eu te liguei para isso Maya, me perdoe, não devia ter feito isso- escuto ela dizer e solto uma risada irônica.

Um pouco tarde não acha?- digo a ela, escuto ela respirando fundo, sabia que estava ficando nervosa- meu avós vão passar um tempo e sabe como vão ficar quando descobrir não é?- concluo sorrindo.

Olha Maya, eu tentei ser legal com você, ou você volta por vontade própria...- a corto.

Ou oquê?- a desafio, o carro para e desço dele entrando na casa tendo a visão de Tony e Pepper me encarando.

Eu vou te buscar a força, eu sou sua mãe e você está sob minha guarda- completa.

Então minha querida mamãe- digo irônica- agora eu tenho uma vida aqui, eu consegui tudo passando por muitas coisas, não é porque você quer que eu vou deixar tudo aqui e voltar!- exclamo séria.

Olha Maya, você não tem idade para morar sozinha, então não me faça ir te buscar- ela ameaça.

Então você vai ter que vir me buscar, pois se depender de mim eu não vou!- exclamo em um tom mais alto.

Eu te avisei- diz e desliga.

        Suspiro e me jogo no sofá, era só isso que me faltava agora.

—O que aconteceu?- Tony pergunta.

—Eu não sei como minha mãe conseguiu meu número- suspiro- ela disse para mim voltar pra "casa"- faço aspas com os dedos- que se eu não fosse por bem, iria por mal.

—Estou sériamente começando a achar que essa mulher é louca- diz me encarando- porquê ela quer que você volte se ela mesma te expulsou?- sorrio de lado.

—A cada dois anos meus avós vem em casa- começo- ela devia estar dando alguma desculpa quando eles ligam, mas agora ela sabe que eles vão ficar furiosos se descobrirem oque ela fez.

—Se você tem seus avós, porquê  não foi morar com eles?- Pepper me encara- você não precisaria passar por tudo que passou.

—Eles moram na Alemanha, eu não falo alemão- dou de ombros- sem contar que eles brigariam e fariam minha mãe me "aceitar" novamente em casa, então eu preferi nem comentar- suspiro pesadamente- provavelmente eu vou ter que voltar com ela, ela ainda é minha responsável perante a lei- Tony coça a garganta para falar.

—Não mais- diz pegando um papel- talvez eu e Pepper fomos atrás de uma assistente social.

—E agora sua guarda é definitivamente nossa- Pepper completa me entregando o papel.

       Pego da mão dela e começo a ler, nele dizia que minha mãe não tinha mais direito algum sobre mim, que minha guarda definitiva era de Tony, chego em uma parte que meus olhos se enchem de lágrimas, Maya Miller Stark, levanto o olhar vendo eles sorrindo pra mim, retribuo com outro.

—Agora eu tenho alguém que eu mando oficialmente- Tony diz sorrindo, arqueio uma sobrancelha.

—Você não está falando sério, está?- pergunto e ele apenas me encara.

—A, eu estou- afirma sorrindo.

—Você nem pense!- digo apontando pra ele- a única pessoa que eu aceito mandar em mim é a Pepper- continuo- o olhar dela me da medo- falo mais baixo pra ele.

—Eu entendo, eu também tenho- sussurra  de volta.

—O que estão falando?- ela pergunta nos encarando.

—Nada!- dizemos juntos.

—Olha Tony, obrigada por fazer tudo isso por mim- digo o encarando que sorri.

—A partir de agora você é a coisa mais importante da minha vida- sorrio pra ele que abre os braços- vem, eu sei que quer- diz brincando, reviro os olhos rindo e dou um abraço nele, que me aperta em seus braços.

—É, talvez seja bom morar com você- brinco e ele se separa de mim.

–Claro que é bom morar comigo, eu sou eu- diz todo convencido, eu e Pepper reviramos os olhos logo dando risada.

—Você conversou com sua chefe?- Pepper pergunta.

—Ela pediu pra mim ir só até o sábado porquê é final de semana, depois eu não preciso ir mais- respondo.

—Ótimo, vou conferir sua matricula- diz saindo com o celular em mãos.

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       Bem, hoje já era sábado, o último dia que trabalharia aqui. Minha mãe nunca mais ligou e eu agradeço por isso. Peter e Need vieram todos os dias e ficaram conversando um tempo comigo. E sempre no mesmo horário eles passavam aqui, como agora.

—Oi Maya- dizem juntos.

—Oi meninos- digo sorrindo- o que querem hoje?.

—Milk Shake- respondem juntos e dou risada.

—Então Maya, como você está?- Ned pergunta.

—Estou um pouco triste- respondo colocando os milk shake's na frente deles.

—Por que?- Peter pergunta.

—Nossas conversas vão acabar- digo sorrindo de lado- hoje é o último dia que eu trabalho aqui- vejos a feição deles se entristecer.

—Por que? Te mandaram embora?.

—Não- dou risada- meu pai me matriculou em uma escola e não quer que eu trabalhe mais.

—Espera, quantos anos você tem?- Peter pergunta me olhando.

—Dezesseis- respondo a eles que arregalam os olhos.

—Você não tem só dezesseis anos!- Peter exclama.

—Não estou mentindo- digo rindo e mostrando minha identidade a eles.

—Você tem nossa idade- Ned fala surpreso.

—É- dou  risada da cara deles.

—Vai que com sorte você está na mesma escola que a nossa- diz Peter me olhando.

—Com sorte quem sabe- sorrio para eles.

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Filha do Homem De FerroWhere stories live. Discover now