Quem Sou Eu?

Amnésia

Um médico entrou no quarto, imaginei que fosse o neorologista que a enfermeira havia comentado. Ele era caracteristicamente alto e caucasiano, e como a maioria dos médicos, tinha aquelas enormes olheiras ao redor dos olhos. Os seus lábios brincavam com um sorriso terno e simples enquanto pronunciava em uma pergunta um apelido bastante sugestivo.

- Bom, acho que sim. Respondi enquanto lia o crachá em seu jaleco que indicava seu suposto nome: Maxuel Brollin.

- Como está se sentindo? Ele perguntou enquanto pegava uma prancheta encima do meu criado-mudo, e dentro de um envelope, que ele carregava, havia um raio-x, que provavelmente era meu.

- Lamento interrompe-lo, mas estou sentindo uma dor de cabeça terrível. Meu corpo inteiro doi. Falei enquanto fazia uma careta de dor.

- Perdoe-me, como sou desleixado, os efeitos dos remedios ja acabaram, esqueci de os repor. Ele apressadamente foi ate o cateter de soro que havia no lado esquerdo da cama, e aplicou uma seringa que ele havia preparado e conectou o cateter a uma entrada que tinha en cima da minha mão.

Depois de uns dez minutos, o remédio começou a fazer efeito, a dor já era suportável.

- Então, vamos diretamente a situação, você sofreu um trauma neural, vulgarmente conhecido por pancada na cabeça, foi justamente isso que causou sua amnésia. Ele explicou enquanto eu ouvia atentamente.

- Mas ela, a amnésia, é reversível? Perguntei um pouco tensa.

- Felizmente, a amnésia não é eterna, porém é independente e indeterminada. Ela se assimila a um coma, so que de memórias. Nenhuma ciência pode saber quanto tempo pode permanecer um coma, nem uma amnésia. Suas memórias poderiam voltar amanhã, depois de amanhã, ou quem sabe, daqui a um ano ou mais, como eu disse, ela possui tempo indeterminado. Ele explicou tudo detalhadamente.

- O que eu vou fazer agora? O que devo fazer? Eu realmente fiquei aflita.

- Primeiramente mantenha-se calma, nada vai se resouver do nada, é preciso tempo, e eu como um médico, acredito que o tempo seja o melhor remédio, e para fazer efeito, o doente precisa ser paciente. A sua voz era calmante, eu sentia que podia confiar em seus conselhos.