PRÓLOGO

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Meu corpo treme compulsivamente, minha respiração ofegante faz com que meu peito suba e desça, conforme eu ando apressadamente, pelos corredores do prédio

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Meu corpo treme compulsivamente, minha respiração ofegante faz com que meu peito suba e desça, conforme eu ando apressadamente, pelos corredores do prédio. O barulho do meu salto batendo contra o piso, ecoa alto, quebrando o silêncio do ambiente.

Tento controlar minhas lágrimas, porém, elas involuntariamente, escorrem pelo meu rosto. Aperto, freneticamente, o botão do elevador, como se isso fosse fazê-lo subir mais depressa e, os poucos segundos que o elevador leva para subir, esse curto momento, parecem horas.

Viro meu rosto, de maneira frenética, para os lados e tento enxergar se ele está a minha procura. Balanço a cabeça negativamente, o que menos quero nesse momento é ver sua cara idiota e repulsiva.

O elevador apita, abrindo suas portas em minha frente, mesmo com as pernas trêmulas, eu me forço a entrar e logo em seguida aperto o botão T. Viro meu rosto para direta, encaro minha expressão no espelho, meu cabelo continua impecável, em um coque alto e elegante, meu vestido preto que demorei horas escolhendo para esse momento, continua da mesma forma, perfeito. A única coisa que denuncia que algo não está bem, é minha expressão pálida e minha maquiagem completamente borrada.

Demoro alguns segundos para achar meu celular, mesmo que seja nessa mini bolsa, talvez por conta do meu nervosismo acabo demorando alguns segundos para poder encaixar o celular na minha mão. Os próximos movimentos são feitos no automático, eu digito no grupo das minhas melhores amigas o que eu suponho ter sido um "preciso de ajuda", não paro para observar se realmente foi escrito corretamente.

Assim que o elevador para no térreo, ando apressadamente em direção a saída do prédio, empurro com força as portas de entradas, as mesmas que horas atrás eu entrei tão feliz. Corro o máximo que consigo com meus saltos, deixo o ar da noite entrar nos meus pulmões, tento encontrar algum táxi parado na frente do edifício, o que seria algo comum , para minha sorte, em um evento desses de grande porte, por isso, não demora muito, eu encontro no final da quadra uma fileira de táxi, entro no primeiro que eu vejo.

Forço minha voz para sair claramente e audível, para poder dizendo ao motorista meu endereço e é só quando o carro começa a se movimentar que eu me permito realmente relaxar e respirar. Fecho meus olhos com força, tento não fazer barulho enquanto choro baixinho, as palavras de Gregory ainda estão latentes na minha mente.

15 minutos antes.

– Sério? Você me tirou da minha festa, para falar sobre isso? Ah, minha querida Madeline – Ele se aproxima de mim lentamente, com aquele sorriso sacana nos lábios, sinto seus dedos percorrem toda extensão do meu rosto. – Esse showzinho de mulher ofendida não combina com você.

– Gregory, eu achei que você poderia pelo menos ter comentado que eu ajudei na elaboração da campanha, não me importo com o reconhecimento, mas a ideia era minha – murmurei com um nó na garganta.

– E quem vai acreditar em você? Em, meu doce? – Ele passa o dedo nos meus lábios – Você é uma simples estagiária.

– Você é um babaca, isso sim! – Eu empurro com força seu corpo, fazendo com que solte uma gargalhada.

– Você tem que entender seu lugar, Madeline – Ele me encara com uma expressão de superioridade – Você não é nada, eu sou o sócio deste escritório, eu tenho poder e não você. Por isso, meu anjo, fique satisfeita de continuar com seu emprego depois desse showzinho ridículo que acabou de fazer – Ele se aproxima de mim, me encurralando entre o corpo dele e a mesa de seu escritório, onde estamos.

– Porque você pode até ter uma cabecinha inteligente, mas estou te mantendo aqui, pelo simples fato de você ser uma gostosa e ter esse corpo delicioso, o qual eu amo aproveitar – Ele diz isso enquanto passa seus olhos pelo meu corpo descaradamente, fazendo eu me sentir suja, meu estômago embrulha.

– Bem-vinda ao mundo corporativo, Madeline. Se você quiser ganhar algo, eu sugiro que você comece a usar essa sua boca da melhor forma possível – Ele solta uma risada alta – Daquela forma que eu sei bem que você sabe fazer.

– Seu porco babaca – Dou um tapa na cara dele, enquanto sai apressadamente do escritório.

Depois.

Eu sou tão estúpida, meu Deus, como sou burra!

Eu, que sempre me vangloriei sobre nunca me deixar ser envolvida por papinhos de meia boca de homens cafajestes, acabei me envolvendo com o pior deles. Gregory com suas palavras bonitas e com sua inteligência, me conquistou em poucos meses e eu me envolvi mesmo sabendo que era arriscado por conta do nosso trabalho. Enquanto ele sugava todas as minhas ideias, minhas opiniões e minhas sugestões, eu como uma verdadeira idiota, achava que ele só queria me envolver mais, me ensinar e até mesmo achei que era a forma dele demonstrar que acreditava no meu potencial.

Burra, burra!

Mas uma coisa, Gregory não sabe. Se tem algo em que eu me orgulho é da minha determinação, por isso eu, Madeline Goldstein, ainda vou fazê-lo engolir cada palavra que ele me disse. Vou mostrar não só para ele, mas principalmente, provar a mim mesmo que eu sou capaz de tudo, porque uma coisa eu tenho certeza: Jamais deixarei nenhum outro homem ou qualquer outra pessoa me humilhar.

Eu vou lutar todos os dias, até conseguir chegar onde eu quero, porque eu sei que New York inteira, ainda vai conhecer meu nome.



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ONE AND ONLYWhere stories live. Discover now