Era um tanto difícil debater com Sierra, porque ela de fato tinha argumentos bons, então Beverly decidiu dar uma chance e pegou o cartão que a psicóloga lhe deu. Era de outra terapeuta, alguém especializada em assuntos pertinentes para a situação, já que Sierra tinha outra linha de atuação e seria antiético consultar Bev, afinal as duas tinham se aproximado bastante naqueles últimos dias.

Então Beverly tinha seu primeiro objetivo para quando saíssem daquele esconderijo e de alguma forma isso lhe fez muito bem, não era mais sobre controle de danos e tentar se proteger de um possível — e provável — retorno de Ryan, era sobre fazer algo em prol de seu futuro. Algo para si mesma.

Porque, sim, achava que cedo ou tarde Ryan estaria de volta. Tinha uma ordem de restrição contra ele, mas Beverly duvidava que isso o impediria. E, de uma forma ou de outra, ele era pai do Mike, com certeza usaria isso para se aproximar, mesmo que fosse dentro dos moldes da justiça. Estava presa àquele homem pra sempre.

Era esse pensamento que lhe deixava acordava a noite...

Lavou sua xícara vazia e a colocou no escorredor, a maioria das pessoas ainda estava dormindo, incluindo Mike, e Beverly cogitou voltar para a cama, porque na verdade não havia muito o que fazer naquele lugar. Pelo menos não para ela.

Estava seguindo pelos corredores frios quando notou barulho e movimento em um dos cômodos. Não era curiosa ou intrometida, mas sabia que aquele era o quarto de Sam, por isso se pegou prestando atenção enquanto diminuía o passo. Ele estava fora com Bucky para uma missão há dias, será que tinha voltado?

Não precisou questionar muito, porque a porta se abriu bem naquele momento e um Samuel Wilson ainda com cara de sono apareceu bem na sua frente.

— Hey, Bev. — Ele sorriu ao vê-la passando, e era interessante como mesmo pela manhã tinha aquele bom-humor de sempre.

Ela se pegou sorrindo também, algo involuntário. Ele estava bem... Quer dizer, não que estivesse preocupada, Sam era um homem adulto e com certeza podia cuidar de seus próprios assuntos... Mesmo assim aquela parecia uma vida muito perigosa.

Não era grande coisa, estaria preocupada com qualquer um.

— Bom dia. — Respondeu neutra. — Não sabia que já estava de volta.

— Chegamos de madrugada... — Ele se espreguiçou soltando um bocejo e Beverly desviou o olhar dos músculos que tencionaram e apareceram por baixo da camiseta branca — Que bom que te encontrei logo cedo, tem uma coisa que precisamos conversar, está ocupada?

Ela voltou os olhos para Sam e negou devagar; não imaginava o que podia ser e o tom dele não denunciava muito também.

— Ótimo, vou pegar uma xícara de café e já volto. Me espera aqui. — Wilson declarou simples, apontando para o quarto e saiu em passos rápidos.

Beverly pensou em segui-lo para que tivessem aquela conversa em outro lugar, mas já estava ali parada no corredor, então decidiu fazer o que Sam dissera. Entrou no cômodo, notando que a cama já estava feita.

Não conhecia muitos homens que arrumavam a cama de manhã... Deixou esse pensamento intruso de lado e olhou ao redor; o quarto de Sam era exatamente igual ao dela, o mesmo espaço exagerado, a mesma cama gigante... No entanto, ele tinha menos malas e uma delas chamou atenção. Era um tipo de bolsa de couro, redonda e grande, como se fosse um estojo para um instrumento musical, embora não conseguisse pensar em nenhum instrumento musical com aquela forma perfeitamente circular.

Ainda estava ali parada no mesmo lugar, de pé, ponderando o que teria na bolsa de couro, quando Sam retornou.

— Como você está? — Foi a primeira coisa que ele perguntou, lhe estendendo uma xícara extra de café. — Você e o Mike estão precisando de alguma coisa?

INVERNO ARDENTE | Bucky Barnes ✓जहाँ कहानियाँ रहती हैं। अभी खोजें