Touching Paradise • Beauany

Like the sky

— Acalme-se! Não é nada disso. — dou risada. — Só estava refletindo sobre o quanto gosto disso. — aponto nós dois abraçados. — Ter você assim é quase utópico, Sky.

— Sky? — ela questiona, ligeiramente confusa.

— Espero que não se importe que eu te chame assim. — mostro-lhe um pequeno sorriso.

— Não, eu gostei. — ela também sorri e inclina-se um pouco para fitar meu rosto. — Mas agora quero saber o porquê do apelido.

Penso em explicar o que realmente pensei segundos atrás, mas sei que ela não entenderia — pelo menos não como deveria —, então prefiro dar um sentido mais poético ao nome. Um sentido que também se adeque perfeitamente à ela.

— O nome diz tudo por si só, mas caso ainda tenha dúvidas... — acomodo o rosto na curva entre o pescoço e o ombro direito da garota enquanto falo. — basta olhar o magnífico manto de estrelas que nos cobre essa noite e tirar suas próprias conclusões.

Noto sua postura se enrijecer um pouco, provavelmente por algum incômodo causado pelo contato direto com minha barba e penso em recuar, mas antes que o faça, a morena pende a cabeça para trás e relaxa em meu ombro esquerdo, dando-me ainda mais acesso. Deixo um beijo casto em sua pele e assisto seu rosto corar. É uma linda cena. Juro que não me importaria se o tempo simplesmente parasse agora.

— É incrível. Eu amei, de verdade. — Any diz de um jeito contido, mas sei que está em êxtase por dentro. Posso sentir a energia irradiar por seu corpo.

— E em relação ao que eu disse antes? Tem palavras coerentes para dizer agora?

— Bem, eu estou feliz por sua atitude. Também quero ficar com você, Josh. Só acho que preciso saber algumas coisas antes de nos reaproximarmos.

— E já não nos reaproximamos o suficiente? — digo em tom divertido. Ela dá risada.

— Não seja bobo, sabe bem do que estou falando.

— Tudo bem, vamos lá. O que quer saber?

— O que te fez mudar de ideia em relação a nós? — a garota cessa o carinho em Gaya e pega a garrafa de chocolate quente ao meu lado. Em seguida, serve mais do líquido em nossos copos. — Eu me lembro de quando disse que sua amizade era tudo o que podia me oferecer e agora parece que você simplesmente decidiu ignorar isso.

Any entrega meu copo e tomo um grande gole enquanto penso no que dizer, porém, logo me dou conta de que não há uma resposta concreta. Nem sei ao certo se posso oferecer algo mais à ela. A verdade é que minha declaração foi um tiro no escuro, disparado pela combinação entre uma das teorias de Noah, o desejo de ter Any em meus braços outra vez e toda a saudade que senti. Revendo meu ato agora, sinto-me um grande irresponsável. Um irresponsável apaixonado. Será que eu poderia estar mais encrencado?

— Eu senti muito a sua falta. — começo. — Digamos que a saudade tenha sido bem esclarecedora. Também tive uma conversa com o Noah minutos antes de vir para cá. Meu amigo fez com que eu enxergasse nosso envolvimento por outro ângulo. Não sei se estou agindo corretamente agora, mas decidi arriscar.

— Hm, então quer dizer que está se arriscando por mim... De repente, estou me sentindo alguém muito importante. — a morena sorri, alheia a nossa real situação. Pergunto-me o que ela diria se soubesse que não estou me referindo a riscos no sentido figurado, mas literalmente.

— Acredite, você é. — acaricio seu ombro coberto pela jaqueta. — Mais perguntas?

— Sim, tenho mais algumas. — ela gira parcialmente seu corpo para me olhar nos olhos. — Nas duas vezes em que nos beijamos, você recuou logo em seguida. Quero saber o que te impedia de ficar comigo. Não gostava de mim desse jeito ou tem algum outro motivo? Você mentiu quando disse que não tinha namorada? Porque eu realmente não consigo entender.