Problems and More Problems

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- Já faz algum tempo.

- Tudo bem, filha. - ele sorriu, ainda parecia surpreso. - E quando vamos conhecer ele?

- Ele... ele, ahm... - era como se as palavras tivessem escapado de minha mente. - Ele não é... ele.

- Como assim? Eu não entendi. - John franziu as sobrancelhas.

- Pai... Behrad. - eu encarava os dois com receio. - Eu tô namorando a Charlie.

O sorriso no rosto de Behrad se desfez e sua boca ficou aberta em um perfeito "O". Eu estava com medo de encarar meu pai, mas não poderia ficar o resto da vida sem olhá-lo, assim que encarei seus olhos vi um homem parcialmente bravo. Ele largou os talheres que segurava e fechou a mão com força, ele fechou os olhos e segundos depois abriu.

- Como é? Eu acho que não ouvi direito. - perguntou.

- É isso, pai, eu estou com a Charlie. - repeti, dessa vez tentando parecer mais relaxada.

- E diz assim?! Tão tranquila? Como se fosse normal! - ele se levantou da mesa com brutalidade. - Acha isso normal?!

- É normal, pai. - me levantei também. Logo Behrad e minha mãe fizeram o mesmo.

- Não. Não é normal! A mulher foi criada para o homem, não para outra mulher, Zari. - seu rosto estava vermelho, era como se fosse um vulcão prestes a entrar em erupção.

- Estamos no século vinte e um, não é mais assim, não funciona mais desse jeito. - as lágrimas já estavam querendo escorrer de meus olhos.

- Eu não aceito, na minha família não tem essas coisas! - ele chegou mais perto de mim e meu corpo automaticamente gelou.

- Jonh, para! - minha mãe gritou segurando ele pelo braço.

- Você vai ter que escolher, eu ou ela. - disse fazendo-me arregalar os olhos. - E quando eu digo eu, eu quero dizer tudo isso aqui! Essa casa que você mora, essa comida que você come, todo esse conforto que você recebe.

- Não vai expulsar minha filha de casa. - Nasreen disse.

- Eu vou se ela continuar com essa pouca vergonha. - ele encarou minha mãe agora. - Essa casa é minha, eu comprei com o meu dinheiro, está no meu nome, eu faço o que eu bem entender com ela!

- Pai, não precisa disso. - Behrad disse.

- Não se meta, Behrad. - ele disse sem tirar os olhos dos meus. - Vamos Zari!

- Não pressione ela, John! - minha mãe parecia mais preocupada do que eu.

- Tudo bem, mãe. - sequei algumas lágrimas de meus olhos. - Ele tem razão.

- Tem? - ela me encarou sem entender.

- Eu não posso comparar Charlie a vocês. - seu rosto não parecia mais tão vermelho. - Eu vou falar com ela hoje mesmo, vou terminar tudo. Desculpa por esse constrangimento, pai.

- Só desculpo quando realmente acabar com isso. - ele me encarou uma última vez e se retirou.

- Zari... - minha mãe me olhou e eu desabei de tanto chorar. Ela apenas me abraçou. - Vai ficar tudo bem, não precisa fazer isso. Apenas finja que fez o que ele mandou.

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