Segunda paixão, Primeiro amor -( 27 )

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Depois da conversa maravilhosa com meus pais no almoço voltei pro meu quarto e fiquei pensando em como as coisas mudaram em apenas dois meses, eu me apaixonei de verdade por um homem, e agora já queria construir uma família com ele, e o mais breve possível adotar uma criança. Quem diria eu Renato Brandão, conhecido também como Gavião criar tanta responsabilidade com apenas 23 anos de idade. Sai dos meus pensamentos e fui pro banheiro, tomei um banho e bati uma boa punheta pensando no Meu Garoto.

Estava voltando para o escritório e passei em frente ao restaurante onde o Jânio trabalha, parei o carro em frente e fiquei olhando lá pra dentro, quando vi uma loirinha que eu já tinha pegado que trabalha ali também recebendo as pessoas. Liguei o carro e já ia saindo quando vi Jânio atendendo uma mesa com três rapazes, desliguei o carro de novo e comecei a observar o atendimento, ele é muito atencioso e ultimamente ele ta ficando mais delicado e com alguns traços afeminados. Não me importo com isso, pelo contrário gosto.

Quando o Jânio anotou o pedido dos rapazes e deu-lhes as costas, eles começaram a conversar e todos olharam pra bunda do Jânio, que na calça do uniformes estava bem marcada e empinada, me deu uma crise de ciúmes que sai do carro bufando de ódio, entrei no restaurante e pedi a loirona gostosa que me arrumasse uma mesa perto do rapazes, por sorte conseguir uma ao lado.

Me sentei e pude perceber que os caram eram de presença, eles conversavam algo sobre faculdade, fiquei os observando discretamente por um tempo, uma moça veio me atender e pedi um refrigerante. Jânio ainda não havia me visto e continuava a fazer seu trabalho.

Depois de alguns minutos foi em direção a mesa dos rapazes com os devidos pedidos, enquanto ele estava em pé ao lado de um dos rapazes, o cara ficou encarando a bunda dele e mordendo o lábio inferior, não aguentei ver aquilo e disse com um tom bravo:

- Vai almoçar a comida ou o garçom? - na hora Jânio se virou e deu de cara comigo bebendo um gole do refrigerante e voltou a servir a mesa.

- Não te interessa, mas se o loirinho aqui tiver afim eu pego mesmo.

- Pena que ele já tem dono e não vai trocar um homem de verdade por um muleque.- disse com mais raiva ainda, Jânio terminou de servir a mesa e falou:

- Mais alguma coisa senhores?

- Toma esse cartão, se tiver afim me liga e se precisar de algo te chamo.- disse o rapaz e piscou pro Jânio entregando um cartão.

- Sinto muito, mas estou em meu local de trabalho e sou comprometido.- falou Meu Garoto e olhou pra mim. Todos na mesa me olharam e eu abri um sorriso enorme e chamei o Jânio, ele se virou e veio em minha direção, mas o rapaz deu-lhe um tapa na bunda e disse:

- Oh delicia, se eu te pegar eu te esbagaço na cama loirinho.- na hora que vi aquilo fiquei cego, levantei da mesa e peguei o carinha pela gola da camisa e disse:

- Você não ouviu ele dizer que tem marido ou ta surdo? Só não te arrebendo a cara aqui por causa dele, se não eu te deixaria com a mão amputada de tanta porrada que eu daria nela.- o cara ficou todo vermelho e todos do restaurante olharam em nossa direção, Jânio segurou no meu ombro e pediu todo medroso:

- Renato por favor, para com essas crises de ciúmes aqui, e solta o rapaz por gentileza.- soltei o cara e virei pra ele indignado:

- Como você fala que é crises ciúmes ? Esse otário te da um tapa na bunda e você ainda diz que é crise de ciúmes?

- A noite eu vou na sua casa e nos conversamos, agora vai embora por favor.- quando ele acabou de falar apareceu um homem de uns 30 anos, da minha altura so que magro e gerente do restaurante falou olhando pro Jânio:

- O que esta acontecendo aqui?

- Esse cara que ta afim de confusão, dizendo que é o namorado desse garçom.- falou o rapaz que eu peguei pela camisa.

Ficamos discutindo e o gerente  pediu que nos retirassEmos e chamou o Jânio em sua sala, ele antes de sai com os olhos marejados me olhou e disse baixo:

- Obrigado por estragar meu trabalho.- e saiu seguindo o gerente, ali percebi a burrada que fiz, eu e os rapazes saimos seguidos de seguranças.

Fui em direção ao meu carro preocupado com o Jânio.

No escritório não conseguir me concentrar em nada, tentei ligar pro Jânio, mas dava caixa de mensagem. Sai do trabalho mais cedo e fui pra casa, onde encontrei o Júlio com uma bicicleta azul, entrei em casa e na sala minha mãe estava conversando com Jânio no sofá e ele chorando em pé, joguei minha maleta com documentos e papéis no chão.

- O que foi Meu Garoto, por que você tá chorando?- Falei o abraçando e ele apoiou a cabeça em meu peito e ficou em silêncio chorando.

- Ele foi demitido, e você é culpado Renato, pra quer cenas de ciúmes no local de trabalho dele ?  Falou minha mãe se levantando.- Você sabe que ele precisa trabalhar, e por um simples tapa na bunda você da um escândalo no trabalho dele?

- Ele não precisa trabalhar, eu já disse que sou ciumento e não consigo me controlar. Desculpa meu amor, por favor.- falei dando beijos em sua cabeça.

- Eu não quero que você me banque, e eu acho que vou embora morar com meus familiares em Vitoria da Conquista lá eles  vão vão ajudar.- disse Jânio secado as lágrimas.

Nessa hora meu mundo parou, o soltei do abraço e fui andando de costas até encontrar a parede, desci de costa sentando no chão, afrouxei a gravata e desabotoei a camisa social do terno, coloquei a cabeça entre as perna e fiquei ali sem saber como reagir.

Continua.

Segunda Paixão, Primeiro AmorWhere stories live. Discover now