Um Criminoso Irresistível (Livro 9)

Capítulo 9

- Entre Mia.

- De maneira alguma. - Nego com a cabeça.

- Não seja teimosa. - Ele revira os olhos.

- Não vou entrar em seu apartamento.

Me viro de costas para fugir, mas o ogro do Heitor me pega no colo de repente, e então adentra seu apartamento comigo nos braço.

Heitor caminha até a sala, e então me joga no sofá, e no mesmo instante faço uma careta porque meu corpo está dolorido.

- Se machucou? - Ele questiona.

- Não. - Minto.

- Me desculpe. - Ele pede sem graça. - Não percebi que está machucada em outros lugares.

- Está tudo bem.

Me sento no sofá lentamente, enquanto Heitor caminha até à porta e a fecha, e em seguida se volta para a sala novamente.

- Obrigada pela ajuda, mas eu preciso ir...

- Vai para onde? - Ele me corta.

- Não sei. - Assumo.

- Fique aqui essa noite.

- Por que está me ajudando? - Pergunto curiosa.

- Estou te ajudando não porque gosto de você, mas sim porque não suporto ver mulheres machucadas. - Responde.

Sei bem que Heitor não gosta de mim tanto quanto não gosto dele, mas eu nunca achei que ele tentaria me ajudar mesmo se me visse em apuros.

Assumo que estou muito supresa e agradecida por sua atitude, mas vindo dele talvez ele queira me ajudar porque quer algo em troca.

- Vou te mostrar seu quarto. - Heitor fala.

Me levanto e começo seguir Heitor, enquanto me pergunto se não estou ficando louca por aceitar ficar em seu apartamento.

Eu não tenho para onde ir, então não posso me dar ao luxo de negar ajuda dele, mesmo ele sendo alguém que não gosto.

Heitor para em frente à porta e a abre, em seguida acende as luzes do quarto e faz sinal com a mão para que eu entre no recinto, e mais do que depressa o adentro.

- Irei arrumar algo para você vestir.

- Obrigada. - Agradeço.

- Me agradeça depois. - Ele me olha de cima em baixo enquanto sorri com malícia.

- Você...

- Estou brincando com você Mia. - Ela gargalha alto.

Heitor fecha à porta do quarto antes que eu tenha chance de dizer algo, enquanto eu fico parada no mesmo lugar horrorizada com a ousadia desse homem.

- Idiota. - Resmundo baixinho.

Olho em volta com curiosidade, e percebo o quanto o quarto é vazio e sem vida. Tem apenas uma cama com um criado mudo e um abajur do lado, e uma cômoda em frente a cama.

Será que Heitor não está acostumado a receber visitas? Sua vida será tão solitária quanto esse quarto?

Pelo que pude perceber até hoje, Heitor não parece um homem que faz amizades, e apesar de ter uma irmã que o ama, ela tem a sua própria família.

Apesar de não querer assumir que somos parecidos em alguns aspectos, terei que deixar o orgulho de lado e assumir isso.

Heitor parece ter escolhido viver dessa forma e até parece gostar da sua vida sem amarras, mas eu não. Mesmo estando junto da minha família era como viver em um mausoléu, e isso não é nem um pouco agradável.