58. Passado arrebentador

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— ANY GABRIELLY

VANCOUVER — CANADÁ

10:19 — AM


— Então, meu pai nunca foi fiel a minha mãe. Sempre a traía mas ela sempre o perdoava, ela acreditava firmemente que ele poderia mudar — solta um risinho nasal — pura ilusão a dela.

— Eu tinha duas irmãs, Luna e Sol — Ela sorri provavelmente lembrando de suas irmãs — Eram meninas lindas, acreditem! As pessoas mais doces que eu já vi, nós não fazíamos parte da máfia nem nada do tipo, éramos apenas crianças felizes.

— Quando eu fiz dezesseis anos Ketherine apareceu em nossa vida para acabar com tudo de bom que tínhamos.

Suspira.

—Até então meu pai somente traía minha mãe mas não a violentava, Ketherine obviamente virou amante de meu pai e fez a cabeça dele, o mesmo começou a bater em mamãe, batia tanto nela que em algumas vezes mal conseguia andar.

— Ketherine sempre fazia questão de ver. Eu e minhas irmãs sempre pedíamos para ele parar, até que um dia ele nos bateu, ficamos no hospital por um tempo...

— Quando voltamos meu pai havia colocado diversos homens da máfia Inglesa por toda a casa. No mesmo dia em que chegamos meu pai jogou mamãe para três homens, todos a abusaram sexualmente e ele só olhava e não dizia nada, também não demonstrava nada.

O silêncio está denominando o local.
Os olhos surpresos de Joalin, Heyoon e Hina a encaram com arrependimento.

Dá para ver nos olhares delas, estão mesmo arrependidas. Espero que agora elas mudem a conduta delas, espero que entendam.

A voz de sabina preenche a sala novamente.

— Nós sempre víamos tudo, Ketherine dizia que nós éramos igual mamãe e merecíamos tudo que acontecia com ela, porém ele nunca deixou ninguém nos abusar sexualmente mas sempre fazia questão de mostrar o que estava acontecendo com mamãe.

— Nós não tínhamos escolha, fechavámos os olhos mas não adiantava. Não podíamos sair, não podíamos fazer nada, estava um verdadeiro inferno. Um dia eu convenci de irmos pelo menos no mercado, ele só deixou eu ir, então fui...mas quando voltei...

Ela diz, mas para.

—Sabina— começo —Não precisa...se você não quiser não precisa, não lembre do passado, não lembre do que te machuca.

— Eu vou —diz e suas lágrimas escorrem pelo seu rosto— Elas precisam entender que não somos monstros.

Volta a dizer.

— Quando voltei meu "pai" estava drogado e estava vendo cinco homens abusando sexualmente de minhas irmãs, cinco em cada.

— Vi o inferno diante de mim, homens vieram tentar me pegar, provavelmente para fazer o mesmo comigo. Comecei a recuar e a correr desesperadamente para fora, consegui fugir, fiquei um tempo com uma tia minha.

— Umas duas semanas depois disso alguns membros da máfia me encontraram e me levaram de volta para meu pai, ele estava ainda pior, me bateu, ele disse que eu era uma vadia, que eu não prestava e que Ketherine estava complemente certa... disse que eu teria que morrer.

— Só que a liderança do meu pai nunca agradou os membros, então alguns me ajudaram a fugir novamente, então eu fui embora, minhas irmãs estavam mortas, minha mãe também...não tinha nada a perder.

— Então eu encontrei Sina, Sofya e Shivani...todas estavam na mesma situação que eu, viramos amigas e encontramos vocês, então tudo mudou, nossa vida melhorou. Entendem?

— Nossas histórias são parecidas — Sina começa a dizer — Aconteceu basicamente o mesmo com nós três, também estávamos fugindo de nossos pais e então nos encontramos em um lugar.

— Conheci elas no México logo depois que meu pai matou minha mãe — Sofya deixa uma lágrima escapar.

— Meu pai também — Shivani diz — matou minha mãe e minha irmãs, eu assiti tudo, ele só não me matou pois disse que eu morreria na manhã seguinte, mas então alguns empregados me ajudaram a fugir e eu corri para um país bem longe...o México.

As quatro estavam pensativas, provavelmente lembrando de tudo que passaram. Meu coração arde em saber o que elas tiverem que ver, ouvir e presenciar.

Sabina volta a dizer.

— Quando eu estava com dezoito anos meu pai veio até mim, me pediu perdão e disse umas coisas dizendo que se arrependia.

— Eu fingi aceitar, nunca o perdoei...eu tinha uma plano, ele confiaria em mim e eu teria um pouco de poder e depois acabaria com ele. Iria fazer ele pagar por tudo, esperei o momento certo, fiz um acordo com Josh, juntamos máfias e derrubamos eles. Meu pai e os pais das meninas.

— E conseguimos, eu precisava fazer isso, era tudo que eu precisava para ter paz, ele acabou comigo de todas as formas possíveis!

Sabina que até agora contava tudo com a cabeça abaixada levanta seu rosto e encara as meninas

Elas estão chorando. Provavelmente seus pensamentos mudaram, assim espero.

— Entendem? Não somos horríveis, nem assassinas, nós matamos? Sim...não irei mentir, mas matamos só quem merece, somente pessoas horríveis.

— Nós precisávamos de vocês, vocês são nossos anjos, nossa luz. Amamos vocês, não contamos antes pois achamos que era tudo passado, as coisas mudaram de verdade quando nossos pais vieram atrás de nós! Até então, tudo tinha ficado para trás — Sofya diz enquanto limpa suas lágrimas.

— Vocês são tudo para nós — diz Sina com um pequeno sorriso nos lábios.

— Nossa família — completa Shivani— sempre vão ser, independente do que vocês pensem, nós amamos muito vocês e sempre vamos estar por perto cuidando e vigiando.

— Por favor — diz Sofya — não nos deixem, é tudo que pedimos!

Eu não irei dizer nada, não cabe á mim.

Eu entendo elas, não mereciam nada do que passaram. Queria tanto poder tirar esse sentimento ruim que elas tem, queria poder tirar essa dor que todas sentem...esse aperto que aflige o coração delas.

Queria poder fazer elas esquecerem de tudo e viver sem fantasmas do passado, queria poder proteger elas igual elas me protegeram durante anos.

Era tudo que eu queria.

— Sabina eu...— Joalin começa a dizer, seus olhos estão cheios de lágrimas, assim como das outras.

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— I.S 🍒

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