Despertei-me com o despertador tocando. Desliguei e fui fazer as minhas coisas e me arrumar para mais um dia de aula, é ainda faltava muito para acabar o ano.
Anahi: Dulce?
- Diga - Disse enquanto penteava os meus cabelos com uma escova.
Anahi: Quer ir comigo na diretoria?
- Para que? Eu não fiz nada, ou pelo menos não estou sabendo se fiz.
Anahi: Já estamos sabendo do que aconteceu com o idiota do Diego. - Deixei a escova na gaveta, Christopher.
- O amiguinho de vocês já contou não é?
Anahi: Não, não foi como você tá pensando. Diego e Christopher quase sairam na briga por você ontem a noite. Sinceramente eu não acreditava que o Diego fosse assim mais agora não duvido de mais nada.
- Como que foi isso que eu não vi? - Perguntei curiosa.
Maite: Estavamos no jardim e o Diego chegou exigindo explicações do Christopher por estar perto de você. Ele perguntou se o Christopher queria te magoar e mandou ele se afastar, como se você fosse posse dele.
Anahi: E no meio da discussão o Ucker acabou dizendo o que aconteceu e advertiu a ele que se você quisesse ir contar para o diretor ele estaria de prova e nós duas com os meninos te defendemos também.
- Quem ele pensa que é? Ah eu não vou deixar isso assim. - Disse irritada e sem paciência. E eu ainda tive pena, quanta ingênuidade, mesmo depois dele ter me recordado algo que eu nunca mais desejo lembrar.
Anahi: Dulce, melhor deixar isso quieto, se manter afastada é o melhor. Mas se quiser vamos falar com o diretor, se não ele vai achar que pode fazer isso com qualquer outra garota. - Pensei, talvez ela tivesse razão.
- Okay. Eu vou falar com o diretor.
Anahi/Maite: Nós vamos com você!
- Eu vou sozinha.
Maite: Não, nós vamos com você. - Elas não iriam desistir, certeza.
- Vou terminar de me arrumar, melhor vocês fazerem o mesmo, daqui a pouco tem aula. - Voltei a fazer a minha maquiagem, coloquei minha bota e sai do quarto descendo as escadas quando vi Anahi e Maite me seguindo.
Anahi: Dulce espera, você não vai sozinha!
Caminhei em direção a sala do diretor e bati na porta, Anahi e Maite chegaram em seguida.
P: Pode entrar. - Rodei a maçaneta e entrei na sala. - Senhoritas, em que posso ajuda-las?
Anahi: Precisamos falar com o senhor diretor.
P: E o que deseja senhorita Portilla?
- Na realidade o problema é comigo. - Disse com os braços cruzados - Um dos alunos dessa escola, ou melhor dizendo Diego Uckermann me pegou pelo braço como se eu fosse propriedade dele. Desde que eu entrei nessa escola ele está me perturbando, e vim avisar ao senhor para que tome providências com esse aluno, para que ele não repita o que fez comigo com outras alunas ou algo pior.
- Não se preocupe Senhorita...
- Dulce Maria Saviñon.
- Senhorita Saviñon, vou tomar providências imediatamente sobre esse assunto.
Anahi: E nós temos provas, o irmão dele viu quando isso aconteceu.
P: Vou pedir para que as senhoritas voltem para a sala e não se preocupem, esse assunto estará resolvido hoje mesmo.
- Muito Obrigada. - Respondemos e saimos da sala indo até o armário pegar o material do dia de hoje e em seguida seguimos para a sala de artes. Os meninos apareceram e se juntaram a nós três.
Poncho: Estava procurando vocês.
Maite: Acompanhamos a Dulce até a diretoria.
Ucker: Contou para o diretor?
- Sim.
Ucker: Vou lá falar com ele.
- Não espera. Se ele te chamar você vai. - Disse.
Anahi: A gente citou você, mais ele nem disse nada, tomara que fale com ele mesmo.
Christian: Não creio que o Pascoal vai deixar isso passar em branco.
Maite: O Chris tem razão.
- Tomara. - Continuei a caminhar agora um pouco mais a frente que eles. Chegamos a sala de artes e o professor posicionou cada um em uma tela.
- Bom, para começarmos, quero saber como foram as férias de vocês, mas não precisam me dizer com palavras, podem se expressar com um desenho. Como é a nossa primeira aula deixo vocês livres para conversarem, porém quero a tarefa feita até o final dessa aula.
Anahi, Maite e os meninos estavam nas telas ao lado da minha, eu não iria ter paz para fazer o meu desenho sem ser perturbada. Diego não estava na sala, provavelmente Pascoal já estava cumprindo a sua palavra.
P: Com licença professor, Uckermann 2, venha comigo para a diretoria. - Christopher saiu da sala e nós nos entreolhamos. Será que eu fiz o certo em deixar as meninas dizerem que ele havia visto e estava de prova? A mãe deles vai ficar uma fera e o pior um irmão contra o outro, ai meu deus.
Mais tinha a questão de que esse cara pode ser um doente da cabeça, e que tente fazer com outra pessoa ou comigo algo parecido novamente. Você fez o certo, Dulce.
Anahi: O único ruim disso tudo é que o professor não vai aceitar a tarefa depois e ele dá ponto até por você levantar a mão e falar alguma coisa. - É, Christopher fez algo por mim e eu tinha a obrigação de retribuir.
- Deixa comigo, eu ajudo.
Anahi: Okay. Tenho uma pergunta crucial para você Dulcinha.
- Pergunte. - Peguei um pincel e molhei em uma das tintas, continuando o meu desenho.
Anahi: Exatamente, quero saber, como nos definimos? Amigas? Pré amigas? Pós colegas? - Ri das besteiras que ela dizia. - Responde, plis!
- Quer mesmo saber?
Maite: Queremos. - Disse a morena do outro lado.
- Pela felicidade geral da nação, declaro que somos pré amigas! Olha que felicidade. - A loira doida veio até mim me dando um abraço, me esmagando.
Anahi: Que linda, somos amigas!
- Me solta, Anahi. - Ela me soltou e então desamacei o meu uniforme e arrumei os meus fios vermelhos.
Maite: Também estou feliz, Dulcinha. - A outra também me abraçou denovo amassando o meu lindo uniforme novamente.
Poncho: Ei garota, qualquer coisa que precisar pode falar com a gente.
Christian: Com todos nós, "pré amiga"
- Obrigada. - Disse com um pequeno sorriso no rosto e ao mesmo tempo tentando dispersar Maite. O tempo passou e a aula acabou, entregamos os desenhos e então eu sai caminhando na frente e os meninos e as meninas ficaram para trás.
Ucker: Cheguei. Cadê a Dulce?
Anahi: Já foi para a sala.
Ucker: Caramba, o maldito desenho. Ele não vai aceitar depois, droga!
Maite: Calma, a sua futura conquista resolveu o seu problema. Agora vamos para a aula porque já vai começar.
Poncho: E pode ir contando o que aconteceu na diretoria.
Ucker: Um sermão daqueles. " Vocês são irmãos" " Diego, o que você tem na cabeça? Você escapou de não ser expulso", eu tive que escutar tudo até agora.
Anahi: E o seu irmão?
Ucker: Três dias em casa...
...
Agora era aula de filosofia, eu gostava até, o professor era bem inspirado e envés de uma aula de filosofia parecia um livro de romance ou uma aula de literatura, de tanto que ele lia os versos dos filósofos. Uma menina bruta como eu gostar de romance? Sim eu gosto e muito.
Enquanto metade da sala estavam distraidos eu e a maioria das meninas prestavam atenção e adivinha, eram duas aulas dele. O tempo passou e finalmente era intervalo, eu estava meramente faminta, me levantei e sai dando passos largos para a cantina, precisava alimentar esse ser que aqui vos fala. Pedi algo para comer e me sentei na mesma mesa que havia ficado no dia anterior e logo em seguida Maite, Anahi e os meninos se sentaram ao meu lado.
Anahi: Pré amigos tem o direito de sentar juntos no intervalo não é?
- Tenho uma má noticia, creio que não.
Anahi: Você está errada.
Ucker: As meninas me contaram que você fez a tarefa de artes por mim. Obrigada ruiva.
- Dinada. E corrigindo é Dulce, não aceito apelidos. Como foi na diretoria?
Ucker: Muito agradável, não há ambiente melhor. - Dei um pequeno riso. - Diego levou três dias de suspensão e broncas que valem pelo resto do ano inteiro, mas acredito que ele aprendeu a lição.
- Ótimo então. - Respondi. As meninas sairam do balcão e se sentaram comigo.
Anahi: Estou faminta e não se preocupem já pedi algo para vocês também. - Comemos e em seguida segui novamente para a sala de aula.
Ucker: Ei, temos uma conversa pendente, se lembra? - Disse se sentando na cadeira em minha frente.
- Me lembro, porém agora não será possivel.
Ucker: Pode ser a noite então, comemos algo e eu lhe conto, lembre-se que foi você que perguntou.
- Então o certo seria que eu insistisse para que a vossa pessoa me conte
Ucker: Não precisa, eu mesmo insisto. Aliás vou passar mais de um minuto sozinho com a vossa companhia já me dou por satisfeito. Marcado então? - Pensei.
- Okay, marcado. - Ele apenas respondeu com um sorriso e logo o resto do grupo apareceu e também os alunos entraram na sala. Assim passou o resto do dia, Anahi não cansava de jogar papelzinho em mim e me chamar para me sentar no fundo junto a eles, já estava ficando brava e até que enfim as aulas acabaram.
Subi para o quarto e troquei de roupa colocando uma legging preta, uma regata branca, terminei de me arrumar como sempre e sai, como não tinha marcado hora, ou ele estaria me esperando lá, ou então na escada. Desci e fui direto até o meu esconderijo secreto, na parte escondida do jardim e me sentei-me ouvindo minha música e refletindo um pouco.
Ucker: Pronto, dois lanches no capricho como prometido. - Ele chegou e se sentou ao meu lado e me entregou o lanche.
- Obrigada. Já pode começar, está perdendo tempo, você tem exatos 30 minutos para falar comigo.
Ucker: Então já vou começar. Bom desde crianças minha mãe já sabia que nós dois éramos muito diferentes, Diego era mais quieto, não falava com ninguém e também mais exigente, digamos que quando ele via algo que queria minha mãe tinha que comprar, ela mimava ele um pouco demais e talvez isso seja consequência querendo ou não do comportamento dele.
- E você era o santinho? Olha que ouvi falarem coisas de sua pessoa que desconfirmam essa informação.
Ucker: Eu não era e também não sou, porém não sou louco igual o Diego, isso sim é uma verdade.
- Continue.
Ucker: Com mais ou menos uns 12,13 anos paramos de conviver como irmãos, já não viviamos bem antes, mas pelos meus pais tentava inclui-lo no meu grupo de amigos e essas coisas para ver se algo mudava mais só ficava ainda pior. Ele queria simplesmente tudo que eu queria, ele vivia escutando atrás da porta quando estavamos estudando no quarto, se eu dissesse algo no outro dia todo mundo estava sabendo, um dia ele inventou uma coisa tão absurda e fez questão de espalhar pra escola inteira que eu não conseguia olhar na cara de ninguem e os meus amigos me viraram as costas.
- Sinceramente, não tem como entender. Ele tem que ter algum motivo, ninguem sente tanta raiva de alguem assim, sem mais nem menos.
Ucker: Na realidade nunca entendi o porque dele me odiar tanto.
- Tem certeza?
Ucker: Eu juro, Dulce. A minha mãe nunca fez distinções entre nós e quem ela mais mimava era ele, eu sempre fui mais apegado com o meu pai.
- Pode ser isso, não? - Dei mais uma mordida no lanche.
Ucker: Não creio. Meu pai tenta ser mais amigo dele assim como é comigo, mas ele não deixa, simplesmente.
- Bom, então realmente não sei bem o que pensar.
Ucker: E a cada dia que passa ele fica pior. Se ainda não acredita em mim, terça feira pode notar, ele vai estar de carro novo.
- Okay e essa história que a Anahi me contou? - Tomei um pouco do suco
Ucker: Essa você pode confirmar com os meninos ou com qualquer pessoa da escola. Por isso te disse que é melhor se manter afastada dele, mais enfim é só um conselho e inteligente como você é deve saber quem é a garota da vez
- Melhor vocês pararem de disputar quem nem ao menos vocês conhecem, se não o próximo que vai parar na diretoria vai ser você por ficar me estressando, okay?
Ucker: Não acredito muito nisso.
- Me testa então pra ver.
Ucker: Olha quem fala, quem fez o trabalho de artes por mim.
- Ah, não acredito no que estou ouvindo. Para o seu interesse, eu fiz apenas porque tenho educação e tinha o dever de agradecer o que fez por mim e não pelo que você está pensando.
Ucker: E no que você supõe que eu estou pensando? - Bufei e iria responde-lo como deveria, porém no mesmo momento Anahi, Maite, Christian e Alfonso apareceram.
Anahi: Encontramos vocês.
- Olha só, ganharam o esconde-esconde! - Anahi riu e me deu um leve tapa em meu ombro e tive que ficar por lá pelo menos até as oito com eles.......
Era final de semana, finalmente iria para casa ficar com os meus pais. Os dois ultimos dias foram praticamente o mesmo, era obrigada a passar o intervalo com eles e a aguentar Christopher me bajulando. Uma coisa não poderia mentir, sim ele tinha algo que eu gostava, quando estavamos juntos mesmo brigando era bom, ele me arrancava alguns sorrisos junto a Anahi e o resto do grupo, eles eram ou pelo menos pareciam pessoas legais, mas não totalmente legais para que eu possa depositar minha inteira confiança.
Peguei meu celular e sai do quarto. Eles estavam no andar de baixo, conversando. Os olhei de cima e Anahi parecia triste, agora me lembrando ela disse que o pai não fica muito em casa e que sua mãe não lhe dá atenção. Eu não sou tão ruim, poderia convida-la para que vá comigo para a minha casa no final de semana, mas acho que não estou pronta para isso, ter uma "amiga" em minha casa, não ainda.
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Déjame
FanfictionEscola, terceiro ano, por fim quase encerrando mais uma fase da vida. Deixar de ser criança para ser uma adolescente e agora adulta, isso era ótimo, porém não para Dulce Maria. Se for contar, já são 10, as vezes que teve que se mudar de escola e por...