Seja bem-vinda ao Elite Way School

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- Dulce, vem tomar café porque se não você vai chegar atrasada minha filha. - Blanca abriu as cortinas fazendo com que o sol invadisse todo o ambiente.
- Já acordei. - Dulce se levantou sentando-se na cama, esfregando os olhos.
- Ótimo, te espero lá embaixo meu bem. - Blanca se aproximou dando um beijo na testa de Dulce e saiu. Dulce se levantou e foi até o box e tomou um banho rápido, colocou o uniforme da escola e calçou as botas. Penteou seus longo cabelo, fez sua maquiagem e colocou o seu perfume, descendo em seguida para a cozinha.
- Suas malas já estão no carro minha filha, não está faltando nada não é?
- Não, o resto vou levar na minha bolsa menor, não se preocupa. - Dulce se sentou na mesa e serviu um pouco de suco e pegou um pedaço de pão.
- E como se sente meu amor? Escola nova, novos amigos...
- Eu não tenho amigos mãe e creio que nunca vou ter. E referente a escola, a mesma chatisse, me sinto triste, preferia as férias.
- Dulce, você não tem jeito. - Dulce tomou o seu café da manhã e pegou a sua bolsa.
- Já vou indo, tchau mãe.
- Tchau meu amor, até o fim de semana. - Dulce pegou a sua bolsa e entrou no carro indo em direção a sua nova escola, no caminho admirava a paisagem debruçada sobre a janela, sentindo o vento no rosto.
- Como se sente senhorita? Ansiosa para o primeiro dia de aula? - Perguntou Benjamin. Ele era o motorista da familia a muitos anos, viu Dulce nascer e ele era o seu único confidente.
- Não, eu odeio escola, principalmente porque quando estou me acostumando com uma, meus pais me tiram e me colocam em outra.
- Trate de entende-los. É trabalho, infelizmente as vezes temos que fazer coisas que não queremos.
- Mais quem sofre com isso é apenas eu. - Disse triste. Benjamin tratou de distrai-la até chegarem ao cólegio. O carro preto foi estacionado na entrada do lugar, havia muita gente, alguns se cumprimentando, outros conversando e também tinham os casalzinhos se agarrando. Dulce revirou os olhos e abriu a porta agradecendo benjamin.

DULCE

- Obrigada, Ben. - Desci do carro.
- Não quer que eu deixe as suas malas lá em cima, senhorita?
- Não, pode deixar, Obrigada.
- Dinada senhorita, boa aula. - Acenei e peguei as minhas duas malas, a minha bolsa e subi para o quarto que me descreveram, me arrependi de não aceitar a ajuda de benjamin, ainda esbarrei com um garoto mau educado que me deu vontade de joga-lo daquela escada. O quarto era grande, havia três camas, uma escrivaninha enorme, um banheiro e um segundo andar com um guarda roupa grande conjunto.
- É, essa será a minha "casa" por um tempo! - Suspirei. Deixei minhas malas perto da única cama que estava vazia e me joguei nela, poderia cabular a primeira aula, poderia, porém podia ter certeza que não teria força ou o minimo de ânimo para terminar o resto do ano.
- Anda, corre que o sinal já vai bater. - Ouvi uma voz feminina dizer ao entrar no quarto.
- Calma, o Poncho pediu para que eu pegasse a bomba, ele vai soltar na hora da aula de história junto com o Ucker. - Respondeu a outra. Me levantei e elas me olharam e eu fiz o mesmo.
- Não sabia que iriamos ter uma colega de quarto esse ano. - Disse a loira - Me chamo Anahi e essa aqui é a Maite, seja bem vinda! - Disse me dando um abraço. Cada gente doida que existe nesse mundo.
- Olá. - Respondi. A morena parecia ser mais timida, ficou quieta e apenas acenou para mim.
- Te peço um favor, só não conta pra ninguem sobre isso. - Disse me mostrando a bombinha.
- Pode ficar tranquila, não tenho o porque de dizer isso a alguém. - Ouvi o sinal tocando - Com licença. - Peguei meu material e sai do quarto procurando a bendita sala. Andei corredor e mais corredor e nada. O sinal já havia tocado, sinal que já estava atrasada. Por fim encontrei e todos já estavam lá, ótimo, o ano estava começando de uma boa forma.
- Com licença. - Disse ao abrir a porta e entrar me sentando na primeira fileira a esquerda, na quarta cadeira. Peguei o meu caderno e abri, peguei o livro de história, realmente tinha começado com o pé "direito".
- Pelo que posso ver temos uma aluna nova. Sou o professor Marcelo de História. - Sinal que você enxerga bem, querido professor! Pensei. - Venha aqui na frente, se apresente. - Tem como ficar pior?
Me levantei e fui até onde estava o professor feito estátua de braços cruzados.
- Meu nome é Dulce Maria, tenho 17 anos, sou mexicana, mas fui criada nos Estados Unidos. Por causa do trabalho dos meus pais, tive que voltar para minha cidade natal e também estudar aqui. - Disse o sorriso mais falso desse mundo.
- Ótimo, seja bem vinda ao Elite Way, não é queridos alunos? - " Seja bem vinda" responderam.
- Obrigada.
- Pode se sentar, senhorita. - Voltei para a minha cadeira feliz da vida, havia notado que estava na mesma sala que a loirinha e a morena que vão dividir o quarto comigo, elas se sentavam na terceira fileira depois da minha e conversavam com alguns meninos, creio que sejam aqueles que quem elas estavam falando, tinham dois gemêos e mais dois meninos e sinceramente não via a hora de soltarem essa bomba logo pra dar uma lição nessa estátua, sinceramente não gosto de história e com esse professor vai ser pior ainda.
- Bom então vamos iniciar a aula recapitulando as matérias dos anos anteriores... - Só faltava voltar desde o primário. Aulas de história eram entediantes, hora eu estava de cabeça baixa, hora estava desenhando e os outros alunos faziam praticamente o mesmo. Estava perdida em meus pensamentos quando ouvi um barulho e uma fumaça que se espalhou pela metade da sala, o professor pulou igual pipoca no microondas. No instante eu ri, porém me lembrei da minha asma e que qualquer coisa me faz passar mal.
Marcelo: Gente, o que é isso? - todo mundo ria - Já começou? Logo no primeiro dia?
- Professor posso sair um pouco? Eu sou asmática. - Perguntei
Marcelo: Claro. Qualquer coisa vá a enfermaria. - Eu sai da sala e comecei a rir, alguém tinha que ter gravado aquilo pelo amor de Deus. Porém agora era melhor eu pegar agora a minha bombinha. Subi a escada e fui até o meu quarto.

Narrador

Os alunos ficaram na sala e o sinal tocou. O professor e o diretor Pascoal ficaram na sala dando uma bronca em todo mundo e pedindo para entregarem quem havia feito.
Anahi: Caramba, a aluna nova passou mal e mesmo assim ela não entregou a gente.
Ucker: E como ela sabia?
Maite: Ela é a nossa nova colega de quarto, a Any entrou falando e não percebemos que ela estava lá.
Chris: Ela é a maior gata, vocês viram?
Ucker: Isso você tem razão.
Maite: Repete, Christian. - Maite pegou um livro.
Poncho: Eu nem disse nada.
Anahi: Bom mesmo. Depois vou ver como ela está. Só espero que não delatem a gente, porque se não o meu daddy me mata.
Ucker: Ninguem vai delatar a gente, Any, fica tranquila.
Anahi respirou fundo aliviada e então voltaram a ouvir as reclamações do diretor.

Dulce

Fiquei uns 20 minutos no quarto esperando a crise de asma passar. Desci e voltei para a sala de aula, me surpreendi, não tinha começado a proxima aula, estavam levando uma bronca do diretor.
- Com licença - Disse abrindo a porta
P: Onde a senhorita estava? - Perguntou. Estava quase para responder quando o professor me interrompeu.
M: Ela passou mal senhor diretor, pode deixa-la passar. - É, acho que ele não era tão chato quanto eu pensava.
Entrei e me sentei na minha cadeira, a bronca não durou muito, ele acabou relevando e apenas porque era o primeiro dia de aula não havia punição, porém se se repetisse era suspensão para todo mundo. Já tínhamos perdido a aula seguinte e então já era a terceira, até que passou rápido, era matemática porque segundo o diretor o professor de Educação Fisica estava doente e seria substituido e por incrivel que pareça eu gostava, não sou muito estudiosa mais também nunca dei trabalho aos meus pais em relação a notas, até porque eles são bons demais comigo e não merecem.
- Estão liberados. - A aula tinha terminado e era a hora do intervalo. Fechei o meu caderno e caminhei para fora da classe indo em direção ao refeitório.
Anahi: Ei, espera. - Senti alguem tocar no meu braço, era a loira, logo atrás veio sua amiga e o bonde inteiro. Até que um dos gemêos que andava com eles era bem bonitinho...- Você tá bem?
- Sim, porque?
Anahi: Você saiu da sala passando mal.
- Não se preocupe, não foi nada grave.
Anahi: Ah, e obrigada por não dizer que foi a gente.
- Como eu disse não tenho nenhuma intenção de fazer isso, com licença. - Disse caminhando até a cantina.
Anahi: Não quer se sentar com a gente? Vai ficar ai sozinha?
- Agradeço mais não quero, realmente prefiro ficar sozinha.
Maite: Se acaso mudar de idéia, estaremos do outro lado do refeitório. - Dei um sorriso forçado e revirei os olhos, agora tenho duas colegas de quarto pegando no meu pé. Pedi um suco e um pedaço de bolo e me sentei em uma mesa próxima ao balcão. A escola não era tão ruim quanto eu imaginava, pelo menos não por enquanto. Cada um tinha o seu grupinho, seus amigos...amigos, nem me lembro a última vez que ouvi alguém me dizer isso.
Eu poderia me sentar com eles, poderia. Mas nem sequer os conheço, e não me sentiria bem invadindo um grupinho e sendo uma intrusa no meio deles, e outra, as pessoas são traiçoeiras demais para se depositar confiança. Cansada de olhar para os lados, coloquei meu fone de ouvido, peguei meu suco e sai caminhando pelo colégio. Cheguei ao jardim e depois da piscina, passando por um cercado de plantas havia um lugar calmo e bom para se ler um livro, ninguem nem me enxergaria ali.
Me sentei e coloquei uma musica e peguei meu livro que tinha baixado no celular e comecei a ler.

DéjameWhere stories live. Discover now