Capítulo 19 - Festival da Raposa I

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Fai Chen soltou um suspiro de alívio em saber que Hu Long não perguntaria mais nada sobre sua situação que, na verdade, estava bem óbvia. Porém, pelo fato do assassino ter acabado de acordar, não tinha um raciocínio rápido para entender o motivo.

"Xia Ling nos drogou antes de sair para não seguirmos ela e você ser pego pelo Jovem Mestre Hong."

"Ela nos drogou? Então foi por isso que meus sonhos estavam tão realistas!"

"O que você sonhou?", o cultivador perguntou, levantando-se e ajeitando suas vestes.

"Sonhei que você me beijava e ainda tirava minhas roupas. Mas... Será que isso foi um sonho mesmo?", o assassino mudou seu tom de voz para um de brincadeira e para deixar o outro homem sem graça.

As palavras tiveram efeito em Fai Chen. A partir do momento que escutou a última parte, suas mãos tremeram e a esquerda tocou a bainha de sua espada, pronto para atacar Hu Long, caso o jovem fizesse mais alguma brincadeira. Porém, assim que esse pensamento sobre machucar o assassino entrou na mente do cultivador, ele quis dar a si mesmo um tapa na cara. Não queria machucar ninguém e muito menos um jovem como Hu Long, que era apenas uma pessoa que sabia flertar e não tinha vergonha na cara de dizer tais frases para um cultivador, nomeado como um Daozhang, um homem respeitoso. E além disso, por mais que Fai Chen se irritasse, ele gostava do jeito do outro.

"Cegueta, ainda não se acostumou com as minhas brincadeiras?", uma risada vinda do assassino foi ouvida e Fai Chen conseguiu se acalmar e voltar a calmaria dentro de si. "Xia Ling acha mesmo que Hong Shaoran conseguirá me pegar?"

"Bem... Foi isso que ela me disse antes de eu adormecer", Fai Chen respondeu, pegando sua cestinha e colocando-a nas suas costas, presa por um barbante. "Xia Ling se preocupa com sua saúde, Hu Zhuang. Não acho que ela nos drogou por mal."

"Tem razão. Mas, ela deveria entender que Hong Shaoran não conseguirá me pegar por um único motivo", o assassino tocou o ombro do cultivador, que ainda estava um pouco mole pela erva consumida. "O único que pode me pegar é você, Cegueta."

Fai Chen sabia que o rosto de Hu Long estava próximo ao dele e se não mantivesse um cuidado, as coisas em seguida poderiam tomar outro rumo, até porque ambos estavam sensíveis pela droga ainda no sangue. Porém, o cultivador abaixou seu rosto, rindo baixinho e dando alguns passos para trás.

"Não diga besteiras. Vamos, temos que continuar caminhando para chegarmos no Rio Amarelo pelo menos em três dias."

Hu Long não disse nada, seu silêncio significando uma confirmação. Os dois homens prontos saíram da cabana que passaram a noite e assim que deram um passo fora, sentiram novamente a brisa fria, mas não tanto como estava anteriormente. Porém, algo mais interessante do que aquela sensação chamou a atenção deles.

Ambos ouviram sons de relinchos de um cavalo.

"Cegueta...", Hu Long puxou a manga de Fai Chen, para que ele andasse com ele na mesma direção. "Tem um cavalo branco... Impressionante..."

O assassino soltou a roupa do cultivador e imediatamente estendeu a mão para o cavalo a sua frente. O animal era de porte alto, mostrando que era de algum clã. Fai Chen também ficou curioso pelo animal, então seguindo as ações do outro homem, esticou sua mão para frente e de início, tocou uma das partes do pescoço do animal, iniciando rapidamente um carinho para não o estressar.

"Ele parece ser calmo e obediente, por que um cavalo assim está por aqui? Não faz sentido", o mais baixo mencionou, acariciando a face do cavalo.

"Será que o esqueceram?"

"Um cavalo desse porte? Impossível esquecer. Ele também não parece doente ou algo assim. "

"Então, o dono deve ter sido morto."

The Cultivation of the GazeWhere stories live. Discover now