Welder foi-se embora.
E eu segui com a vida. Continuei fazendo as manifestações e os trabalhos da escola. Em um certo dia, eu estava participando de uma evento de limpeza na praia. Estávamos recolhendo os lixos todos, e aí eu recebo uma mensagem de Welder.
Vem para a estrada, agora! É urgente, estou a tua espera.
Ignorei e continuei trabalhando, e então vi ele andando na minha direcção. Fiquei estranha com a situação.
- Hira, eu não estou brincando, vem comigo.
- Não!
Ele pegou-me e colocou-me no ombro e carregou-me até ao carro.
- Nós temos de ir para o hospital Hira, sua mãe... Hira, não desce do carro.
Meu coração começou a bater rapidamente.
Chegamos ao hospital, e... bem... eu não quero falar sobre isso.
***
Hira acorda! – Essa é a voz que eu ouço lá no fundo dos meus sonhos, por vezes sinto que estou num mundo de Matrix quando estou dormindo e aquela voz gritando para eu acordar, é o gato preto!
- Acorda Hira! Hoje é o grande dia.
- Que dia? – Perguntei acordando lentamente.
- A peça!
- Eu não quero participar mais naquela estúpida peça Malia.
- Você prometeu a mãe que faria isso! O pai está a contar contigo.
Sentei-me e fiquei olhando para a fotografia da mãe na banca. Malia olhava para mim de lado e depois saiu do meu quarto. Suspirei e saí da cama. Dema estava ligando para mim, mas eu tinha fumado tanto na noite anterior que perdi o paradeiro do meu telefone. Terminei meu banho e quis chamar um táxi, mas não conseguia encontrar o telefone. Não podia esperar por muito tempo, então peguei no fixo e chamei o táxi que chegou em meia hora.
Todos estavam quase na faculdade, menos Dema.
- Alguém viu a Dema? – Perguntei.
Ninguém respondeu.
- Onde ela estará? – Me perguntei em alto-som.
- A tua trás! – Respondeu ela.
- Dema! Possas, onde estavas?
- No banheiro! Chorando!
- O que aconteceu?
- Terminei de Assistir La Casa De Papel. E tu sabes quem é a minha favorita!
- Talvez a Nairobi não morra Dema.
- Espero que estejas certa! – E ela cruzou os dedos – E me perdoa.
- Porquê?
- Estou falando de série quando... você sabe.
- Eu pedi a vocês para serem normais comigo, se me inundassem de pena eu choraria por todos os cantos.
Dema me abraçou e eu sorri, mas lá no fundo, eu quis chorar.
- Okay! Tudo a postos! Começamos a treinar em 10 minutos pessoal. – Disse o professor de Teatro – E Hira, se não te sentires confortável, podes sempre ficar no camarim. Podes ficar.
- Não, não. Eu vou... eu vou atuar.
- Muito bem. – Sorriu ele de leve. – Estaremos a sua espera. – E ele se virou para os outros. – Vamos people.
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Choques da tempestade.
RomanceHira chama o seu passado de tempestade - pelas atribulações sofridas, sendo que todas tempestades têm um final. Mas todas as tempestades causam danos colaterais, e ela pensando que podia prevenir o presente dela, da tempestade que foi o seu passado...