Capítulo 16

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Welder foi-se embora. 

E eu segui com a vida. Continuei fazendo as manifestações e os trabalhos da escola. Em um certo dia, eu estava participando de uma evento de limpeza na praia. Estávamos recolhendo os lixos todos, e aí eu recebo uma mensagem de Welder. 

Vem para a estrada, agora! É urgente, estou a tua espera.

Ignorei e continuei trabalhando, e então vi ele andando na minha direcção. Fiquei estranha com a situação.

- Hira, eu não estou brincando, vem comigo.

- Não!

Ele pegou-me e colocou-me no ombro e carregou-me até ao carro. 

- Nós temos de ir para o hospital Hira, sua mãe... Hira, não desce do carro.

Meu coração começou a bater rapidamente.

Chegamos ao hospital, e... bem... eu não quero falar sobre isso.

***

Hira acorda! – Essa é a voz que eu ouço lá no fundo dos meus sonhos, por vezes sinto que estou num mundo de Matrix quando estou dormindo e aquela voz gritando para eu acordar, é o gato preto!

- Acorda Hira! Hoje é o grande dia.

- Que dia? – Perguntei acordando lentamente.

- A peça!

- Eu não quero participar mais naquela estúpida peça Malia.

- Você prometeu a mãe que faria isso! O pai está a contar contigo.

Sentei-me e fiquei olhando para a fotografia da mãe na banca. Malia olhava para mim de lado e depois saiu do meu quarto. Suspirei e saí da cama. Dema estava ligando para mim, mas eu tinha fumado tanto na noite anterior que perdi o paradeiro do meu telefone. Terminei meu banho e quis chamar um táxi, mas não conseguia encontrar o telefone. Não podia esperar por muito tempo, então peguei no fixo e chamei o táxi que chegou em meia hora.

Todos estavam quase na faculdade, menos Dema.

- Alguém viu a Dema? – Perguntei.

Ninguém respondeu.

- Onde ela estará? – Me perguntei em alto-som.

- A tua trás! – Respondeu ela.

- Dema! Possas, onde estavas?

- No banheiro! Chorando!

- O que aconteceu?

- Terminei de Assistir La Casa De Papel. E tu sabes quem é a minha favorita!

- Talvez a Nairobi não morra Dema.

- Espero que estejas certa! – E ela cruzou os dedos – E me perdoa.

- Porquê?

- Estou falando de série quando... você sabe.

- Eu pedi a vocês para serem normais comigo, se me inundassem de pena eu choraria por todos os cantos.

Dema me abraçou e eu sorri, mas lá no fundo, eu quis chorar.

- Okay! Tudo a postos! Começamos a treinar em 10 minutos pessoal. – Disse o professor de Teatro – E Hira, se não te sentires confortável, podes sempre ficar no camarim. Podes ficar.

- Não, não. Eu vou... eu vou atuar.

- Muito bem. – Sorriu ele de leve. – Estaremos a sua espera. – E ele se virou para os outros. – Vamos people.

Choques da tempestade.Where stories live. Discover now